sexta-feira, junho 29

Covardia tutelada


Seis garotões classe média e bem nutridos, provavelmente praticantes de jiu-jitsu, resolvem exercitar um pouco de artes marciais em uma jovem que aguardava o ônibus para seguir ao trabalho. Não só espancam covardemente como roubam os seus poucos pertences. O azar do grupo é que um motorista de táxi viu a cena e anotou a placa do veículo da quadrilha. Presos, alegaram que pensavam ser a vítima uma prostituta, como se isso fosse uma justificativa aceitável. Depois se descobriu que no mesmo dia, outras pessoas foram agredidas violentamente pelo sexteto. Um rosário de crimes seqüenciados aconteceu sem que ninguém interferisse. Por enquanto, o grupo está na cadeia, mas ninguém se engane. Apesar da periculosidade destes marginais, em muito breve estarão lépidos e fagueiros nas ruas do Rio de Janeiro, favorecidos por liminar de um juiz, que por certo receberá um troco de algum advogado para conceder o benefício. Afinal de contas, vivemos em um estado democrático de direito.

Cenas como estas em pouco tempo sairão dos noticiários em face do volume de repetições. Todas tendo como protagonistas jovens que tiveram todos os favorecimentos próprios de uma família economicamente bem aquinhoada, que tiveram a seu favor as possibilidades que uma boa educação formal pode proporcionar. Mas parece que ser um cidadão pacato, respeitador de seu semelhante, solidário não tem mais nenhum sentido. O que vale agora é mostrar os dentes, por para fora toda a agressividade, mostrar que é capaz de destroçar uma mulher indefesa em um ponto de ônibus. Matam-se índios incendiados em Brasília, homossexuais em São Paulo, gente indefesa em qualquer canto do país. Como são poderosos estes boyzinhos!

Tem coisa muito errada em tudo isso, é muito evidente. Está imperando a permissividade completa e absoluta, Sem limites, mesmo em nossa sociedade. Todos têm direito de fazer o que bem quer e não receber nenhuma reprimenda por mínima que seja. Criança levar um bom corretivo, nem pensar! É crime contra os direitos inalienáveis das crianças. Outro dia soube de um caso de uma adolescente que estava roubando dinheiro do pai para dar ao namorado viciado em drogas e foi castigada. A punição era não sair de casa. Ela ligou para a delegacia e acusou o próprio pai de cárcere privado. Ele perdeu uma manhã de trabalho se explicando para um delegado a sua atitude e ainda tendo de ouvir ainda acusações mentirosas de uma série de barbaridades que teria cometido. A menina saiu da delegacia gloriosa, diante de tantas promessas que ouviu do pai ao delegado. Pela nova legislação, o crime compensa sim!
É melhor mesmo a gente ir se acostumando com esta sociedade que estamos produzindo. Vamos continuar dividindo os espaços urbanos com os caveirões e balas perdidas. Se a sua cidade ainda não possui estes fenômenos, não se avexe. É só uma questão de tempo.

quarta-feira, junho 13

A Estrovenga do Reino


Gosto muito do Ariano Suassuna. Sou capaz de mudar qualquer roteiro só para encaixar uma palestra dele, em qualquer lugar ao meu alcance. Ouvir aquele velhinho falar é música de excelente qualidade para os meus ouvidos. Nada melhor do que presenciar de viva voz uma série de “causos” de sua vida. Impagável e a história que ele conta sobre o seu ingresso na Academia Brasileira de Letras, e como foi a confecção de seu fardão, por uma velha costureira que costuma fazer as suas vestes. Este escritor, teatrólogo, poeta é o que de mais genuíno temos em nossa cultura da parte alta do país. Considero-me um cara de sorte em ter vivido na mesma época que ele, e poder beber um pouco neste arquivo vivo da cultura nacional.

Pensando do jeito que eu penso, fica difícil entender como é que fazem uma patifaria de tão grande monta com um dos principais livros da literatura de Ariano. Como é que alguém de sã consciência se apossa de uma obra prima como A Pedra do Reino e a transforma em um lixo cultural da pior espécie? Sinceramente, meu Deus, a gente podia perfeitamente ter passado sem essa.

Milhões de pessoas devem ter assistido, na última terça-feira, este desastre televisivo e passado a imaginar que diabéisso? Aquilo parecia o cruzamento com má formação genética do circo de Soleil com a chacina do bando de lampião em Angicos. Já assisti a muitas estrovengas, mas aquela é insuperável em todos os quesitos. Fico imaginando que aquela coisa deve ter saído da cabeça de algum carnavalesco de escola de samba do Rio de Janeiro, numa segunda-feira, após 15 dias ininterruptos de porre. Algum aprendiz de Joazinho trinta deve ter metido o bedelho naquela marmota mal-arrumada.

O mais grave é que a exibição da Globo deveria fazer parte das comemorações dos 80 fantásticos anos do escritor paraibano. Mas ao invés de uma homenagem ficou mesmo esta sacanagem, transformando todos os personagens em doentes mentais, como se a história do povo nordestino se passasse em meio a delírios coletivos. Boninho, por favor, me poupe de outra dessas.

Charada

Como ninguém percebeu (afinal de contas, a julgar pelo número de comentários quase ninguém ler mesmo esta bagaça) a ilustração de ontem esconde o nome de 37 bandas, cantores e afins nacionais, que estão abaixo relacionad0s. Quem achar todos os ítens, me avise, please!

terça-feira, junho 12

Refresco no dos outros


Aquecimento global. Salvar a natureza. Vamos reciclar o mundo todo. Eta teminha para eu achar totalmente despropositado. Falam das coisas como se estivesse na mão de cada pessoal individualmente a redenção do mundo. É claro que sem ninguém tomar atitudes pessoais, o babado pode ainda piorar muito. Não tenho nenhuma dúvida em relação a isso, mas daí a tirar este globinho do atoleiro onde ele se meteu vão léguas e léguas sem fim de distância. Senão vejamos.

Última palavra é reciclar os produtos consumidos. Já se chegou a se produzir artefatos de vestuário a partir de argolinhas de refrigerantes e cervejas em lata. Em nome do política e ecologicamente correto avança-se com toda a criatividade possível para cima dos monturos de lixo. E vamos reciclando papel, garrafas pet, pneus, latinhas metálicas, material de construção de demolição e por aí vai. Como se o culpado de todo o entulho produzido fosse nós consumidores das modernidades tecnológicas industriais.

Acontece que, dois pontos, o andor sobre a carruagem é bem outro. Há bem pouco tempo, logo ali na esquina, o cenário era bem diferente. O leite e os refrigerantes eram embalados em garrafas de vidro não descartáveis, as fraldas eram de algodão, os móveis e janelas eram de madeira tudo era bem mais durável e perene. Foi a nova indústria do descartável que está empulhando a nossa vida de lixo. Em conta de razoáveis economias trocam o natural pelo derivado de petróleo e haja a se consumir o mais poluente de todos os elementos da natureza, os hidrocarbonetos residuais da geração dos combustíveis fósseis.

E haja a se criar marmotas múltiplas. Não o simpático mamífero, mas as formas as mais estaparfúrdias possíveis, visando única e exclusivamente arrancar alguns trocados dos incautos e pseudo-ecologicamente corretos. É projeto Tamar daqui, seqüestro de carbono dali, Green Peace por acolá e por aí vai. Lança-se belas mensagens e milhares de marmajos desocupados passam a viver nababescamente das sua contribuição voluntária em espécie. Verdadeiras empresas são criadas, formando patrimônios consideráveis.


Nada que arranhe nem de leve a ferocidade com que vai se destruindo tudo. Quando não, contribuindo para a bagaça. Ou será que os barcos do Green Peace ou os 4x4 do Tamar poluem menos que os demais? Isso sem se falar das viagens aéreas sem fim que este povinho faz. Para quem não sabe, são as turbinas de avião a jato que mais consumem ozônio, deixando nossas belas cabecinhas a mercê dos raios ultravioleta e nossa querida pele exposta a futuros mielomas.

E quase para se perguntar o que é que a gente tem a ver com esse fim do mundo levado a toque de caixa pela acumulação de riquezas própria dos vividos anos industriais? O que adianta plantar no quintal uma ou duas plantinhas se a devastação autorizada, consentida e divulgada evolui na proporção de milhares e milhares de hectares a cada ano? E aonde estão as florestas da Europa, da América do Norte, da Ásia que ninguém fala nisso? Por mim, a amazônica pode se transformar em compensado.

segunda-feira, junho 11

Entre o razoável e o non sense


Há algum tempo, leio um blogueiro, que considero o melhor de todos. Para vocês, uma palinha do que esse cara é capaz, depois me digam se estou certo ou não.




sábado, 23 de setembro de 2006


Galera.. 20:40


.. Rapá... vocês não vão acreditar quem eu encontrei hoje na rua.. o Anselmo, o primo tantã do Carimbo!! Ahn... vocês nao lembram do Anselmo? Tudo bem.. pra falar a verdade nem eu lembrava do moleque também. Mais de dois anos sem vê-lo. O Anselmo é doidinho da silva.. quando nasceu tava com falta de peças no espermatozóide do pai dele... Mas como ter um blog é garantia de memória fresca (no bom sentido é claro), fui no Google e coloquei "tantã" e achei a noitada que ele fez com a gente... hahaha...


Eu lembrava das merdas, mas ri tudo de novo. Pra quem não se lembra do tantã, segue a grande noitada com ele: "A galera veio aqui pra casa.. ficamos biritando pra economizar grana.. aquela velha história.. Quando chegassemos no bar já estaríamos num swell bacana e aí a consumação mínima daria pro gasto... Porque é foda.. a gente sempre reclama que o valor da consumação é alto mas sempre acabamos gastando mais.. hahaha... Conversa vai conversa vem decidimos sair ligando pro mulherio das antigas pra ver se rolava algum peitinho barato sem precisar sair de casa... Ah..o mais importante... antes tenho que dizer que quem tava bebendo com a gente era o primo tantã do Carimbo.. o Anselmo... hahahaha..


Ele é tantã mesmo.. daqueles que quando não tem nada pra fazer ficar olhando pra voce com aquele olhar fixo... Zeca que se amarra nele.. acho que os dois são da mesma espécie.. hahaha... - Carimbo... ca-rim-bo... - Que que é Bob?.. to fazendo caipirinha aqui... - Seu primo ta me olhando daquele jeito de novo... tira ele daqui porque da ultima vez que ele fez isso quando eu andei ele agarrou as minhas pernas... - eu tava sentado quase de frente pro Anselmo tantã.. - ANSELMO!! PARA DE OLHAR PRO BOB... ASSIM NÃO TE TRAGO MAIS HEIN... - Carimbo tratava o primo que nem bicho.. hahaha... - Carimbooo... ele não parou de olhar... - eu reclamava só de sacanagem... hahaha... - ZECAAA... VAI LÁ FICAR COM O ANSELMO... AMARRA ELE SE FOR O CASO.. HAHAHA... - hahaha.. eta zoação... aí vinha o Zeca todo compreensivo.. - Pô Bob.. .ele gosta de voce.. ó só.. faz carinho nele... isso.. amigo... - hahahaha.. eu me mijava de rir do Zeca acariciando a cabeça do maluco...


O Anselmo não bebia muito... graças a deus... imagina ter que por uma coleira no cara saindo pela rua?.. neguinho ia pensar que nós eramos membros de alguma seita sadomasoquista e ele era nosso escravo.. hahaha... Saímos no marmitão.. nós 4... Zeca e Anselmo no banco de trás tava engraçado pra carau... A conversa deles era surreal.. - Anselmo... voce toma remedio? - perguntava Zeca todo na boa vontade.. hahaha... - Tomo.. - Anselmo não gostava de falar muito.. - Eu também tomo.. qual voce toma? - Zeca todo interessado... - Gardenal... - falou ele tranquilamente... - Gardenal.. hahahaha... rapá.. isso é remédio pra maluco... porque que voce toma isso? - não sei não.. mas o Zeca é que precisava de um remedinho desses... hahaha.. Olhei pro Carimbo e começamos a rir... hahaha... - Voces escutaram?... Ele toma gardenal.. gadernal.. sei la... Eu sempre quis tomar uma parada dessas misturada no chopp... - comentou Zeca.. -


Zeca.. ainda lembro da ultima vez em que tomamos uma parada misturada com chopp... o chopp ficou rosa.. hahaha.. - lembrei de um dia quando o Zeca arrumou um xarope pra tomar com birita.. segundo ele aquilo dava onda.. hahaha.. Não sei porque cargas d´água quando chegamos no barzinho o maluco tantã cismou que não ia sair do carro... Carimbo e Zeca tentavam convencê-lo mas eu não tenho muita paciencia pra maluco com viadice não... Maluco só eu aturo.. agora maluco com frescura .. aí é demais... hahaha.. - VAMBORA ANSELMO... VEM ANDA!! - gritava Carimbo usando toda sua psicologia malucar.. - Vem Anselmo.. olha lá.. tem mulher pra voce ficar encarando.. voce vai se divertir... - a psicologia do zeca era melhorzinha.. hahaha... Perdi a paciencia e apelei... o moleque só saiu dali quando eu peguei o extintor de incendio do carro e XOOOOO!!!.... dei uma sprayzada dentro do carro... hahahaha.. o moleque saiu branquinho branquinho... mas saiu.. hahaha... quando ele sentou na mesa só dava pra ver os olhinhos e quando ele piscava não dava pra ver cor nenhuma.. hahaha... foi engraçado... Por conta disso tivemos que ficar na mesa do lado de fora... o segurança vetou ele naquele estado.. hahaha...


Carimbo levou o tantã no banheiro e o moleque voltou molhadinho... todo feliz por ter roubado um rolo de papel higienico.. hahaha.. carau... só de lembrar dá vontade de rir... - E ae Carimbo?.. lavou o moleque? - perguntei rindo... - Lavei ne Bob.. sacanagem o que voce fez... Vai que ele engole esse pó... hahaha... Se bem que é capaz até dele melhorar das idéias... hahaha... - Carimbo ria enquanto passava um pano na cara do tantã... Numa mesa próxima a gente tinha umas momós rindo... A gente não sabia se era mole ou se a gente já tinha queimado o filme com elas..


Ficamos ali.. naquela troca de olhares... eram duas momós mais ou menos e uma bacaninha... morria fácil... - Vamos mandar Anselmo lá pra testar a receptividade... - Carimbo deu a idéia... - Porra Carimbo.. sacanagem... o maluco é seu primo cara... - comentei achando a ideia no fundo no fundo maneira.. mas não era eu quem ia sugeri-la.. hehehe.. - Deixa que eu vou lá... - falou o Anselmo.. é. Ele fala assim.. quando menos esperamos sai alguma palavra daquela boca... - Da-lhe gardenal... é assim que se fala primo... - Carimbo zoava.. hahaha... E ele foi... Enquanto ele se encaminhava pra lá as apostas começaram a comer solta... - Se ele pegar qualquer uma delas eu dou cambalhota pelado aqui no bar... hahaha.. - apostava Carimbo.. - Tomara que ele pegue alguem.. quero ver voce pelado aqui no bar.. hahahah.. - eu me amarro em botar pilha errada... - Se ele pegar alguem... eu .. eu... viro um chopp aqui!!.. - falou o Zeca todo cheio de pose.. como se a aposta dele fosse algo assim do outro mundo... Olhamos pra ele com indiferença... - Que foi? Que foi? Tá bom.. eu viro dois chopps...!! - hahahaha... vou internar o zeca.. eu juro... - E eu.. bem.. eu faço tudo que o Anselmo quiser essa noite... desde que não seja ele me enrabar.. porque maluco adora enrabar os outros... hahaha... Eu ainda ria e virava o chopp quando Carimbo ficou mudo e serio... - Que foi Carimbo.. vai peidar?... - Não.. olha ali... - e Carimbo apontou pra mesa...


Mal acreditei quando vi tantã beijando a melhor mulher da mesa... - Garçom... dois chopps... hahahaha.. - Zeca pediu os chopps e ria pra carau.... - Fudeu maluco... Carimbo.. pode ir tirando a roupa.. hahaha... - Caraca bob.. o moleque pegou facil.. hahaha... Voce tá fudido porque vou falar pra ele da aposta.. hahaha... O tantã tava lá pegando gente e a galera na outra mesa só babando ... " punta que parau.. o bicho de sete cabeças pegou gente e nós aqui só chutando lata?" ... Depois de um tempo volta o tantã... ta.. eu não ia dar o braço a torcer e perguntar como foi... fiquei na minha... Mas Carimbo tratou logo de quebrar o gelo... - E aí primaoooo... Pegou fácil hein?? - agora ele era primão.. hahaha.. que falsidade.. hahaha... - É.. foi fácil.. - não é que tantã tava tirando onda? - Nós fizemos uma aposta aqui... pera aí que vou cumprir a minha... - Carimbo sabia que se ele cumprisse a promessa eu teria que cumprir também... é coisa de palavra de bêbado... não tem volta... E lá foi ele pruma esquina próxima... De longe eu via ele arriando as calças.. tirando a camisa... e fazendo uma trouxinha na mão... Veio de cueca até onde a gente tava e falou: - Segura aí minha trouxa.. tenho umas cambalhotas pra virar... - e saiu pro meio do bar.. hahahaha...


Foi até lá no meio ... pediu na cara de pau pra neguinho abrir espaço e virou duas cambalhotas... vindo depois em minha direção, pegando a trouxa de roupa e se mandando pra esquina novamente.. hahahahaha... Eu ria de nervoso.. porque sabia que isso era sinal de que eu também tinha que realizar a promessa... Vem ele vestido novamente... - Hahahahaha.. virei cambalhota mole... Agora é você Bob... - falava ele já ajeitando a cadeira pra ver o que ia rolar... - Mas você não foi pelado.. você disse que ia pelado.. - eu fazia meu papel que era ganhar tempo.. hahahaha... - Nada disso... Anselmo... Bob ta a sua disposição pra fazer o que você quiser... Fala pra ele o que você quer dele... - Carimbo explicou pro maluco a aposta... Anselmo ficou 30 segundos em silencio... "beleza.. o maluco tantã nem tem idéia do que isso significa...".. quando de repente o tantã falou... - maça... maça.. - repetiu ele uma vez... - Maça? What the porra is that? - brinquei... Nisso Carimbo caiu na gargalhada... "Maça?"... hahahahahaha.. boa.. boa... - Que boa o que Carimbo?... maça é mole fazer.. ó.. eu sou uma maça!! - e botei a mao na cabeça como se fosse uma maça pendurada... pra mim era lucro acabar a noite como uma maça.. hahahaha... -


Bob.. você maçã... - repetia o retardado.. hahaha... ta.. louco.. - Aqui Anselmo.. sou maçã.. .ó.. ta vendo? - eu já tava desesperando porque ele não tava concordando... - Não Bob.. você não conhece a maçã do Anselmo.. hahahahahaha.. - Carimbo ria de chorar... Dois minutos depois... - Anselmo.. ta frio aqui em cima da arvore... Tem certeza de que maça precisa estar em cima da arvore? - eu perguntava enquanto escalava mais um galho da arvore da esquina do bar movimentado... - Tenho.. e maçã mesmo tem que tá pelada... - já tava desconfiando que esse tantã tava era se fazendo de sonso... - Ficar pelado aqui maluco?.. ops.. foi mal.. o maluco foi só força de expressão. Heheheh... - Maçã pelada... - e ele também ficou peladao... Não tive outra alternativa a não ser ficar peladão em cima da arvore.. pelo menos até amadurecer né?.. hahahahah.. Carimbo e Zeca riam pra carau... eles cuidaram da minha roupa... hahahaha... -


Pronto tantã.. já to peladao aqui a uns 5 minutos... acabou o efeito.. não sou mais maçã.. vamos descer? Já virei doce de maçã... hahahaha... - eu quase implorava pro maluco.. fazer o que ne?.. vou contrariar um alucinado que nem aquele?.. hahahaha... - Espera Bob.. ta verde ainda... - To verde nada.. olha só.. to tão maduro que já deu até minhoca... hahahahaha.. -brincava eu pegando no bobzinho... - Que nada... essa minhoca é pequena.. heheheh.. - ria o maluco... - Vai toma no furingo maluco.. vou descer dessa porra ... - desesperei... Já me preparava pra descer quando veio o carro da policia.. UOMMMMMM... e parou perto da arvore... - Fudeu tantã.. faz silencio aí porque vai ser foda explicar pra policia o que duas busanfas brancas fazem numa arvore...


Vamos combinar uma coisa.. não vai sair dizendo pros poliças que nós somos duas maçãs não porque senao nós vamos presos e ainda por cima taxados de boiolas hein.... - UUUU.. AAAA.AAA.. - nao é que o maluco ficava imitando macaco?? Eu hein.. hahahaha... - Xiii.. cala a boca filhote de anta.. vai dar merda.. - eu imporava sussurando.. hahahah... Fiquei com a bunda branca ao léu por uns 20 minutos... lá de cima dava pra ver Carimbo e Zeca se mijando de rir... hahahahaha...


Os caras não foram nem capazes de ajudar a gente.. hahahaha... como já era esperado... Na hora mais critica os policiais pararam bem debaixo da arvore... rapá.. tratei de me esconder entre as folhas.. até que a formigada passou a andar no meu braço e eu torcendo pras formigas não irem cheirar meu cu.. hahahaha... vai que elas sentem algum cheiro de peido doce?.. hahahaha... Só consegui descer depois de meia hora... depois de ter certeza de que não tinha mais policial por perto...


Quando desci Carimbo me entregou a cueca e a calça e eu vesti rapidinho... hahahaha.... nunca mais vou ser maçã na minha vida... E também nunca mais aposto nada contra o tantã... foiti-se.. pega ele quem for... bato até palma se for o caso.. mas apostar contra?.. nunca mais... hahahaha... Vai que na próxima ele quer que eu seja uma jaca?.. hahahaha..." E olha que quando o encontrei, essa manhã, o bichinho tava de mãos dadas com uma gatinha... Se bem que ela tinha cara de não bater muito bem da bola também não... Ih rapá.. agora que eu lembrei.. os dois levavam um pincher (aquele rato que se acha cachorro) na coleira e com fucinheira... e eu até disse pra Executiva que só doido pra colocar fucinheira em pincher hahaha.. punta que parau.. só podia ser primo do Carimbo mesmo.

quarta-feira, junho 6

Infinito




Escrever é uma forma de vingar-se

do tempo

que há de apagar todos deste plano.

Tentar eternizar pensamentos

outrora tão caros,

Hoje tão vãos.

terça-feira, junho 5

domingo, junho 3

Em busca do pote de ouro

Depois de longos anos estudando em um colégio jesuíta, de disciplina rigorosa, onde o mais simplório ato de insubordinação era contemplado com a ida à diretoria da escola, suspensão, expulsão, cheguei aos bancos universitários. Descortinou-se um novo mundo, onde a rebeldia era aceita e até incentivada. Tempos de centros acadêmicos e diretórios Centrais de Estudantes. A ordem era desafiar o status quo e disparar a metralhadora giratória da insatisfação. Todo problema social, principalmente os que diziam respeito aos explorados pela sociedade capitalista era digno de uma manifestação, um panfleto, um ato de solidariedade, uma nota de repúdio. Até mesmo uma greve.

Aquilo deixava maravilhado qualquer ser humano minimamente libertário. Desafiar a legislação, as tropas de choque da polícia, invadir prédios públicos, interditar avenidas com passeatas embevecia o meu coração juvenil quase infante, bastante vocacionado a Peter Pan. Era uma ave que finalmente descobria o canto da liberdade. O estudo acadêmico era acompanhado de diversas mudanças sociais. Além de atos contestatórios, o sexo era praticamente livre, falar de homossexual era preconceito, e métodos anticoncepcionais era papo de mesa de cantina. Junto com as escâncaras das portas dos instintos havia também o consumo em doses cavalares de ácool, canabis e outros aditivos químicos às máquinas pensantes. Discriminado era quem não seguia a cartilha deste alegre e irresponsável viver.

Soma-se a tudo isso o inevitável sentimento grevista reinante. Se o prato do restaurante universitário era aumentado em 0,001% do seu já ridículo valor, a universidade toda parava por tempo indeterminado, até que aquele reajuste fosse revogado. A palavra de ordem era “É mais uma tentativa de privatizar o ensino universitário público. Se a gente não barrar esta tentativa do sistema capitalista, em breve serão cobradas anuidades dos estudantes”. E não adiantava alguém dizer o contrário, que era apenas para reduzir minimamente os impactos da inflação. Ninguém queria acreditar. O importante era protestar, não importava o quê.

Os anos passam, o país muda, mas algumas coisas permanecem inalteradas, congeladas em um túnel do tempo. Continua-se fazendo graves nas universidades públicas empunhando-se velhas bandeiras. Tudo com um belo cheiro de mofo, movido a mais completa e absoluta irresponsabilidade juvenil apesar dos gris que pululam as cabeças dos pseudos-intelectuais que ocupam as cátedras nos cursos universitários. Agora com o caráter um pouco menos disfarçado. Toda a mola impulsionadora dos movimentos paredistas é o mais vil dos metais. Professores param, em verdadeiras férias regiamente remuneradas, já que seus salários não sofrem um centavo de desconto. E, sem se preocupar com o futuro de nenhum aluno, condenam a todos a perda de semestres e mais semestres de estudo.E na panfletagem ainda alegam que estão em busca da melhoria da qualidade do ensino. Só que ao mais leve sinal de mais gorduras em seus olerites renegam qualquer propósito humanitário que possa ter sido imaginado por algum crédulo.


Enquanto professores universitários brincam de lutar por questões sociais, o país vai perdendo anos a fio de estudos. São professores que não conseguem nem formar novos professores e se não fosse a prática profissional nos mais variados postos de trabalho os acadêmicos deixariam a academia de forma muito semelhante a como lá chegaram. Ninguém fala nada com medo de ser chamado de reacionário. O país que vá para o buraco da ignorância, sem direito a espernear, enquanto alunos vão deixando a escola tão, ou mais, ignorantes do que quando lá chegaram.

Exemplo :

Suicidaram-se: o ministro da Agricultura do Japão, Toshikatsu Matsuoka, e o ex-diretor da Agência Japonesa de Recursos Verdes Shinichi Yamazaki. O primeiro enforcou-se em casa. No dia seguinte, Yamazaki saltou do 6º andar do prédio em que morava. Os dois eram acusados de participar de uma máfia que fraudava licitações públicas. O Japão não assistia a um suicídio de ministro desde 1945, quando o país foi derrotado na II Guerra. Dias 28 e 29, respectivamente, em Tóquio e em Yokohama.

sexta-feira, junho 1

A mim e aos meus


David Halberstam trabalhou no New York Times, e deu a sua contribuição pelo fim da guerra do Vietnan. Por conta disso, chegou a ser perseguido pelo presidente Kennedy, que pediu a sua cabeça ao publisher do jornal. Foi mantido no cargo e usou a sua capacidade e a sua caneta mostrando as barbaridades cometidas em nome da liberdade em terras asiáticas. No mês passado, aos 73 anos, veio a falecer vítima de acidente automobilístico. O estudante de comunicação que vinha dirigindo o veículo sofreu poucas escoriações. Após o sinistro, comentou, com espanto, como o decano jornalista demonstrava interesse nos comentários de um iniciante no meio jornalístico. Como alguém que viveu tanto no mundo da comunicação poderia ser interessar por palavras de tenra idade? Só quem tem sensibilidade sabe o peso do pensar do alvorecer da vida.



Trecho de um pronunciamento de David a estudantes:


"Uma das coisas que aprendi, a mais fácil das lições, é que quanto melhor você fizer o seu trabalho, freqüentemente indo de encontro a máximas convencionais, menos popular você será. [...] Há poucas coisas que eu gostaria de passar adiante quando chego perto do fim de minha carreira. Primeiro: [o jornalismo] não tem a ver com fama. Quanto mais famoso você é, menos jornalista você é. Além disso, fama não dura. Na melhor das hipóteses, [jornalismo] é ser pago para aprender. Por 50 anos, eu fui pago para sair e fazer perguntas. Que grande privilégio ser um repórter livre em uma sociedade livre, ser alguém cujo emprego é uma busca pelo conhecimento. Que chance rara de evoluir como pessoa. […] Eu quero deixá-los hoje com um conselho: nunca, nunca, nunca deixem que eles intimidem vocês. As pessoas sempre tentarão fazer isso. Xerifes, generais, reitores de universidades, presidentes de países, secretários de Defesa. Não deixem que eles o façam."