sábado, dezembro 29

Jiçara vai as compras em Diamantina

Na feira, Ela pergunta ã vendedora o preço de 3 almofadas:

-Quanto custa isso, minha senhora?
-45 reais
-Tudo isso?
-42 reais.
-Mas vai tirar só 3 reais?
-tudo bem, 38 reais.
-Mas tá caro ainda....
-Faço por 35, certo?
-Meu preço é 33.
-Tudo bem..... (a vendedora quase chorando) vai dar não, não vou ganhar nada...
-vai sim, pode embrulhar. E essa bolsa quanto custa?
-digo não, você chora demais...

E a Jiçara voltou para o hotel, sem saber o preço da bolsa.

Diário bordo 25.12

Havia escrito um outro post do primeiro dia de viagem. Por total falta de habilidade com o Windows vista, consegui deletá-lo involuntariamente. Será que existe alguém que consegue gostar desse novo sistema operacional do tio Bill?

Coisas incríveis aconteceram no último dia 25, quando saímos de Fortaleza rumo ao sul. A idéia original era rodar pelo menos mil km na pajero do Agamenon. Mas o carro começou a acender a luz do óleo em Russas, logo depois de almoçarmos. Fomos a um mecânico de beira de estrada e ele falou que deveria ser um problema só no relé da lâmpada, já que o motor continuava lubrificando normalmente.

Por cisma, o Agamenon resolveu retornar. Acertada decisão. Na volta, a embreagem do carro começou a falhar e só conseguimos chegar em Horizonte, 40 km de Fortaleza. Por sorte, o nosso condutor tem bons amigos lá, desde o tempo em que trabalhou no hospital daquela cidade. Dois desses amigos dele nos trouxeram até Fortaleza, quando pudemos pegar o Fiat Idea, que em dias normais é conduzido pela Sarinha. E é este veículo que está nos servindo.
Bem espaçoso, o carro está trazendo toda a bagagem. Não oferece o mesmo conforto para cinco passageiros, mas a gente vai revezando nos bancos e se divertindo com o aperto...

Ainda antes de Russas, quando ainda estávamos na Pajero, vimos dois acidentes na estrada. Foram dois veículos que capotaram, sabe lá deus porquê. As vítimas ainda estavam no local, quando passamos. Nenhuma fatal, por sorte. É meio assustador apreciar cenários como esse quando ainda se tem milhares de km pela frente.

No primeiro dia, só conseguimos chegar até o Crato, coisa que achei maravilhoso. Quando lá chegamos, duas pizzas no restaurante Lá na Praça nos aguardavam. Havíamos falado com o nosso amigo Hélio, dono da casa de pasto, pelo telefone , de Milagres. Quando lá chegamos, estava ele, a sua esposa Jéssen e o filho Jorge a nos esperar de sorrisos abertos. O restaurante, nesse dia (25) fechou mais tarde por nossa conta. E ainda não nos deixaram pagar a nossa despesa. Tivemos direito a petit gateau de sobremesa, e, para completar, ainda dormimos na casa de Jéssen, economizando despesa com pousada.
O melhor de tudo, no Crato foi o maravilhoso café da manhã preparado pela nossa anfitreã, com direito ao besterol do Alemberg, que nos comprou os ovos caipiras do farto breakfast.

Diário bordo II - 27.12

Tripulantes – Agamenon, Jiçara Sara, Lucas e este escriba

Crato – Feira de Santana

Depois de dormimos no Crato, fomos depertados com uma mesa farta preparada pela Jéssen. Em pouco tempo também chegou a casa, localizada no Granjeiro, o Alemberg que nos atualizou sobre as últimas fuleragens acontecidas no Cariri e alhures. Para quem não leu os posts anteriores, quero avisar que a viagem em curso tem como destino extremo a cidade de Diamantina, em Minas Gerais. Estamos tocando sem nenhuma preocupação de horário para chegar ou sair de qualquer lugar. Enquanto o barco vai sendo tocado, estamos examinando a possibilidade de darmos uma esticada até Vitória. O Agamenon desfruta de uma amizade com Vitor Buaz,que poderá nos receber por lá. Também outras alternativas estão em estudo para pousar em terras capixadas.

Hoje vivemos momentos de extrema emoção. Após cruzar o rio São Francisco de balsa, e seguir viagem, descobrimos que nesta extrema da Bahia os postos guardam uma certa distância entre si. Ao mesmo tempo aprendemos que o consumo de combustível de um Fiat Idea em velocidade de cruzeiro é extremamente elevado. Não chega a 9 km/h, quer seja usando gasolina, ou álcool. Moral da estória é que chegamos a um posto depois de rodar cerca de 150 quilômetros em suspense se íamos ou não ter uma pane seca. Fomos para reabastecimento com apenas 0,4 litros no tanque, segundo os cálculos do Lucas. O marcador do tanque chegou ao fim da reserva, e o computador de bordo não indicava mais nada no tanque. Por conta do susto, uma boa parte do trecho até a cidade de Euclides da Cunha foi percorrida sem ar condicionado, para efeito de economia de combustível. Particularmente, eu duvido que a tática tenha surtido algum efeito, em decorrência da velocidade que vínhamos.

Um novo acidente encontramos, quando nos aproximávamos de Feira de Santana, onde estamos agora. Este, provavelmente com vítimas. Alguém, provavelmente, esqueceu de colocar o cinto. Barbas do vizinho pegando fogo, pomos a nossa de molho. Vamos pernoitar aqui, depois de termos visitado o shopping Iguatemi local. Bem ruizinho, e o atendimento é de qualidade baiana. Jantei num self service. A idéia é percorrer amanhã uns 1000 km. Isso se a Jiçara não continuar querendo parar em toda placa de coca-cola que avista, para comprar gelo ou qualquer outra coisa, como tem feito até agora. Vamos ver.

sexta-feira, dezembro 28

Diamantina, 21h35 hora local

Banho de cachoeira, lojas de artesanatos locais, com direito a cappuccino com chantilly e pão de queijo fizeram parte das últimas 24 horas nesta cidade histórica. Um traço marcante da urbanização local é a piso altamente irregular. Ruas construídas em pedras toscas determinam a impossibilidade de se trafegar a mais de 20 quilômetros por hora. Se come bem, pratos típicos, com 10 rial.

Hoje pegamos um guia e fomos a alguns lugares afastados da cidade. Um foi biribiri. Uma vila que chegou as ter 500 pessoas residindo e trabalhando na fábrica de malhas local, que um bispo visionário construiu, no século XIX, prevendo o fim do ciclo das pedras preciosas da região. Hoje, todos os prédios e casas são mantidos pelos atuais proprietários, a família Mascarenhas, mineira de Belo Horizonte. Os empresários continuam no ramo, mas levaram maquinário moderno para capital e fecharam a antiga fábrica.

Hoje sentimos na pele o quanto está globalizada a violência. Enquanto nos divertíamos nas águas razoavelmente fria da cachoeira dos cristais, um carros de nossos amigos mineiros foi arrombado. Ao todo, o prejuízo chegou a 900 reais e um vidro quebrado. Pelo que nos foi contado depois por pessoas que conhecem a região, os roubos são cada vez mais comuns, por aqui. Pequenos furtos acontecem também na área urbana.

Vizinho com a barba em chamas, colocamos a nossa de molho, como manda o ditado. Irritante mesmo é ver o meu afilhado circulando por aí com a camisa da seleção da Argentina. Vou ficar devendo as fotos de tudo isso e mais algumas coisas, por excesso de lentidão da internet.

Diamantina, 21h35 hora local

Banho de cachoeira, lojas de artesanatos locais, com direito a cappuccino com chantilly e pão de queijo fizeram parte das últimas 24 horas nesta cidade histórica. Um traço marcante da urbanização local é a piso altamente irregular. Ruas construídas em pedras toscas determinam a impossibilidade de se trafegar a mais de 20 quilômetros por horas. Se come bem, pratos típicos com 10 rial.

Hoje pegamos um guia e fomos a alguns lugares afastados da cidade. Um foi biribiri. Uma vila que chegou as ter 500 pessoas residindo e trabalhando na fábrica de malhas local, que um bispo visionário construiu, no século XIX, prevendo o fim do ciclo das pedras preciosas da região. Hoje, todos os prédios e casas são mantidos pelos atuais proprietários, a família Mascarenhas, mineira de Belo Horizonte. Os empresários continuam no ramo, mas levaram maquinário moderno para capital e fecharam a antiga fábrica.

Hoje sentimos na pele o quanto está globalizada a violência. Enquanto nos divertíamos nas águas razoavelmente fria da cachoeira dos cristais, um carros de nossos amigos mineiros foi arrombado. Ao todo, o prejuízo chegou a 900 reais e um vidro quebrado. Pelo que nos foi contado depois por pessoas que conhecem a região, os roubos são cada vez mais comuns, por aqui. Pequenos furtos acontecem também na área urbana.

Vizinho com a barba em chamas, colocamos a nossa de molho, como manda o ditado. Irritante mesmo é ver o meu afilhado circulando por aí com a camisa da seleção da Argentina. Vou ficar devendo as fotos de tudo isso e mais algumas coisas, por excesso de lentidão da internet.

Diario de bordo 28.12

Depois de 3 dias de viagem, finalmentes estamos em Diamantina, cerca de 1200 metros de altitude, conhencendo o chão que foi pisado por Chica da Silva e José Fernandes. Estamos hospedado no hotel que o mineiro JK sempre ficava, o Tijuco. Deve ser o mais recente construído, com seus 60 anos.

Ruas estreitas, de pedra, construída por escravos. Casarões coloniais e um povo bem cordial. A gente sente isso a cada vez que precisa obter alguma informação. O Fiat Idea, realmente está dando conta do serviço, apesar de lotado e muita bagagem. Em alguns momentos andamos a velocidade bem elevadas, que não coloco aqui para não espantar.

No momento, escrevo de uma lan house, que devido as circunstâncias não nos permite fazer upload de fotos. Mas quero também dar mais detalhes do andamento da viagem, em outras oportunidades. Já escrevi outros posts no leptop do Agamenom, que em breve,deverei tambem postar, a medida do possível.

domingo, dezembro 23

Um toque de classe


Há pessoas que não precisam de nenhum esforço para se fazerem perceber, para a gente gostar delas. Brilham por luz própria. Nesta categoria incluo Mariana. Menina charmosa, elegante, e com sonhos bonitos. Rendo aqui as minhas homenagens a esta bailarina.

sexta-feira, novembro 30

De olhos bem abertos


Um breve apagão de 4 horas de duração em um bairro nobre transforma o cenário em praça de guerra. Cerca de 60 pessoas aproveitaram a falta de iluminação pública no Edson Queiroz, próximo ao shopping Iguatemi e assaltaram quem aparecia pela frente. A ação era rápida. De armas em punhos de alguns, a turba aproveitou a hora de grande movimento de veículos na área e levaram celulares, carteiras, bolsas e relógios de pedestres e motoristas que transitavam em velocidade de tartaruga por conta do engarrafamento. O máximo que o policiamento mínimo presente fez foi deter quatro jovens, mas nenhum pertence foi recuperado. A tática consistia em tomar os objetos e passar imediatamente para algumas meninas que acompanhavam o arrastão.

Os mesmos arautos de sempre clamam por mais segurança. Pedem um ação mais enérgica do estado na prisão de infratores e a interrupção da escalada do tráfico de drogas. Afinal de contas um dócil povo teve o seu caráter mudado somente a partir da introdução de derivados da coca no mercado de drogas local. É culpa do crack a necessidade de roubos atrás de roubos para assegurar o consumo dos viciados. São necessárias somente algumas baforadas para se ficar absolutamente dependente das pelotinhas que são encontradas agora facilmente nas mãos dos traficas na favela mais próxima de sua casa.

Os mais saudosos pedem de volta o tempo em que se podia andar em paz, a qualquer hora do dia ou da noite pelas ruas desertas, ou não, da cidade. Culpam os políticos corruptos que nada mais querem a não ser a locupletação fácil nas burras do poder. Uma vez interrompido o fluxo do tráfico, boa parte dos problemas advindos deste comércio, como diria Mano Brown, estariam sanados.

Eu tenho outra visão. A droga é somente o efeito catalisador dos eventos. Se a fome dá para enganar, o vício não. Este empurra na psiquê de seus usuários que ou se chega à droga ou não há felicidade no mundo real. Os efeitos alcançados são a única possibilidade de se vislumbrar o paraíso.

Lembro-me de um filme que mostra um ataque de mortos-vivos sobre a população sadia. A reação é a eliminação a tiros ou golpes de facão de todo o agressor perceptivelmente transformado por um vírus alienígena. Não há saída ou clemência. Somos nós ou eles. Ou o desejo de carne humana é saciado ou todos viram alvo de metralhadoras na próxima esquina.
No mundo real, a visão das vítimas da violência ainda não chega a perceber as levas de viciados como monstros tirados de um trailler. Mas está bem perto desse dia chegar. Essas mesmas pessoas que hoje saem atacando a tudo e a todos, ou seus pais, um dia foram dóceis, capazes de repetir que são pobres, porém honestos. Que são tão honrados moralmente, ou mais até do que os habitués freqüentadores dos mais acesos points da babilônia citadina.

E as pessoas que agora estão ilhadas em seus condomínios com segurança high-tec 24 horas por dia nada mais querem que estes cidadãos de quinta categoria, desprezados quando pedem um trocado, voltem para o seu estado de mansidão original. Que fiquem esperando meses a fio, até a próxima construção de um espigão de apartamentos de 400 metros quadrados, quadras esportivas, sauna, piscina, e todos os badulaques da sofisticada construção civil necessite de um pedreiro, um encanador, um eletricista. Que a próxima filha do ricão precise de 4 babás para o seu filhinho e que se contente com o salário mínimo e nunca tire nem uma colher de leite em pó para levar ao seu lar onde quatro dos seus próprios filhos sobrevivem em meio a condições miseráveis.

Ninguém quer ver esta "gentalha" que inferniza as ruas, praias e praças como seu igual. Alguns sonham com a volta de grupos de extermínios, se é que eles ainda não existem. Afinal de contas, em um passado não tão distante eles já foram tão dóceis e só gostaram de admirar das calçadas ou de um ônibus apinhado os nossos carrões com ar condicionado, dvd, air bag, GPS e os todos os penduricalhos tecnológicos que assanham o consumismo mundial.


Ninguém quer crer que o bombardeio de publicidade sempre cercado de vistosas, desejadas e sensuais mulheres também incita as paixões daqueles que recebem por mês menos da metade do preço de um bolsa ou um tênis de grife. Talvez, a tão condenada droga que pulula lares ricos e pobres, que semeia guerras de gangues e mata de overdose filhos de desembargadores e capitalistas selvagens seja apenas um catalizador rumo a uma situação de tal forma insustentável que fará com que os homens no topo da pirâmide finalmente se humanizarem um pouco. Esta é a luz do fim do túnel que vislumbro. Mesmo que demore décadas, ou séculos. Um pouco mais de afeto para os que tanto necessitam de uma mão amiga.

quinta-feira, novembro 29

Notas conhecidas


As notas foram novamente musicais. Desta vez, regidas por Marcos Lessa e Clarrisa Araripe. Marquinhos que conheci ainda criança hoje desfia acordes de gente grande. Cla com quem me encontrei pela primeira vez, anos atrás, andando pelas ruas do bairro de Moema, em Sampa, trazendo cadernos nas mãos, de volta das aulas. Naquele momento, me acompanhava de Joana, irmã de Clarissa, que certamente teria amado estar na noite de ontem entre nós.

Noite entre amigos, casa cheia. O teatro do Sesc ficou pequeno. A dupla ainda se fez acompanhar do Manassés, que dispensa apresentações e dos pais, também músicos, entre outros predicados, Thiago Araripe e Célio Lessa. Teve ainda Sérgio Barbosa no violâo e Daniel Cortez nos teclados. As emoções do momento fizeram rolar algumas lágrimas na platéia. Mas isto já é outra história que o dia é das estrelas. Bem que a tia Sena poderia ter dado uma palhinha...

quarta-feira, novembro 28

Música para os meus ouvidos


photo by me

Algumas pessoas dispensam apresentação. Uma delas é Luís Melodia, que se apresentou aqui, no último domingo, ao lado de sua banda formada por nove músicos. Meus ouvidos agradeceram.

terça-feira, novembro 20

Içando as velas


Pensei que este final de ano ia acontecer de uma forma meio medíocre, sem nada para marcar o período tão afeito de festas e comemorações. Mas de repente, não mais que de repente fui convidado para uma viagem a Minas, tudo 0800, na faixa! Na noite de ontem confirmei a minha ida ao meu “patrocinador”.

A idéia é sair daqui em 26 de dezembro, após as confraternizações familiares, entre amigos e coisas do gênero. Além de Minas, estão no roteiro Brasília e Vitória do Espírito Santo. Quem sabe também uma passada no sul na Bahia, visitar uns amigos que estão por lá. Lembrei de Ariano Suassuna, que citando não sei quem, disse que o Brasil, se não quiser esquecer quem é tem de visitar de vez em quando o eixo que percorre o rio São Francisco. A frase não é exatamente assim, mas a idéia é essa.

Já conhecia Belo Horizonte, cidade que visitei uns cinco anos atrás. Tipo só conhecia o visual, os prédio, a natureza. Mas isso, para mim, é muito pouco. Dessa vez a coisa vai ser diferente e a gente vai entrar em casas de mineiros e saber mais. Bem, a partir de agora, estou em contagem regressiva. A viagem será em uma Psjero. Quero ver se fotografo.
Enquanto dezembro não chega, fico admirando a minha cidade ao entardecer, na varanda

sábado, novembro 17

Estado de sítio


Um bocado de doido dentro de uma caverna na Rússia. Frio de inverno boreal de rachar perturbando o juízo. Todos à espera do apocalipse que nas contas deles aportará no planeta por volta de maio do próximo ano. Mais uma dessas seitas que pontilham o mundo da fé e atrai seguidores. Por mais malucas que sejam as suas idéias, não se preocupe, haverá alguém, tão maluco quanto, para seguir.

Geralmente ficam mais expostos quando o grupo é pequeno e adota alguma postura diferente do conjunto da comunidade em que habita. Mas será que são mais normais os que seguem um cavaleiro do apocalipse que nem o George Bush? Mentiroso deslavado que empurrou uma nação inteira para uma guerra, ceifando vidas humanas pela mais mortífera tecnologia de destruição jamais vista.

O grande mal parece ser apegar-se a idéias sem nenhuma reflexão, sem ao menos abrir um pouco a cabeça e imaginar o que poderia acontecer se as coisas fossem feitas de forma diferente. Lembro-me na época em que estava na faculdade e um grupo de militantes anarquistas pregava o voto nulo nas eleições com o slogan “Não sustente parasitas”. Vendiam a falsa idéia de que o protesto via urna iria deixar assembléias, governos, câmaras municipais, senado sem ninguém. Na realidade, nem sei se eles sabiam do que falavam. Ou se quando passasse o efeito da maconha estragada eles iriam voltar ao mundo real.

Outro dia, um grupo de protesto tirou a roupa em pleno Iguatemi, chamando atenção para o desmatamento desenfreado do mangue do rio Cocó. Será que movimentos desta forma prosperam? Ou o fim do mundo vai vir em doses homeopáticas, via aquecimento global, que ninguém quer parar. Se é o homem o único agente destruidor da natureza, está na hora de se controlar o tamanho desta população. Ou é isso, ou prepara-se para ouvir mais uma catástrofe anunciada pelos jornais nacionais da vida.

Alguém conhece esses malucos?

segunda-feira, novembro 12

Em busca do canudo perfeito!


A minha estilosa amiga Ana Stela paramentou-se toda e foi em busca de defender a sua monografia de término de curso de direito (UFC). Se deu bem! Aprovada com louvor, parte em busca de novos e emocionantes desafios...

Diante de tanta pompa, qualquer nota menor teria sido um vexame, não é mesmo?
Progresso e prosperidade maninha.

Meus votos e de todos os que lhe rodeiam. ( E pensar que nasceu no Piauí.... huahuahua!!!)


* foto by Thiago Câmara (digníssimo namorado)

sábado, novembro 10

O diabo real


Go!

É a última frase do filme Diabo Veste Prada, que hoje assisti mais uma vez. Telecine tem dessas coisas. A cena segue com um mercedes sedã, tendo em seu interior a Miranda Priestley (a da esquerda na foto), rolando vagarosamente diante de um prédio onde funciona a Runway, que na mudança de língua (mundo real) é a revista Vogue. Adoro este filme, que trata da natureza humana com uma dose bem razoável de propriedade. Sei que o mundo da moda é um tanto quanto abominado, mas é um microcosmo de como funciona toda o universo capitalista em que vivemos. O quanto as pessoas se tranformam a partir dos objetivos corporativos. O quanto temos de nos moldar para ter direito a fatia, mínima que seja, do bolo.

O final do filme me emociona. Sempre. Anne Sachs deixa uma carreira promissora de trabalho na revista de moda para procurar se inserir no mundo editorial engajado. E consegue graças a recomendação da sua ex-chefe, ex-algoz, e que, apesar de ser a megera da história, foi a única que conseguiu abrir os olhos da heroína para o mundo real.

A frase final do filme serve também para qualquer começo. Vamos em frente.

quinta-feira, novembro 8

As leis que regem o universo

Andei olhando por aí, e encontrei



Atenção especial a lei de de número 10


1. Se alguma coisa pode dar errado, dará. E mais, dará errado da pior maneira, no pior momento e de modo que cause o maior dano possível.

2. Um atalho é sempre a distância mais longa entre dois pontos.

3. Nada é tão fácil quanto parece, nem tão difícil quanto a explicação domanual.

4. Tudo leva mais tempo do que todo o tempo que você tem disponível.

5. Se há possibilidade de várias coisas darem errado, todas darão - ou a quecausar mais prejuízo.

6. Se você perceber que uma coisa pode dar errada de 4 maneiras e conseguir driblá-las, uma quinta surgirá do nada.

7. Seja qual for o resultado, haverá sempre alguém para : a) interpretá-lo mal. b) falsificá-lo. c) dizer que já o tinha previsto em seu último relatório.

8. Quando um trabalho é mal feito, qualquer tentativa de melhorá-lo piora.

9. Acontecimentos infelizes sempre ocorrem em série.

10. Toda vez que se menciona alguma coisa: se é bom, acaba; se é ruim,acontece.

11. Em qualquer fórmula, as constantes (especialmente as registradas nos manuais de engenharia) deverão ser consideradas variáveis.

12. As peças que exigem maior manutenção ficarão no local mais inacessível do aparelho.

13. Se você tem alguma coisa há muito tempo, pode jogar fora. Se você jogar fora alguma coisa que tem há muito tempo, vai precisar dela logo, logo.

14. Você sempre encontra aquilo que não está procurando.

15. Quando te ligam: a) se você tem caneta, não tem papel. b) se tem papel não tem caneta. c) se tem ambos ninguém liga.

16. A Natureza está sempre à favor da falha.

17. Entre dois acontecimentos prováveis, sempre acontece um improvável.

18. Quase tudo é mais fácil de enfiar do que de tirar.

19. Mesmo o objeto mais inanimado tem movimento suficiente para ficar na sua frente e provocar uma canelada.

20. Qualquer esforço para se agarrar um objeto em queda provocará mais destruição do que se deixássemos o objeto cair naturalmente.

21. A única falta que o juiz de futebol apita com absoluta certeza é aquela em que ele está absolutamente errado.

22. Por mais bem feito que seja o seu trabalho, o patrão sempre achará onde criticá-lo.

23. Nenhum patrão mantém um empregado que está certo o tempo todo.

24. Toda solução cria novos problemas.

25. Quando político fala em corrupção, os verbos são sempre usados no passado.

26. Você nunca vai pegar engarrafamento ou sinal fechado se saiu cedo demais para algum lugar.

27. Os assuntos mais simples são aqueles dos quais você não entende nada.

28. Dois monólogos não fazem um diálogo.

29. Se você é capaz de distinguir entre o bom e o mal conselho, então você não precisa de conselho.

30. Ninguém ficará batendo na sua porta, ou telefonando para você, se não houver trabalho algum a ser feito.

31. O trabalho mais chato é também o que menos paga.

32. Errar é humano. Perdoar não é a política da empresa.

33. Toda a idéia revolucionária provoca três estágios: 1º. é impossível -não perca meu tempo. 2º. é possível, mas não vale o esforço 3º. eu sempre disse que era uma boa idéia.

34. A informação que obriga a uma mudança radical no projeto sempre chega ao projetista depois do trabalho terminado, executado e funcionando maravilhosamente (também conhecida como síndrome do: "Porra! Mas só agora!!!").

35. Um homem com um relógio sabe a hora certa. Um homem com dois relógios sabe apenas a média.

36. Inteligência tem limite. Burrice não.

37. Seis fases de um projeto: Entusiasmo; Desilusão; Pânico; Busca dosculpados; Punição dos inocentes; Glória aos não participantes.

38. Conversas sérias, que são necessárias, só acontecem quando você está com pressa.

39. Não se dorme até que os filhos façam cinco anos.

40. Não se dorme depois que eles fazem quinze.

41. O orçamento necessário é sempre o dobro do previsto. O tempo necessário é o triplo.

42. As variáveis variam menos que as constantes.

43. Pais que te amam não te deixam fazer nada. Pais liberais, não estão nem aí para você.

44. Entregas de caminhão que normalmente levam um dia levarão cinco quando você depender da entrega.

45. O único filho que ronca é o que quer dormir com você.

46. Assim que tiver esgotado todas as suas possibilidades e confessado seu fracasso, haverá uma solução simples e óbvia, claramente visível a qualquer outro idiota.

47. Qualquer programa quando começa a funcionar já está obsoleto.

48. Nenhuma bola vai parar em um vaso que você odeia.

49. Só quando um programa já está sendo usado há seis meses, é que se descobre um erro fundamental.

50. Crianças nunca ficam quietas para tirar fotos, e ficam absolutamente imóveis diante de uma câmera filmadora.

51. Nenhuma criança limpa quer colo.

52. A ferramenta quando cai no chão sempre rola para o canto mais inacessível do aposento. A caminho do canto, a ferramenta acerta primeiro o seu dedão.

53. Guia prático para a ciência moderna: a) Se se mexe, pertence à biologia.b) Se fede, pertence à química. c) Se não funciona, pertence à física. d) Se ninguém entende, é matemática. e) Se não faz sentido, é psicologia.

54. O vírus que seu computador pegou, só ataca os arquivos que não tem cópia.

55. O número de exceções sempre ultrapassa o numero de regras. E há sempre exceções às exceções já estabelecidas.

56. Seja qual for o defeito do seu computador, ele vai desaparecer na frentede um técnico, retornando assim que ele se retirar.

57. Se ela está te dando mole, é feia. Se é bonita, está acompanhada. Se está sozinha, você está acompanhado.

58. Se o curso que você desejava fazer só tem n vagas, pode ter certeza de que você será o candidato n + 1 a tentar se matricular.

59. Oitenta por cento do exame final que você prestará, será baseado naúnica aula que você perdeu, baseada no único livro que você não leu.

60. Cada professor parte do pressuposto de que você não tem mais o quefazer, senão estudar a matéria dele.

61. A citação mais valiosa para a sua redação será aquela em que você nãoconsegue lembrar o nome do autor.

62. Caras legais são feios. Caras bonitos não são legais. Caras bonitos e legais são gays.

63. A maioria dos trabalhos manuais exigem três mãos para serem executados.

64. As porcas que sobraram de um trabalho nunca se encaixam nos parafusosque também sobraram.

65. Quanto mais cuidadosamente você planejar um trabalho, maior será sua confusão mental quando algo der errado.

66. Tudo é possível. Apenas não muito provável.

67. Em qualquer circuito eletrônico, o componente de vida mais curta seráinstalado no lugar de mais difícil acesso.

68. Qualquer desenho de circuito eletrônico irá conter: uma peça obsoleta, duas impossíveis de encontrar, e três ainda sendo testadas.

69. O dia de hoje foi realmente necessário?

70. A luz no fim do túnel, é o trem vindo na sua direção.

71. A vida é uma droga. E você ainda reencarna. (sic)

72. Se está escrito "Tamanho Único", é porque não serve em ninguém.

73. Se o sapato serve, é feio!

74. Nunca há horas suficientes em um dia, mas sempre há muitos dias antes do sábado.

75. Todo corpo mergulhado numa banheira faz tocar o telefone.

76. A beleza está à flor da pele, mas a feiúra vai até o osso!

77. A informação mais necessária é sempre a menos disponível.

78. A probabilidade do pão cair com o lado da manteiga virado para baixo é proporcional ao valor do carpete.

79. Confiança é aquele sentimento que você tem antes de compreender a situação.

80. A fila do lado sempre anda mais rápido.

81. Nada é tão ruim que não possa piorar.

82. O material é danificado segundo a proporção direta do seu valor.

83. Se você está se sentindo bem, não se preocupe. Isso passa.

84. No ciclismo, não importa para onde você vai; é sempre morro acima e contra o vento.

85. Por mais tomadas que se tenham em casa, os móveis estão sempre na frente.

86. Existem dois tipos de esparadrapo: o que não gruda, e o que não sai.

87. Uma pessoa saudável é aquela que não foi suficientemente examinada.

88. Você sabe que é um dia ruim quando: O sol nasce no oeste; você pula da cama e erra o chão; o passarinho cantando lá fora é um urubu; seu bichinho de cerâmica te morde.89.

Por que será que números errados nunca estão ocupados?

90. Mas você nunca vai usar todo esse espaço de Winchester!

91. Se você não está confuso, não está prestando atenção.

92. Na guerra, o inimigo ataca em duas ocasiões: quando ele está preparado, e quando você não está.

93. Tudo que começa bem, termina mal. Tudo que começa mal, termina pior.

94. Amigos vêm e se vão, inimigos se acumulam.

95. "Pilhas não incluídas"

96. Você só precisará de um documento quando, espontaneamente, ele se mover do lugar que você o deixou para o lugar onde você não irá encontrá-lo.

97. As crianças são incríveis. Em geral, elas repetem palavra por palavra aquilo que você não deveria ter dito.

98. Uma maneira de se parar um cavalo de corrida é apostar nele.

99. Toda partícula que voa sempre encontra um olho.


100. Um morro nunca desce

quarta-feira, novembro 7

Idéia dos outros, que compartilho


Che Guevara e os mimos da família Civita

[...] Há uma família em São Paulo que parece adorar mascotes. É um clã de origem italiana, aqui radicado há décadas. Não se sabe bem o porquê, mas alguns de seus membros exibem socialmente um inconfundível acento novaiorquino. Manias, quem sabe. Trata-se da turma dos Civita, gente boa, com negócios para os lados da marginal Pinheiros.

Os Civita adoram mascotes. Têm vários. Um dos orgulhos de sua casa de negócios atende pelo nome de Diogo. Aliás, são dois os Diogos amestrados daquele – chamemos assim – lar da marginal. Vamos falar de um deles, o Diogo Schelp (tem o Mainardi, mas este fica para outra hora). O Schelp é um espécime reluzente. Dá a patinha, busca o que o dono mandar e não gosta do que os Civita não gostam. Coisa bonita de se ver. Diogo Schelp deve andar aí pela casa dos trinta anos. Tem futuro. Cuba, Venezuela, MST etc.

Os Civita detestam tudo que cheire a povo. Externam especial repulsa por coisas como Cuba, Venezuela, MST e quejandos. Quando precisam propalar aos quatro ventos seus desapreços, chamam um dos Diogos. “Vem, Diogo, vem”. E Diogo – qualquer um deles – faz a alegria da família. “Vem, Diogo, vem, desce o chanfralho no Chávez, vem!”. E lá vai Diogo, correndo, mostrar o serviço.

Como toda boa família, os Civita têm sua sala de visitas, onde exibem tudo do bom e do melhor. A sala de visitas tem até nome. Chama-se Veja. Toda semana apresenta uma decoração nova, todas diferentes, mas iguais às anteriores, se é que dá para entender.

[...] Pois não é que depois de fazer das suas por várias vezes, exibindo língua solta contra a Venezuela e Cuba o Diogo resolveu voltar-se contra Che Guevara. Certamente fez isso depois de dar a patinha, rolar no tapete e pedir papinha, pois a vida não anda fácil.

Diogo é uma graça. Ganhou uma capa – é capa da tal sala de visitas, a Veja. A obra é hercúlea. Diogo contou com a ajuda de outro civitete de estimação, um serzinho chamado Duda Teixeira. Para fazer das suas, foram falar com vários cubanos que, segundo ambos, conviveram com Che Guevara. Não foram a Cuba, mas entrevistaram quatro que moram na mais reluzente cidade latino-americana, chamada Miami. Tem uma comunidade cubana lá que é do balacobaco. Ajudaram a eleger George e seu irmão JebBush. Gente fina.

Entre citações dos tais cubanos e sacadas próprias, a dupla DD (Diogo e Duda) saiu-se com estas:
“Che foi um ser desprezível”.
“Che tem seu lugar assegurado na mesma lata de lixo onde a história já arremessou há tempos outros teóricos e práticos do comunismo, como Lenin, Stalin, Trotsky, Mao e Fidel Castro”.
"Sua vida foi uma seqüência de fracassos".

Como a vida da dupla DD é uma seqüência de sucessos, eles podem dizer esta última frase de boca cheia. Certamente ambos vão revelar proximamente terem feito algo mais grandioso do que uma revolução nas barbas do império (desculpem o uso da expressão antiquada) ou de terem dado a vida defendendo o que pensam.

O mais legal é a especialidade olfativa dos DD. Sabem de cada uma. Vejam esta:paixões:“Che (...) não gostava de banho e tinha cheiro de rim fervido".Cheiro de rim fervido! Alguém sabe como é? Os DD, pelo visto, cultivam o salutar hábito de experimentar odores em busca de comparações espirituosas a pedido dos Civita.

E tem mais. Como estão fazendo graça, dando a patinha e tal, os DD não se preocupam nem mesmo em dizer uma coisa no início da matéria e desdizer a mesma coisa linhas abaixo. Pois vejam só:“Desde o início, Che representou a linha dura pró-soviética, ao lado do irmão de Fidel, Raul Castro”.Lá adiante, a dupla do barulho fala assim:“Che também se tornou crítico feroz da União Soviética”.

Os Civita devem adorar. Os Civita gostam de dinheiro, poder e publicidade oficial, da qual suas revistas andam cheias. O governo deve gostar muito dos Civita e de seus mascotes, para dar esse ajutório todo.esportes:
Mas deve haver uma hora que os DD cansam um pouco a família lá da marginal. Mesmo vivendo toda hora na sala e se exibindo para as visitas, há sempre um perigo maior.O de fazer xixi no tapete.

Foi o que aconteceu agora. Graça demais não tem muita graça não.

Gilberto Maringoni, jornalista e cartunista da Carta Maior, é doutor em História pela Universidade de São Paulo (USP) e autor de “A Venezuela que se inventa – poder, petróleo e intriga nos tempos de Chávez” (Editora Fundação Perseu Abramo).
*Reproduzido por entender que esta Veja merece resposta.

segunda-feira, outubro 29

Paz na terra




Tem pessoas que são importantes para mim. A elas, as minhas honras, principalmente quando se apagam velinhas. Foi o caso de minha irmãzinha, que é mãe de primeira viagem. Liliane, AF Neto e a cria deles, Sara. Coisa mais sorridente, às vezes. Peço a Deus que a alegria desses momentos perdure.

sexta-feira, outubro 26

Um Quarto melhor que muitos


Quarto das cinzas. O nome é meio esquisitão. Não sei exatamente (nem inexatamente) de onde surgiu, mas, independente disso, o grupo tira um som esperto e está buscando um lugar ao sol. A crítica já o acolheu, tecendo loas a esta novidade do cenário musical, que tem marca própria, dentro de uma originalidade melódica. Apesar de ser daqui, o trio mudou-se para as terras paulistanas, onde corre o ouro e abre as portas de forma bem mais efetiva a quem pretende lançar-se em carreira artística.

Ontem a noite, tive o prazer de novamente ouvir in loco o Quarto da Cinzas no Amicis. Local agradável, quando o público não comparece em peso, como foi o caso nesta quinta-feira. O duro é ter de esperar até uma da manhã por uma apresentação prevista para 10 da noite. Mas tá valendo! Boa sorte e que tudo continue no mesmo clima.

quinta-feira, outubro 25

Algo como o inferno





Tem certas coisas que não mudam nunca. Uma dessas é o cinema engajado europeu. Sempre bem pessimista no olhar à sua classe operária. A única saída é render-se ao capitalismo impiedoso e migrar para o paraíso norteamericano. Algo Como a Felicidade, tcheco/germânico não foge à regra. O cenário é daqueles que busca causar angústia na platéia, de tão poluído quando ao ar livre e de tão reduzido quando em recintos fechado. Paranóia de diretor do leste europeu é mostrar a sucata da produção industrial obsoleta imposta sem dó nem piedade pelo imperialismo soviético. Ladas e trabants por todos os lados. Empilhados e recortados.

Bem, desta vez, ao meus olhos, o Omelete (http://www.omelete.com.br/cine/100006852/Algo_como_a_Felicidade.aspx) deu uma fora, ao conferir 3 ovos a este filme. É uma abordagem sobre o que se passa em meio ao proletariado da República Tcheca, mostra seus sonhos e relações sociais. A felicidade não está no consumismo, mas em manter o humano que existe em cada um, por mais sacrificante que isso possa ser. Vale deixar de alimentar os sonhos para dar conta do presente.

Só não entendi a fixação que esses tchecos tem em banheiras. Tchecos que usam camisas do Sepultura.

quarta-feira, outubro 24

Caçando pipas e cifrões


Conclui finalmente a leitura do “Caçador de pipas”. Poderia, definitivamente, ter ficado sem este. Mas de tão laureado, resolvi ir até o fim para encontrar alguma coisa que minimamente justificasse tanta fama. Confesso que não encontrei. Livrozinho dentro dos padrões normais de temperatura de pressão, que poderia ter sido escrito por qualquer Sidney Sheldon ou Frederick Forsyth da vida.

O escritor afegão Khaled Hosseini, residente do coração do Estados Unidos, não herdou nenhum traço cultural do seu antigo país, ao visto. Pelo contrário, os valores impostos ao leitor desavisado são bem ocidentais. Estória comezinha, de violenta vertente sentimentalóide, sem deixar de dar suas alfinetadas no Talibã e na gestão socialista títere da ex-União Soviética. O grande barato era o Afeganistão monárquico onde os homens de bem eram respeitados por suas virtudes e suas posses. Passo batido nestas abordagens etnocentristas. O filme sobre o romance já está sendo rodado (vide foto acima), do qual passarei ao largo.

domingo, outubro 21

Entre a meia-verdade e a mentira


Para frustar a um monte de gente, Kimi é o novo campeão de F-1. Deram um jeitinho de o Felipe Massa abrir passagem e assegurar o campeonato para o companheiro ferrarista. O mais trágico foram as inúmeras tentativas galvaneanas de tentar explicar a manobra que tirou do brasileiro a vitória.

É que há uns anos, houve um maior pára pra acertar na catinguria porque em um belo domingo de sol o Rubinho, obedecendo ordens da equipe, deixou espalhafatosamente o Schumacher ultrapassa-lo, o que viria mais tarde ser considerado uma atitude anti-esportiva, que de forma quixotesca estaria pondo um ponto final na competitividade da F-1. Conversa daqui, fofoca dali, acertou-se que outras situações como aquela não se repetiriam a bem do esporte. Os infratores seriam irremediavelmente punidos.

Mas não é o que de fato aconteceu. Massa flagrantemente deixou Kimi passar, quando tinha todas as condições de vencer a prova. Foi o suficiente para o colega de equipe ganhar o campeonato e deixar a ver navios os adversários da Mac Laren. Sagrou-se campeão o que menos chances matemáticas tinha e por isso era considerado azarão, graças a providencial tirada de pé do Felipe.

O Gavião Bueno não tardou a deitar-se em explicações. Falava que aquela ultrapassagem foi cuidadosamente dissimulada para não parecer que o campeão foi favorecido por instruções do boxe. É que qualquer outra equipe faria o mesmo. E que se fosse o favorecido o Felipe, também aconteceria a mesma coisa. É que a tapeação vale desde que seja escondida de um olhar de um débil mental, já que o locutor da Grobo morreu de explicar que existe um jeito certo para enganar o público e em sendo assim estava valendo e ninguém podia reclamar de nada. Não precisa ser honesto, basta minimamente parecer que é mesmo todos sabendo que não é. E estamos conversados. É a ética do brasileiro.

Resumo da ópera. Até ser ultrapassado para companheiro de equipe assegurar o título o Felipe faz bem melhor que o Rubinho.

sexta-feira, setembro 28

Muito além do rock'n roll


A primeira cena de violência de que me lembro, em minha vida, eu fui a vítima. Aconteceu quando tinha cerca de quatro anos. Fui empurrado por um amiguinho de infância de um muro baixo e cai de cabeça em cima de uma pedra. Resultado: quatro pontos da testa e uma cicatriz que me acompanha até hoje. Recordo-me também do aperreio de minha mãe me levando para um pronto socorro.

Naqueles tempos, os atos de violência que presenciávamos no mundo real não eram muito de incomodar ou preocupar. As brigas não tinham conseqüências mais graves, senão algumas escoriações. Também ninguém ou nada era responsabilizado por ter induzido outrem às práticas de selvageria. Cada qual era o próprio responsável pelas brutalidades que se cometia. E, portanto, precisava de alguma reprimenda ou uns corretivos para coibir a repetição daquelas atitudes indesejáveis para o convívio social. Afinal, éramos crianças e ainda não havíamos absorvidos totalmente as regras do mundo adulto.

Hoje o cenário é completamente diferente. Todos têm culpa pela violência praticada, menos os seus próprios protagonistas. Abre-se o jornal e se lê em letras garrafais que três turistas foram alvejados pela polícia porque não pararam diante de uma ordem da autoridade. Um vai ficar paraplégico. Mas a responsabilidade não são daqueles que alvejaram os ocupantes do veículo, em vez de atirar nos pneus ou procurar barrar a fuga dando um tranca, como se vê em vídeos policiais gravados nos EUA e exibidos na TV. Afinal, são tantos os policiais que morrem pelas mãos de marginais que diante do perigo iminente, nada mais aceitável do que disparar contra prováveis bandidos.

Também não se pode dizer que foram os alvejados os culpados. São inúmeros os relatos de testemunhas vítimas de marginais que se utilizam de carros e roupas de policiais para realizarem seus ilícitos de cada dia. Nada mais normal do que não crer numa ordem de parar e procurar desesperadamente escapar.

Mas não é só o medo que move as reações desproporcionais. É comum se ver determinados especialistas do ramo querer culpar os meios de comunicação, os jogos de videogames e computadores, os noticiários, os filmes, as músicas e tudo o mais pela explosão irracional de violência. Até monges budistas estão entrando no cacete lá pras bandas do Miammar, contrariando todo o fetiche pacifista que a religião de Buda mostra através Dalai Lama e seus seguidores.

Recordo-me na minha infância que meu pai e meu avô eram incapazes de me presentear com uma arma de brinquedo, elemento indispensável na popular brincadeira de bandido e ladrão. Eu tinha de improvisar a minha pistola laser com algum jogo de montar tipo lego ou montebrás. Nem por isso deixava de disparar balas imaginárias contra meus parceiros de brincadeira, mesmo que a arma fosse apenas improvisada com os dedos.

A julgar pelo nível de violência imaginária que vivi em tenra idade, era para eu ter me tornado um troglodita, tipo esses que andam por aí, se achando os maiorais, na visão da psicologia moderna. Mas nunca cheguei efetuar um disparo de vera. Não me envolvia em brigas, a não ser alguns bate-bocas por conta dos rachas de futebol. Há a índole de cada um pesando na escolha do caminho a seguir, mas certamente, a falta de limites existente nos dia de hoje, está concorrendo para o salve-se quem puder. E não será apenas se criando novas ideologias pacifistas que este mundo vai se endireitar. No dia de Cosme e Damião, pensei um pouco nisso tudo.

quarta-feira, setembro 26

Tropa de elite versão pirata


Sangue da Cidade, Titãs, Tihuana, Fausto Fawcett compõem a trilha sonora do Tropa de Elite, o mais visto filme brasileiro antes do lançamento. A distribuição de uma cópia pirata do filme está fazendo o estrago. Mas, com certeza, não será suficiente para reduzir a bilheteria. A história faz juz à fama adquirida rapidamente. Ironia do destino um filme que é um libelo contra a corrupção desenfreada que grassa no país chegar aos lares através de mãos criminosas da contravenção.

Mas não há nada de novo nessa história. Pelo menos, não para mim. A truculência dos policiais, a violência das ruas, os bacaninhas classe média alimentando o tráfico com o consumo de drogas, ou mesmo se prestando ao papel de avião, a corrupção de lado a lado, políticos pelo meio, a colaboração de ONGs supostamente sociais com o comando do tráfico nas favelas. O cenário é o Rio de Janeiro. Mas o quadro é cada vez mais copiado por todas as metrópoles. O Bope, batalhão de operações especiais, é o mesmo Gate. O cenário é de guerra.


Apesar da familiaridade com as cenas exibidas, que mais parecem tiradas de um noticiário televisivo, as imagens não perdem o impacto. É como meter um dedo na ferida para ver se ainda dói. E dói. No final, ficamos com a idéia de que a violência continuará se repetindo indefinidamente em nossa sociedade, sob o olhar complascente dos que se locupletam com a situação, quando, na verdade, deveriam exercer um controle. E todos, sem exceção, contribuem de alguma forma para a perpetuação deste quadro.

terça-feira, setembro 25

Olha o golpe!


Existem as pessoas e os argentinos. Mas este conseguiu extrapolar. Leiam a matéria abaixo, publicada em jornal platino, que está no portal O Globo.

Uma mulher de 82 anos vai se casar com um homem de 24 anos na próxima sexta-feira (28), na cidade de Santa Fé, na
Argentina .


Segundo o jornal argentino "Diário Uno", os dois se conheceram há dez anos, após a morte da mãe dele.


O diário relatou ainda que teve que batalhar para convencer o casal a dar uma entrevista. Mas, assim que conseguiu, o repórter conta que foi recebido com simpatia tanto por Adelfa Volpes como por Reinaldo Waveqche, os noivos.


“Resolvemos contar nossa história, que está carregada de amor, respeito e sinceridade”, afirmou ele. “O amor não tem limites.”


Ela completou: “Nosso amor nasceu na base do respeito, nos momentos alegres e tristes. Eu o conheço desde que nasceu e quando a mãe dele, que era minha grande amiga, morreu, o Reinaldo passou a viver comigo”, disse Adelfa. “Desde o primeiro dia de convivência nos completamos. Eu sempre vivi sozinha e dividir a minha vida com alguém foi uma experiência distinta”, falou.


Reinaldo tem mais dois irmãos, mais velhos e que estão casados. “Mas eles não têm uma boa relação”, disse ela.“Tenho certeza que muita gente vai acreditar que só estou me casando para ficar com os objetos materiais, mas não é isto. Depois de seis anos de noivado e convivência, o Registro Civil não vai mudar nada”, afirmou ele, que conta passear bastante com ela e fica como responsável pela limpeza da casa.

quarta-feira, setembro 19

Vida a quem merece

Em agosto do ano passado, soube de um acontecimento que me abalou. O namorado de uma amiga, Vânia, estava internado porque havia um tumor de grandes proporções alojado próximo de sua coluna. Já havia perdido os movimentos dos braços e das pernas, por conta da pressão sobre a medula. A progressão da paralisia foi meteórica. Havia chegado andando para uma consulta médica em um dia e 48 horas depois ficou tetraplégico.

Foi submetido a uma cirurgia de emergência de alto risco, para a retirada do tumor. Até então, eu não sabia sequer o seu nome, mas havia me condoído com a situação nada animadora do seu diagnóstico, por conta da ligação de amizade que tenho com a sua namorada. Temi pelo seu destino. Não imaginei que ele pudesse escapar ileso de um cenário tão desfavorável.

Mas foi exatamente o que aconteceu. Um ano e várias sessões de radioterapia depois João Elias está completamente curado, e pronto para uma vida saudável, doravante. Eu finalmente o conheci no final de semana passada, quando estive em Sobral, sua cidade natal. Conversei com ele para conhecer melhor a sua história.

Ele me contou que começou a sentir uma dor nas costas, na altura do ombro. Pensou que fosse muscular e por conta própria medicou-se com relaxantes. Porém a situação progrediu para uma dormência no braço direito. Quando Viajou a Fortaleza, no ano passado, para uma consulta, percebeu que não mais podia levantar o braço direito. Após a consulta, no dia seguinte, não tinha força para levantar nenhum dos braços. E no outro dia, quando retornou ao médico não conseguia sequer andar.

A situação cada vez mais dramática foi acompanhada de perto pela Vânia, que não tinha facilidade de aceitar a situação em que se encontrava o seu namorado. E também era a pessoa que primeiro tomou conhecimento de toda a gravidade da situação. Se esforçava para conter as lágrimas, que em muitos momentos foram incontidas.

O único que se manteve verdadeiramente calmo foi João Elias. Ele me revelou que em nenhum momento acreditou que não iria sobreviver à cirurgia, mesmo sabendo dos riscos. Talvez até duvidasse dos alarmes feitos pelos médicos. Antes de tomar a anestesia, foi indagado pela enfermeira se havia tomado algum tranqüilizante dada era a sua fleuma. Ele afirmou que não, mas que a sua tranqüilidade era somente conferida pela fé de que tua iria correr bem, e que em poucos minutos estaria novamente acordado e são.

Dormiu sob os efeitos dos anestésicos. Quando retornou a si, estava entubado na sala de UTI do hospital. A cirurgia não tinha sido tão rápido quanto esperava. Foram quatro horas e quatro cirurgiões participaram na remoção do tumor. Sem sentir nenhuma dor, mínima que fosse, logo que abriu os olhos tentou erguer o braço. E conseguiu. Da terapia intensiva para o quarto do hospital foram cinco dias, e de lá para a rua foram mais cinco. Dez dias após a alta estava andando de bicicleta, para desespero dos familiares e da Vaninha.

Conhecer e conversar com o João Elias foi muito bom, até para fortalecer a minha fé. Agora eles planejam um futuro, que desejo formado de muitos e muitos anos. Sorte a todos.

sábado, setembro 8

De costa e a costa


Dizia o governador e senador Virgílio Távora, em tom de pilhéria, que o Ceará é o centro do universo. Ou, pelo menos, assim, na visão dele, pensavam os políticos locais. Outro cara que conheci, sem nenhum sarcasmo, se considerava o centro do universo. Porque se fossem medidas as distâncias a direita, a esquerda, acima e abaixo dele encontrariam a mesma grandeza, seja ela qual fosse. Uma questão meramente física, geométrica ou espacial.

Dito isso, qualquer um pode se sentir tão eixo da mecânica celestial sem nenhum demérito para os demais. É somente um ponto de vista. Mas, convenhamos, isso não deixa de ter alguma ponta de magalomania, mesmo sendo a retórica rigorosamente verdadeira.

Escrevo estas mal traçadas porque tenho acompanhado de perto o surgimento do que seria o novo rap brasileiro. Assim imaginam os componentes do grupo Costa a Costa, que traduz no mais genuíno e criativo estilo o que se passa no gueto do gueto do gueto do gueto. Sendo o primeiro o Nordeste, o segundo o Ceará, o terceiro, a capital e o quarto a periferia da Capital . Ele não tem nada além do que mixtape gravada, reúne pouquíssimos fãs em suas apresentações, mas possui ao seu lado talento e criatividade.

A palavra nas letras deste rap (que lida com ritmos e suingues bem brasileiros) traz um retrato ampliado pela lupa da sensibilidade do que se passa nos corações e mentes dos que estão um pouco (ou muito) deslocados do eixo do consumo. Ou do consumismo. Mas, ao mesmo tempo, também querem andar de nike, colocar onças e dólares nos bolsos, desfilar de carro importado e outros bens supérfluos ou duráveis apostos em notas comerciais em todos os veículos de comunicação.

Costa a Costa veio para puxar a bandeira do resolva-se por si só sem esperar piedade de ninguém e para incomodar tantos quantos for possível. Se não der para progredir por vias normais em busca dos seus sonhos (notadamente os pagos com cash), a rua é o campo de batalha e você é o guerreiro que pode operar quaisquer armas. Seja um golpe boa noite cinderela, seja desdobrando o broto com rum, ou repassando poeira que passarinho não cheira para os bacaninhas zona sul. Afinal de contas, muito de vocês não sabem sequer quem são seus pais, porque então seguir algum manual de ética ou de moral?

Há quem diga que as mensagens do Costa a Costa são de puro otimismo (vide matéria veiculada recentemente no jornal o povo http://www.opovo.com.br/opovo/vidaearte/726875.html), contrariando a tendência de grande parte do rap nacional que transita entre a lamentação e o inconformismo, passando pelo desabafo em razão do sofrimento imposto aos periféricos irmãos. Mas na minha visão, o que se desenha a cada nova faixa é uma crônica do dia-a-dia na cidade vista pelo outro lado do fumê de hilux, mercedes e outros importados, ou de fora das grades dos condomínios antevistos pelo Rappa.

O talento é patente. Mas o segredo do sucesso pode passar ao largo dele, vide o entulho musical que reina absoluto em todas as ondas de rádio, em todos os palcos, em todas as regiões do pais. Chegar ao topo, mesmo tendo conteúdo é tarefa árdua, aonde não se chega atropelando os outros. Por mais impactante que isso possa ser.

domingo, setembro 2

Viagem ao coração


Há tanto o que se fazer

O que construir o que regar

Enquanto gente se perde

Em planos mirabolantes

Queixa-se da ineficácia

Da tecnologia

Da falta de recursos

Econômicos e científicos

Para se alçar ao espaço

E fincar os pés na lua

sábado, setembro 1

Javier Cercas - A Velocidade da Luz


Acho que no futuro esta geração será marcada como a de busca obsessiva pelo sucesso. Não existiu outra que produziu tanta cultura de auto-ajuda, através de todos os meios. As revistas até precisaram criar uma categoria própria nos livros mais vendidos por conta do consumo voraz deste tipo de produção. A última onda do momento é o livro o Segredo que surgiu a partir de um vídeo do mesmo nome. O livro é novo, mas a fórmula é antiga. Basta querer e tudo se resolve. Um passe de mágica dado de forma contemporânea, apesar de não menos fantasiosa.

Mas o que se fazer quando se alcança o sucesso, a satisfação dos seus desejos? É a resposta que o livro A Velocidade da Luz, do espanhol Javier Cercas nos dá. Ou melhor, nos faz refletir. O romance, contado de forma a criar sempre o desejo pela busca de respostas, narra a estória de um escritor ainda inédito que criticava o sucesso obtido por outros escritores, que pelas suas críticas não mereceriam tantos leitores. Ele viaja para ensinar literatura espanhola nos Estados Unidos e se transforma em amigo de um colega que lutou no vietnam antes de se tornar docente em uma pequena universidade do interior norteamericano.

Depois de muitos percalços, o espanhol escreve um livro que se torna sucesso e a partir daí, a roda-vida do olimpo alcançado passa a desconstruir o seu lar, os seus valores e os seus conceitos. Por várias vezes, ele nos remete a pensar que as pessoas são bem melhores antes de conseguir a projeção social impulsionada pela fama de alguma realização. Os melhores livros são os que não fazem tanto sucesso em seu tempo, os mais belos quadros só foram valorizados após a morte de seus autores, e por aí vai.

Este livro não está ainda entre nos catálogos dos mais vendidos, apesar de seu autor se hoje laureado como um dos melhores escribas espanhol da atualidade. Foi escrito em 2.005, e acho que ainda fará sucesso. Recomendo a leitura. Não vou me alongar para não tirar a boa surpresa da leitura dos que irão ler. Mas há algumas referências na net. É só usar o sacado
google.

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PS. Já estamos em setembro, e passamos incólumes pelo mal afamado mês passado. Com a graça do meu bom Deus.

segunda-feira, agosto 27

Que caldo que nada!



Tem gente que não é Joseph Climber, mas não desiste nunca. Da mesma forma como ela arrebatou a sua body board do bagageiro do avião, Kaká conquistou o seu merecido prêmio no torneio Surf-Unindo, realizado na Taíba, para a honra de nossa tribo . E o melhor é que no troféu está gravado o dia do seu aniversário, que aconteceu no mesmo dia da disputa. Como não apareceram outras meninas com coragem de enfrentar as ondas do agitado mar taibano, ela conseguiu a sua conquista em meio aos marmanjos. Quem tem competência, se estabelece! Rendo aqui as minhas homenagens!!!

quinta-feira, agosto 23

O meu Neo


Uma amiga minha contou-me que seu filho, após ganhar de brinde do Mc Donalds uma réplica do Shrek, que imita arrotos do personagem, passou a adotar comportamento semelhante. E não adiantou as reprimendas que vem recebendo para mudar o novo hábito incorporado à sua rotina. Amiguinhos no colégio que também receberam o mesmo brinde reforçam os barulhentos arrotos repetidos a cada oportunidade. O que antes era visto como um mau comportamento, ou falta de educação, agora é visto apenas uma brincadeira de petizes, motivo de risadas. Os pais que se acostumem com a idéia de que exercem cada vez menos controle sobre a conduta dos filhos. O poder está nas mãos da mídia.

Como se trata de um comportamento de criança visivelmente induzido a partir de um artefato criado com o objetivo de gerar vendas de junk foods e uma geração de obesos, o fato, em si, já gera preocupação. Mas apesar deste exemplo tão claro de como o mundo vem sendo moldado, a cada dia, ainda continuamos nos comportando como se estivéssemos dentro da matrix. Vivemos não uma vida que escolhemos, mas que nos é imposta, a cada momento, a cada segundo, pelas mais diversas formas de persuasão existentes.

Podemos adotar como exemplo a música que as pessoas aparentemente escolhem para gostar. Hoje, por onde se anda, percebe-se o quanto os forrós produzidos em escala industrial conquistam corações e mentes. Até parece que sempre se gostou deste estilo, desde até antes de nascer. Não há nenhuma reflexão de como as pessoas adotam um ritmo de vida, como se fosse o mais natural dos comportamentos. É mínima a percepção de que as músicas reproduzidas pelas calcinhas pretas da vida são encomendadas por um empresário que forma um grupo de músicos assalariados e passa a trabalhar em péssimas condições com o único objetivo e enriquecer o detentor dos bens de capital (instrumentos, contratos de shows, ônibus para o transporte do grupo, palcos, equipamentos de som). Com tanto dinheiro investido, o capitalista precisa ser bem remunerado. Os demais participantes do sucesso, que se conformem com as migalhas que irão sobrar, e um pouco de fama, fruto da comprada exposição na mídia.

A maioria das pessoas talvez não imagine que para as músicas produzidas industrialmente chegar aos seus ouvidos há um longo caminho cheio de percalços, pagamentos mafiosos, jabás e troca de interesses percorrido. O dono da banda grava um CD e paga para que as emissoras de rádio e televisão divulguem a exaustão aquelas músicas e aqueles pseudoartistas que certamente não teriam espaço em mídia não fosse isso. A cada nova cidade conquistada pelos piratas musicais, a rotina se repete nos meios de comunicação local. Páginas de jornais tecem loas, como se aquele sucesso fosse fruto de alguma genialidade. Estamos dentro da Matrix. O que parece ser real, não o é. O sucesso produzido a toque de caixa é apenas uma parte da engrenagem. O cenário real, apesar de sólido, passa despercebido com a cortina de fumaça da empulhação midiática. A maioria se encanta com o canto da sereia e consome a exaustão um grande entulho cultural. Não há vozes suficientes para demonstrar esta realidade, nem ouvidos querendo saber dela. O que vale é o prazer de a exibição de sensualidade explícita, movida muitas vezes a dançarinas de shape duvidoso e a satisfação dos seus instinto ele.

Esta é apenas uma das inúmeras facetas que nos são impostas. A cada objeto de consumo existe uma indústria invisível, ou até mesmo visível por trás. Marcas de grife, alimentos exóticos, expressões culturais, tudo com o objetivo de avolumar ainda mais a nuvem de dólares que circula o planeta a cada nova abertura da bolsa de valores. E como são escassas as mentes que se opõem a esta colonização movida a ouro! Por isso, muito me anima presenciar a lucidez de um Ariano Suassuna, que hoje soa como personagem de Cervantes que ele tanto gosta, mas que infelizmente não é capaz de trazer todos a uma compreensão maior do que seja a vida.

segunda-feira, agosto 20

A morte entre nós


Tenho amigos que falam que não há nenhum perigo latente ao se criar estas feras. Que cada animal simplesmente se amolda às características do dono e adota a sua personalidade. Uma pessoa gentil e cortês será o espelho do comportamento do cão social e amistoso. Não sei se realmente alguém acredita nisso, se está se iludindo ou simplesmente gosta de ter uma arma carregada apontada para a cabeça. A diferença entre o Pitbull, e uma pistola é que a pistola precisa de alguém para disparar. A fera escolhe a sua vítima a seu bel prazer, sem dar nenhuma indicação de quando vai disparar o ataque.

O que sei é que as chacinas são recorrentes. Desta vez a vítima foi uma criança de apenas quatro anos. Tainá (vide matéria abaixo) foi trucidada por dois pitbulls, quando tentava adentrar na casa de uma vizinha. A proprietária das feras era uma senhora de 71 anos, que possivelmente via nos animais uma chance de se defender da violência que campeia o país, e atinge principalmente os incautos. Se o animal adota mesmo o comportamento de seus donos, estes pitbulls deveriam estar preocupados com o reumatismo e não amolando os dentes em cima de uma criança.

Não consigo imaginar que uma velhinha muito mais pra lá do que pra cá, tenha induzido nas mentes doentias dos pitbulls um temperamento irascível, que o deixaram mentalmente descontrolados ao ponto de assassinar uma criança que não poderia apresentar nenhum perigo. Mesmo se Tainá tivesse portando uma arma de fogo, não teria força suficiente para disparar o gatilho, certamente.

Não foi o primeiro caso, e está muito distante de ser o último. A maioria das pessoas simplesmente não crê que eventos da mesma natureza possam se repetir. Matérias em jornais e televisão irão se repetir, mais uma vez fazendo contraponto entre vítimas e proprietários de cães, vencendo sempre aquele que tive o melhor argumento. Países como a Inglaterra já impuseram através de legislação o fim desta raça doentia, que não há um único registro de atos de heroísmo. Enquanto de covardia são cada vez mais compus. Basta só dá uma checadana Internet. No google, ao se digitar as palavras “Pitbull mata” vão surgir 236 mil resultados em 0,12 segundos.


Menina de 4 anos é morta por 2 pit bulls





Tainá Figueiredo dos Santos morreu às 3h de ontem, após ser atacada, no domingo, pelos cães de uma vizinha, em Ubatuba

A dona dos cachorros tinha convidado a menina para almoçar mas, segundo relato da família de Tainá, esqueceu de prendê-los

FÁBIO AMATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

Uma menina de quatro anos morreu ontem, em Ubatuba (224 km de São Paulo), após ser atacada, no domingo, por dois pit bulls de uma vizinha.
A dona dos cães, de 71 anos, está sendo investigada sob suspeita de omissão de cautela na guarda de animais, delito da Lei das Contravenções Penais que prevê prisão de dez dias a dois meses, ou multa.
O ataque foi por volta das 12h20 de domingo. A dona dos cães, identificada apenas como Cleusa, havia convidado a menina Tainá Figueiredo dos Santos para almoçar.
Segundo a família de Tainá, Cleusa se esqueceu de prender os pit bulls, que avançaram sobre a criança logo que ela entrou na casa.
"As duas [Cleusa e Tainá] eram muito amigas, gostavam muito uma da outra, tanto que se tratavam como netinha e avozinha", contou ontem a mãe de Tainá, a faxineira Elizabeth Figueiredo de Souza, 36.
"Apesar de serem muito ligadas, a Tainá nunca tinha entrado na casa da dona Cleusa, justamente porque a gente tinha medo dos pit bulls. Mas dessa vez ela insistiu para que a minha filha fizesse companhia para ela no almoço. Eu e meu marido acabamos deixando", afirmou a mãe da menina.
Tainá foi socorrida por vizinhos, que conseguiram afastar os cães e levar a menina ainda viva para a Santa Casa de Ubatuba. A menina sofreu duas paradas cardíacas e morreu por volta das 3h de ontem.
O diretor técnico do hospital, Marcus Alexandre de Souza, disse que Tainá tinha ferimentos graves na cabeça e perdeu parte do couro cabeludo. Ela foi operada para conter sangramentos e reconstruir a coxa esquerda e uma das orelhas.
"Tainá deixou a sala de cirurgia consciente e chegou a conversar com o pai, mas teve uma crise convulsiva de repente e uma parada cardíaca. Foi reanimada, mas sofreu nova parada cardíaca pouco depois. Então, não voltou mais", disse Souza.
A reportagem não conseguiu localizar ontem a dona dos dois pit bulls.
A mãe de Tainá disse que não responsabiliza a vizinha pela morte da filha. "Foi irresponsabilidade dela, mas não acho que ela é culpada pela morte da minha filha. Foi uma fatalidade."

domingo, agosto 19

Entre o ser e Deus


O homem é o ser que mais se assemelha ao vírus. Enquanto os demais animais tendem a se harmonizar com a natureza que os acolhem, os humanos destroem tudo o que está em volta e migram para outra região fértil após por o meio ambiente em ruínas.

São idiotas os que fazem a guerra, os que a defendem e os que as combatem pensando que estão trabalhando para construir a paz. São idiotas os que têm preconceitos e o que querem se projetar a partir dos preconceitos de outrem. São idiotas os machistas e os que pensam que as feministas são o caminho para uma sociedade mais fraterna. São idiotas violentos, os truculentos e os que fazem campanha contra a violência sem estender uma mão solidária aos tantos que necessitam.

É cada vez mais presente o sentimento na humanidade que tudo está se tornando cada vez mais perigoso. As ferramentas mais engenhosas que deveram servir para tornar o homem mais feliz estão se tornando em riscos graves. Quem diria, há 20 anos, que um computador seria a porta de entrada nos lares para a pedofilia, os golpes financeiros milionários, os abusos sexuais, a pornografia, a escatologia, e outras coisas tão estranhas quanto bizarras? O perigo espreita em cada esquina, em cada recanto do planeta, por melhor IDH que possa ter o país Estão ficando menos raros os casos infanticídio, serial killers, tráfico de mulheres nas regiões onde perduram as melhores condições de vida.

Em meio há tudo isso, há sempre os espertalhões que procuram relativizar o certo e o errado, como se isso fosse apenas mero ponto de vista. A globalização aproxima pessoas com posturas moral, social e ética mal anjambradas, transformando em guetos o que até bem pouco tempo era considerado psicopatia, doença social ou tara. Todo mundo que o direito de continuar praticando seus vícios de estimação e ser considerado dentro dos padrões normais de temperatura e pressão.

Mas não há porque os condenar. Afinal de contas o mundo deu esses passos certo que estava caminhando em busca da compreensão, da fraternidade, dos direitos humanos. Ontem, como hoje, a presença de elementos altamente belicosos em elevados cargos políticos é o mero resultado do conceito que só se tem a paz se houver a guerra. Frase repetida tanto em música do ministro Gilberto Gil, quando no 1984 de George Orwell.

Não vai se chegar a lugar nenhum pensando que só combater idéias com se considera degeneradas é que haveremos de construir um lugar melhor para se viver. Longe disso. O cenário recomenda que se adote uma metodologia equivalente ao desarme de uma bomba relógio que está presente e não se pode simplesmente detona-la destruindo tudo que está em volta, ou fazer de conta que ela não existe. É necessário conhecer a função que cada fio executa no coração da engenhoca, para que saibamos o que deve ser cortado e o que deve ser mantido. Como se diria no bom popular, matar o gado para exterminar o carrapato não nos livra do problema. Todos conhece a frase, mas muito poucos se interessaram em decifrar a biogênese dos males que afligem a humanidade, entender como determinadas idéias toscas se transformam em hegemônicas ou qualquer coisa semelhante a isso. Os preconceitos, as richas, as taras, os desvios só prosperam em campo fértil para tal.

sexta-feira, agosto 17

Dias de pânico


Os Estados Unidos espirra, o Brasil gripa. Esta era uma máxima que sempre se ouvia nas análises econômicas da conjuntura mundial. Parece que as coisas mudaram um pouco mesmo com a aparente alta do dólar, sem aquela força toda. Mas duas coisas me chamam atenção nesta barafunda: Primeiro, por que a gente tem de pagar pela explosão da bolha imobiliária nos Estados Unidos? Só porque valorizaram demais, além da conta os prédios, fizeram empréstimos irresponsáveis dando como garantias imóveis supervalorizados, o mundo que arque com as conseqüências. Segundo é a crônica de uma crise anunciada. Esta tão explosão da bolha vinha sendo anunciada em verso e em prosa há vários meses, e quando a coisa desanda mesmo, todo muito faz beicinho de surpreendido, como se tivesse acabado de pousar um disco voador vindo de vênus, já que se fosse marciano a surpresa não seria tão grande.

O mais patético de tudo isso foi ver a imprensa local totalmente alheia aos fatos econômicos mais importantes. Na sexta-feira passada, após a bolsa dos Estados Unidos assinalar uma queda brusca, nada nos jornais da cidade. Repórteres daqui se voltam tanto para o próprio umbigo que são incapazes de perceber as repercussões que um balaco-baco desses causa. Não é por nada, mas eu esperava mais dessa turma tão especializada. Sem nenhum demérito, para os coleguinhas, que são competentes. Mas que voaram, voaram todos.

Apesar da relativa segurança com que o país vem tratando esta crise saída das terras do norte, ainda há algumas questões na área econômica que me cheira muita enrolação. Uma é o preço da gasolina. Como é que o Brasil varonil é autosuficiente em petróleo e ainda pagamos os mesmos valores de combustíveis que irmãozinhos que não produzem uma gota, sequer? Falam porque é pra petrobras não perder competitividade. Mas para que raios serve esta competitividade se não temos nenhuma vantagem? Eta povinho pra enganar nós! E é claro, como todos sabem, que tais coisas tem impacto em toda a cadeia produtiva, elevando o custo de vida de forma indiscriminada, independente da faixa econômica da população.

Que post mais chato esse...

Quem sabe, no próximo, eu fale de coisas mais simpáticas, como o Ariano Suassuna...

quarta-feira, agosto 8

O que foi mesmo?


A realidade é absoluta? Existe uma verdade imutável e tangível? Desde que o homem descobriu a física quântica que tem como princípio a incerteza sobre a posição ou a velocidade de determinada partícula parece que tudo relativizou-se. Não só os conceitos sobre o universo material conhecido, como também os valores sociais. Já vi antropóloga questionando até a presença do extinto materno na raça humana, como se este fosse um comportamento apreendido e não herdado genética ou espiritualmente.

Não é tarefa fácil compreender as forças que regem o universo. A saída mais simples para as perguntas fundamentais seria definir que tudo acontece por acaso. A vida surgiu sem nenhuma finalidade específica, foi tão somente um acidente provocado por uma série de fatores aleatórios. Fatores estes que, dependendo das circunstâncias, poderiam se repetir aqui e ali.

Se tudo tende a dispersão e a desorganização, por que algumas coisas têm uma arquitetura tão perfeita, incapaz de ser imitada pela mão humana? Uma vez ouvi uma frase que diz mais ou menos assim: “Acreditar que tudo se formou a partir de um big bang, é o mesmo que imaginar que de uma explosão em uma gráfica poderá surgir um dicionário”. Nas questões de probabilidades todos os cálculos para justificar a existência do universo soam absolutamente grotescos. E imaginar que estamos sós no meio da imensidão é considerar um monumental desperdício de espaço, como diria determinado personagem no filme de Robert Zemicks.

Amplidões tão imensas têm ecos perceptíveis no mundo microscópio, ou infra-microscópio. Olhando para o céu o homem imaginou a existência do sobrenatural. Pelo menos na maioria das culturas conhecidas sempre há o espaço para a divindade, por mais equivocada que possa ser a sua representação intelectual. E o que antes era fruto da inspiração humana, passou a ser um traço herdado através das gerações. A fé não parece mais ser uma relação íntima com o superior, mesmo ainda sendo. Os espertos de plantão também viram a forma de transformar em dominação o contato com o que não é visível aos olhos. Criou-se religiões, sumo-sacerdortes, estados teocráticos e neste esteio surgiu também a mercantilizaçao da fé, devolvendo à sociedade o estado laico, por força de circunstâncias meramente comerciais.

Logo o homem passou a questionar a existência da divindade como forma de se libertar da idade média, onde cabia a meia dúzia dirigir todo o processo de aculturação da sociedade. Quem não lesse na cartilha destes poderosos religiosos era considerado herege, podendo pagar com a pena capital, a não ser que fosse amigo de alguém influente. Giordano Bruno não teve a mesma sorte que Galileu e pagou com a vida a sua determinação em se fidelizar a sua forma de ver o mundo.

A fé parece aos ateus como uma forma de se conformar com a mortalidade da matéria. Buscar um conforto além do horizonte conhecido para suportar a degeneração do ser. Uma busca de explicar o inexplicável ao mesmo tempo se imortalizar alem do túmulo. Porém há ainda questões que desafiam a compreensão cientifica. Pesquisas demonstram que as pessoas possuidoras de fé conseguem sair mais rápido de hospitais ou até curas consideradas impossíveis. Há que diga que isso e tão somente o poder da mente ainda não totalmente mensurado que teria condições de tais proezas.

Só que, ao mesmo tempo, a historia não registra que pessoas que se dedicaram totalmente a desenvolver poder mental que na hora do vamos ver consegue algum resultado parecido com aqueles de pessoas movidas pela crença do divinal. A fé baseada somente em motivações pessoais, sem nenhuma comprovação cientifica acadêmica de sua validade, ainda causa espanto em quem presencia os seus efeitos.

Mas escolher ter fé ou não é questão de foro íntimo pessoal e intransferível. Mais que comprovada por experimentações a existência de forças que não estão mensuradas no plano físico. Muitas vezes a ciência não ortodoxa se aproxima de determinados campos do conhecimento empírico para obter resultados desejados. É o que se pode constatar através da medicina homeopática, acupuntura, meditação e outras experimentações correlatas. O estudo ocidental quando se debruça sobre os resultados obtidos com estas práticas simplesmente ou desconhece os efeitos daí advindos ou pira nas batatinhas.

Um determinado pesquisador japonês já comprovou que a água é capaz de registrar as vibrações resultantes do pronunciamento de determinadas palavras. Já é possível se detectar o corpo energético através de fotografias kirlian. Está comprovado cientificamente que 70 por cento do universo é composto de nada, seja lá o que isso quer dizer. Partículas desconhecidas são formadas em choques de matérias, que desaparecem sem deixar vestígios da mesma forma que surgiram. Quanto mais o homem avança em suas pesquisas menos ele entende o essencial, se levar em consideração somente o que a ciência tem a dizer sobre o estado de todas as coisas.

Há quem diga que não tem fé simplesmente porque este seria um estágio anterior ao conhecimento da existência da divindade. Mas saber da presença de Deus no universo não é o mesmo de ter fé nele. Saber da sua existência não é colocar fichas nas possibilidades de suas realizações. Ter fé é o exercício do contato com o íntimo do próprio ser que se linka com a energia que emana do universo. Muitas pessoas têm isso com a simplicidade de quem abre uma geladeira para beber um copo de água. Outras, precisam abandonar muitas coisas com que compôs o próprio ego, desnecessariamente.