domingo, agosto 19

Entre o ser e Deus


O homem é o ser que mais se assemelha ao vírus. Enquanto os demais animais tendem a se harmonizar com a natureza que os acolhem, os humanos destroem tudo o que está em volta e migram para outra região fértil após por o meio ambiente em ruínas.

São idiotas os que fazem a guerra, os que a defendem e os que as combatem pensando que estão trabalhando para construir a paz. São idiotas os que têm preconceitos e o que querem se projetar a partir dos preconceitos de outrem. São idiotas os machistas e os que pensam que as feministas são o caminho para uma sociedade mais fraterna. São idiotas violentos, os truculentos e os que fazem campanha contra a violência sem estender uma mão solidária aos tantos que necessitam.

É cada vez mais presente o sentimento na humanidade que tudo está se tornando cada vez mais perigoso. As ferramentas mais engenhosas que deveram servir para tornar o homem mais feliz estão se tornando em riscos graves. Quem diria, há 20 anos, que um computador seria a porta de entrada nos lares para a pedofilia, os golpes financeiros milionários, os abusos sexuais, a pornografia, a escatologia, e outras coisas tão estranhas quanto bizarras? O perigo espreita em cada esquina, em cada recanto do planeta, por melhor IDH que possa ter o país Estão ficando menos raros os casos infanticídio, serial killers, tráfico de mulheres nas regiões onde perduram as melhores condições de vida.

Em meio há tudo isso, há sempre os espertalhões que procuram relativizar o certo e o errado, como se isso fosse apenas mero ponto de vista. A globalização aproxima pessoas com posturas moral, social e ética mal anjambradas, transformando em guetos o que até bem pouco tempo era considerado psicopatia, doença social ou tara. Todo mundo que o direito de continuar praticando seus vícios de estimação e ser considerado dentro dos padrões normais de temperatura e pressão.

Mas não há porque os condenar. Afinal de contas o mundo deu esses passos certo que estava caminhando em busca da compreensão, da fraternidade, dos direitos humanos. Ontem, como hoje, a presença de elementos altamente belicosos em elevados cargos políticos é o mero resultado do conceito que só se tem a paz se houver a guerra. Frase repetida tanto em música do ministro Gilberto Gil, quando no 1984 de George Orwell.

Não vai se chegar a lugar nenhum pensando que só combater idéias com se considera degeneradas é que haveremos de construir um lugar melhor para se viver. Longe disso. O cenário recomenda que se adote uma metodologia equivalente ao desarme de uma bomba relógio que está presente e não se pode simplesmente detona-la destruindo tudo que está em volta, ou fazer de conta que ela não existe. É necessário conhecer a função que cada fio executa no coração da engenhoca, para que saibamos o que deve ser cortado e o que deve ser mantido. Como se diria no bom popular, matar o gado para exterminar o carrapato não nos livra do problema. Todos conhece a frase, mas muito poucos se interessaram em decifrar a biogênese dos males que afligem a humanidade, entender como determinadas idéias toscas se transformam em hegemônicas ou qualquer coisa semelhante a isso. Os preconceitos, as richas, as taras, os desvios só prosperam em campo fértil para tal.

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