quarta-feira, agosto 17

Super 8


Parafraseando um amigo meu: queriam fazer uma homenagem ao Spielberg mas fizeram mesmo foi uma sacanagem. Já havia prometido a mim mesmo não comentar sobre blockbusters. Primeiro porque informações a respeito desses filmes há aos montes, para todos os gostos. Segundo porque ninguém vai sair de casa para assistir produções dessa natureza baseado em críticas, mas por conta da propaganda massiva que se abate sobre a humanidade. E terceiro porque a gente pode empregar o tempo de uma forma mais produtiva.

Mas alguns motivos me levaram a quebrar a minha autoimposta promessa. A primeira delas foi a grande decepção com o roteirista JJ Abrams, que também escreveu e dirigiu os seriados Lost e Fringe, que possuem excelentes narrativas, tramas intrincadas, bem resolvidas e climas reais de suspense. A segunda é para dizer que apesar de Super 8 ser constantemente citado como uma reverência ao diretor de ET eTubarão (apenas para falar dois de seus megassucessos), que assina a produção desse samba-do-criolo-doido, o filme é uma pura perda de tempo.

O filme narra uma história de alguns adolescentes que estão produzindo um filme em super 8 (tipo de película que iniciou Spielberg no meio) em uma estação, quando acontece um acidente. Um caro invade a linha do trem e descarrila a composição propositadamente. A partir daí uma série de fenômenos passam a acontecer na pequena cidade, onde se desenvolve a cena.

Em pouco tempo os jovens descobrem que os acontecimentos misteriosos têm como pano de fundo um extraterrestre que viajava no trem do exército. Só que o alienígena nada tem a ver com o simpático ET spielberg-ano. Está mais para um alien ou um predador, já que a criatura é belicosa, agressiva e canibal.

Desse ponto em diante, os lugares comuns são diversos. O et passa a ser caçado pelo exército e pela curiosidade infanto-juvenil dos jovens cineastas ao mesmo tempo que toca o terror no vilarejo, matando e devorando pessoas sem motivo aparente a não ser o de cumprir a função de apavorar a plateia. E não faltam musiquinhas de suspense o tempo todo, já que a história, por si só, está mais para causar sono do que medo no público.

Também não faltam subtramas clichês. O menininho se apaixona pela menininha, mas o romance tem como principal obstáculo ambos os pais, que se odeiam entre si e não querem ver os filhos próximos um do outro. Há também relações difíceis entre pais e filhos e tudo se resolve no final, como esses filmes teimam em mostrar, sem nunca imaginar um outro final minimamente criativo.

Aqui vai um spoiler. No final, o bicho, que parece mais um alien oitavo passageiro se mostra ser um ser altamente evoluido possuidor de tecnologias super avançadas e capaz de clemência. Aaãh? Puro tempo mal empregado. Bem, para não perder a viagem toda, procure descobrir as citações dos filmes do Spilberg. Tem ET, Contatos Imediatos, Tubarão, Encurralado... vale a pena? Bem, se não, há ainda uma esperança, o curta produzido pelos jovens é exibido ao subir os créditos finais.