terça-feira, dezembro 29

10 coisas que mereceram ser feitas em 2009

1- Aprender. Ter feito um curso de línguas, especialização, mestrado, doutorado, treinamento. Sempre bom ter a consciência de nossa ignorância para podermos melhorar.

2- Dedicado um pouco do tempo para os pais. A gente nunca sabe por quanto tempo eles vão estar por aqui.

3- Exercício físico. Muito mais importante para o nosso condicionamento do que qualquer dieta mirabolante. E ainda com adicionais de substâncias benéficas produzidas pelo organismo e eliminação de outras.

4 - Assistido Bastardos Inglórios. Sem dúvida o melhor filme do ano, e bem superior a todos os que disputam o oscar esse ano. Tarantino se superou e extrapolou.

5- Lido a trilogia Milenium, do sueco Stieg Larsson. Na realidade, li os dois volumes finais, já que o primeiro havia lido em 2008. Cerca de 1.800 páginas para serem lidas de um só fôlego.

6- Assistir ao show de Ana Cañas, na praia de Iracema. O melhor que eu vi em muitos anos. E 0800

7- Ido ao Conjunto Ceará para se encantar com as Chicas. Também 0800.

8- Ter sido tio, mais uma vez.

9- Conversas telefônicas além mar.

10- Não ter dado importância a coisas sem importâncias.

terça-feira, dezembro 22

Nada de novo no Avatar


Avatar 3D vale os dez reais que paguei com a carteira de estudante, na promoção do Via Sul de segunda-feira. Mas não teria coragem de pagar os R$ 32,00, da entrada cheia de finais de semana. É plástico, belo, envolvente. Mas os efeitos das três dimensões não chegam a ser algo de todo arrebatador. Esperava mais.

A história, que, segundo dizem, deixou a crítica norteamericana de quatro, pareceu-me uma colcha de retalhos. É a Pocahontas novamente contada. O conquistador que se alia ao povo subjugado e com um arsenal bem inferior vence um inimigo que não domina o território onde pisa.

O coronel truculento, que comanda o exército da terra (leia dos Estados Unidos), é o antagonista clássico, que pode ser encontrado em qualquer Rambo. Nos helicópteros estilizados, lembra muito Apocalipse Now, onde o oficial ataca uma aldeia com o objetivo de conquistar uma praia boa para o surf.

As bombas incendiárias lançadas nas florestas de Pandora são uma referência explicita ao napalm que queimou o couro de muito vietcong na guerra contra o Vietnam. O metal precioso e caríssimo que mobiliza a ambição das tropas invasoras lembra o petróleo sob o solo iraquiano, real motivo da intromissão das tropas ianques no Oriente Médio.

As referências podem ainda ser encontradas em outros filmes. Avatar, um ser feito em laboratório para ser comandado remotamente pelos estímulos nervosos de seu controlador, é uma apropriação da idéia de Matrix. Do mesmo filme é extraída uma máquina de guerra, um robô gigante, pilotado por um soldado. Os helicópteros usam os mesmos tipos de hélice do filme pequenos espiões.

Se o dinheiro estiver curto, acho que assistir na versão convencional, sem os recursos da tridimensionalidade, não será grande perda.

sábado, dezembro 12

Ana Cañas com o c. na mão



O texto é dela. Ao falar com o reduzido público que foi ontem a praia assistir a um dos melhores shows que Fortaleza já viu. Ana conefessou o seu medo de subir no palco pela primeira vez aqui e, bem informal, proferiu a frase que dá título a este post.

Acho que a animação de quem estava lá, cantando a plenos pulmões suas músicas, compensou o grande vácuo na platéia. Por isso, o sorriso não saiu dos lábios dela, durante quase todo o show. Tive muita dó de quem podia e não estava lá e de quem queria e não pode ir.

A linda Ana Cañas mostrou não sou as suas belas músicas mas também toda a potencialidade de seu vozerão. Como é que tanta musicalidade cabe nela? Também interpretou Metamorfose ambulante, de Raul Seixas, Titãs, Bob Marley e encerrou com um impagável Rock and Roll do Led Zepellin. Diga-se de passagem ,interpretação melhor que a de Robert Plant.

Não teve mais um. Um show chifrim de samba ia acontecer em seguida, o que todos nós achamos um absurdo. Como é que alguém ousa fazer Ana Canãs abandonar o palco e nos deixar órfãos?. O resumo da ópera é que o cantorzinho teve as areias da praia de Iracema como platéia.

Certamente Ana não volta a Fortaleza 0800 tão cedo. Com músicas tema de novela, deve ir para alguma casa de espetáculos que cobram os olhos da cara. E sem o conforto da brisa da praia. Vocês que perderam terão de desembolsar oncinhas para tê-la como nós a tivemos. Em São Paulo, sua terra natal, um show dela custa sessentinha. Confira no link.

A foto foi tirada com um precário celular Nokia que nem sei o prefixo.

quarta-feira, dezembro 9

Uma morte anunciada

Numa madrugada de sábado, Kérsia deixa a vida para entrar para as estatísticas de crimes passionais. Onze tiros de pistola ponto quarenta foram disparados. Sete balas lhe ceifaram o direito de respirar, andar, trabalhar, sonhar e amar. Aos 29 anos, não está mais entre nós. Foi atingida covardemente. Duas vezes nas costas, uma no peito, duas nas pernas, e duas nos braços. Depois da brutalidade, para a qual não há definição conhecida, seu marido suicidou-se. A jura de amor eterno feita há pouco mais de um ano foi mesmo só um protocolo social sem nenhuma representação prática no mundo real.

Pouco eu sabia dela em vida. Colega de trabalho com quem troquei poucas palavras. Depois que se foi algumas coisas me foram ditas por amigos que lhe eram mais próximos. Tudo o que ouvi me pareceu uma crônica de uma morte anunciada. Se tudo que todos sabiam sobre ela e seu marido fosse de conhecimento público, certamente o seu largo sorriso ainda estaria sendo aberto por aí, para encantar tantos quantos lhe rodeassem.

Animada, era presença certa na noite de Fortaleza. Isso antes do casamento. Amigas contam o quanto era animada e divertida. Até que conheceu o seu algoz travestido de marido. No começo, o sargento da polícia fez todas as cortes. Envolveu-a estrategicamente até levá-la ao altar. Antes disso, fez afastar-se das amigas solteiras, que na sua lógica machista eram todas umas perdidas, portanto más influências. Ao mesmo tempo, conduziu-a para uma igreja protestante, dessas que têm em todas esquinas, onde o pastor esbraveja contra as tentações da carne e impõe às mulheres um papel de abnegada submissão.

Menina inteligente, com futuro promissor à frente, planos de mestrados e viagens ao exterior para se aperfeiçoar humana e profissionalmente. Mas rendeu-se aos apelos sociais que impõem às mulheres a realização do compromisso social e moral do casamento. Fantasma do caritó assusta. Quando as amigas em sua volta vão contraindo núpcias, a solução é se engraçar com quem estiver por perto disposto também a dividir sua vida.

Mas o plano A, onde o plano B não é alternativa, pode assumir um desenho dantesco. Para profunda infelicidade de Kérsia, os antecedentes do marido não foram levados em consideração. O sargento da Polícia já tinha passado de violência. A lei Maria da Penha estava espetada em suas costas por sua ex-mulher. Ela sabia disso. A família dela sabia disso. Amigos e amigas sabiam disso. Mesmo assim, o barco foi tocado em frente, rumo à tempestade que viria. Todos têm medo de se meter em uma história dessas. Um alerta em uma situação semelhante muitas vezes se volta a quem fez, e se ganha, muitas vezes a troco de nada, a inimizade do casal. Pai e mãe querer impedir um relacionamento com ares de desastroso não raras vezes é interpretado como uma interferência sobradamente indevida. Afinal, nenhum homem ou mulher é suficientemente bom para os meus filhos.

E a receita da tragédia vai no piloto automático. Ceninhas de ciúme vão se repetindo ao longo da história sem que ninguém interfira. A menina não pode mais olhar para os lados. Para algum homem, nem pensar. O vestuário criteriosamente controlado, porque afinal de contas uma mulher de bem não se veste como qualquer uma. Horários são vigiados. Qualquer sinal de fuga do padrão, da rotina diária é motivo para rusgas sem fim, desgastantes agressões pessoais, coisas do gênero. Homem não casa, toma posse. A propriedade não tem mais vontade senão servir para eterna satisfação do seu cônjuge. Não há mais prazer em ter a sua companhia. Só estresse e satisfação de instintos.

É nesse cenário terrível que as catástrofes se precipitam. Todos em volta sabem de alguma parte dessa história. Mas da missa não se sabe um terço. Todos têm alguma responsabilidade. Não adianta só ficar jogando a responsabilidade para uma cultura machista herdada de nossos primórdios colonizadores. Nem na condição econômica de agressor e agredida. Na Suécia, 46% das mulheres sofreram violência de homem. Ou ainda vão sofrer.

Ao que me parece, enquanto as mulheres são educadas para serem felizes no casamento, cuidando de casa, filhos e marido, os homens, não. Recebem outro tipo de educação que os empurram para a formação profissional, trabalho, competição e defesa dos seus interesses individuais. Casar-se para os homens, é dito em rodas masculinas, mais se aproxima da escravidão, a redução dos prazeres e das diversões. É uma cangalha que lhes põem nas costas e lhes cobram mil compromissos, votos de fidelidade, entre outras coisas. Ou será que estou muito fora da realidade?

Pois é. Kérsia encontrou com um destino que ninguém espera. Nem para si, nem para os outros. Que dor deve ter sentido ao ver, em seus últimos instantes, que aquele quem ela mais amou, entre todos os homens, foi o que mais lhe fez mal. A lacuna que deixa entre amigos, familiares e colegas não será preenchida. Não será a última. Muitas ainda vão tombar antes de os homens se transformarem. Não há nada que ninguém possa fazer para impedir isso. Como dói.

Para quem quer relembrar ou saber como era ela o link do seu blog http://kersiaporto.zip.net/

segunda-feira, dezembro 7

Julie & julia Project $$$


Personagens podem ser bons, maus, facínoras, heróis, vilões, protagonistas e antagonistas, geniais, idiotas, desalmados, benfeitores. Mas gente é só gente mesmo, pessoas que geram tensões dentro e fora de si. Não dá para dizer que alguém leva uma vida fútil sem conhecer toda a sua essência, quando a sua história está reduzida a pouco mais de duas horas em uma tela de cinema.

Esse é um dos motivos pelos quais não sou tão afeito a assistir filmes que procuram contar uma história real. A vida não apresenta todos os nódulos dramáticos nos momentos que gostaríamos nem é sempre verossímil. Como diria PT Anderson em Magnólia, uma série de coincidências pode gerar desconfianças no interlocutor. Apesar de elas acontecerem.

Hoje assisti Julia & Julie. Filme sobre duas mulheres americanas. E como boas americanas procuram transformar tudo o que fazem em dinheiro. A primeira, Julia Child, foi mulher de um funcionário da embaixada americana na França. Como não tinha emprego e gostava muito de comer boa comida, resolve aprender os segredos da cozinha francesa e depois transformar o seu conhecimento em cifrões. Primeiro escreve um livro sobre culinária e quando retorna aos Estados Unidos apresenta um programa gastronômico de televisão.

Meryl Streep faz o personagem que apesar de sua altura tem uma voz em falsete, que me lembra muito a minha avó. Principalmente quando rir. Tão fútil quanto. Como é do espírito americano, ao estudar na renomada escola Cordomblé logo tratou de firmar uma competição velada com os seus colegas de turma. Primeira vitória foi ser mais eficiente no corte de cebola. Passava a noite chorando ao descascar quilos e mais quilos do vegetal só para ser a mais rápida. Que bobabem…

Julie, algumas décadas depois considera a sua vida medíocre. Comparada a de suas amigas, todas bem sucedidas em suas carreiras empresariais, ela era o que os americanos gostam de chamar de loser. Ela quer sair da condição supostamente desfavorável a todo custo e monta um blog em busca da fama. Claro! Americano de sucesso é americano famoso. Para alcançar seu intento, ela narra no The Julie/Julia Project a execução de todas as receitas constantes no livro de sua quase homônima e consegue se transformar em campeão de audiência da net, atraindo a atenção da mídia e em seguida inspirando a realização do filme que agora está nas telas.

As interpretações são boas, mas a história é medíocre. Não dá pra saber ao certo o porquê de tanta celebridade de nenhuma das duas personagens. Com toda frranqueza, esse foi, para mim, mais um desses filminhos sessão da tarde. Podem passar batidos. A menos que você seja fã de carteirinha da Meryl Streep ou de filmecos que passam na globo. Eu que tenho na gastronomia um fator de especial atenção, não gostei.


PS. P blog de Julie pode ser lido em http://blogs.salon.com/0001399/
PS2. O desembarque de um carro americano na França, abrindo o filme, mostra bem o descaso que os ianques têm com todo que não é produzido em seu território ou em alguma multinacional de seu controle.

sexta-feira, dezembro 4

Abrazos Rotos


Almodovar é Almodovar. Tudo o que se falar ou se escrever em relação ao seu trabalho estará contaminado pela celebridade que o diretor conquistou. Merecidamente, diga-se. Dificil fugir disso. Abrazos Rotos, seu filme mais recente, já recebeu críticas positivas. E há também gente dizendo que não é o seu melhor momento. Mesmo um trabalho mediano para um Almodovar, com a sua assinatura, tem outro nível de qualidade.

É tipo aquele Rembrandt do museu de São Paulo. Quando uma comissão de ilustres estudiosos da pintura levantaram suspeita quanto a originalidade da obra, o olhar mudou, já que este é intrinsicamente ligado às valorações subjetivas da arte. Bons nacos de prestígio foram para o espaço.

Assim também são os Abrazos Rotos. Já que se trata de um dos melhores diretores em atividade, tendemos a gostar do que vemos. Ou a se desfazer da obra só para ser um iconoclasta. Mas pela minha modesta opinião, o filme merece ser visto. Antes se ser intelectual, é a história de uma mulher que em um momento difícil da vida resolve lançar mão de seus atributos para encontrar uma saída. E consegue, mas o preço a pagar é alto.

O filme é bem amarrado, com vários momentos de climax ao longo da história. E para mim uma história é bem contada quando temos o forte desejo de saber o que vai acontecer em seguida. Não há juízos de valores, nem lições de moral. Em uma quase metalinguagem, o filme nos diz que o mais importante é a história ser bem contada.


Achei interessante Almodovar citar a atriz Goldie Hawn, através das perucas e um dos filmes dela ( Recruta Benjamin), quando Penélope Cruz está na cama.

Recomendo, sem restrições. Sem falsos moralismos.

quarta-feira, dezembro 2

O rumo das coisas

Uma coisa realmente me impressiona. A falta de imaginação da maioria das pessoas. De repente, não mais que de repente, surgem imagens mostrando um bocado de elemento se forrando com dinheiro público lá de Brasília, e vira comoção nacional. Pessoas e mais pessoas se mostrando altamente chocadas com aquelas cenas de neguim forrando bolsos, meias, cuecas, bolsas com garoupas e onças. Será que alguém acredita que nos gabinetes palacianos transitam moralidade e espírito público?

Acho que estou ficando insensível. Cenas dessa natureza para mim nem tchuns. Não dá pra pensar que isso é exceção. É a regra, de certeza. Dados e mais dados coletados pelas mais diversas instituições dão conta que alguns bilhões de dólares vão pelo ralo da corrupção todo ano no Brasil. E, geralmente, essa malvada está sempre mais perto de nós do que suspeitam alguns. Em cada obra, cada compra, cada contrato, cada licitação é sempre um tal de “por fora”. Se não, o dono do cofre não libera as cédulas e o infeliz fica no prejuízo. É esse o meu país.

domingo, novembro 8

Coisas apenas

Muitas vezes, quase o tempo todo, o nosso cérebro, nossa consciência, ou qualquer outra coisa que venha a substituir uma dessas duas premissas, nos impõe desejos que logo são associados a nossas metas de felicidade. Seremos tanto mais felizes o quanto tivermos condições de atender a esses anseios que batem à porta de todos. A incapacidade de alcançá-los nos levaria ao desânimo, à tristeza, e, quando mais acentuado, à depressão. Há pessoas que simplesmente sucumbem a uma frustração mínima. Se duvidar, bem poucos estão fora desse contexto.

Mas como a lógica que a tudo governa é impor níveis de consumo como forma da satisfação humana, vide os IDHs da vida, se estabeleceu o conceito de que se você não está adquirindo bens (sejam eles culturais, materiais ou afetivos) é por falta de determinação sua. Você precisa se organizar minimamente em busca de desenvolver uma atividade que seja adequadamente remunerada para satisfazer as suas necessidades, ou anseios, ou angústias.

É meio óbvio que o resultado disso passa necessariamente por mais angústias. Não dá pra escolher tudo e as opções que adotamos nós levam em direção das dúvidas do caminho não escolhido. diante disso, vamos adotando modelos reducionistas, criando certezas no mar de dúvidas ou adotando padrões morais advindos de alguma fonte de controle social. Nossa forma de se comunicar com o mundo vai recebendo freios e, é claro, ninguém vai saber verdadeiramente quem eu sou, ou o que eu penso do mundo.

Parte 1

quarta-feira, novembro 4

Curso de Roteiro

Alliance



Cinco jovens, 4 moças e um rapaz, amigos de colégio, resolvem montar uma banda de rock que é batizada de Alliance. São eles Ludmila, Yuri, Sylvia, Karol e Andrea.



Ludmila e Yuri são irmãos gêmeos bivitelinos, filhos de inseminação artificial de pais que ainda estão casados. São bonitos, e chamam a atenção pela beleza. Enquanto Ludmila faz o tipo certinha, recatada, Yuri é o pegador. Quer ser pop star, além do sonho de realização. Também almeja a ter a sua vida de garanhão facilitada pelas groupies . Enquanto Ludmila é a vocal do grupo, também letrista e compositora, Yuri faz a guitarra base, mas acumula também a função de empresário.



Sylvia é libertária, com tendências homossexuais. É a baixista do grupo, de estatura não muito avantajada. Veste-se sempre de forma pouco convencional, podendo subir no palco sem precisar trocar de roupa. Não conhece o pai. A mãe foi uma maluquete dos anos 70, que nunca casou, transou todas e vive de uma pensão deixada pelo pai que foi general do exército. Nas horas vagas, Sylvia costuma se relacionar afetivamente com Karol.



Karol é a baterista. Corpo longilíneo, delicada, de voz suave, que contrasta com o seu desempenho na bateria. É filha única de casal separado. Pega a Sylvia, e é homossexual convicta, tem verdadeira aversão a homens e sempre crítica do comportamento do colega de banda Yuri.



Andrea é a guitarrista solo, bonita, altura mediana, bem torneada, amiga inseparável de Ludmila, com quem costuma compor as músicas. Tem formação clássica, e também é exíímia violinista. Acha o restante do grupo abaixo nível delas duas e sonha com carreira solo. Tem sempre uma idéia a dar a mais nos arranjos musicais.



O Sitcom



Alliance é o nome que também batiza oSitcom. A história começa quando eles ainda estão no ensino fundamental e se encontram para formar a banda. No ínício tocam no colégio mas com a aceitação dos colegas, percebem que todos têm futuro. Um produtor musical, pai de outro aluno, assiste uma das apresentações no colégio e os convidam para tocar na abertura de um show, dando início a uma carreira que terá altos e baixos. Em pouco tempo são chamados para gravar um CD em uma gravadora, e se lançam na carreira artística, profissionalmente.



Logo em seguida, estão na primeira tour pelo país, em uma van alugada. Emplacam bons shows e surgem problemas também. São empresários picaretas, problemas com drogas, caso de gravidez indesejada, paixões amorosas mal resolvidas, conflito com pais, dúvidas existenciais, relações homoafetivas e valores morais. Nesse universo jovem se desenvolve o Sitcom.



A idéia de desenvolvimento do roteiro é fazendo com que a cada programa um dos cinco jovens assuma o papel de protagonista. Por exemplo, a gravidez indesejada de Ludmilla, advinda de uma relação casual durante a turnê. A dúvida entre assumir a maternidade e ter a sua carreira temporiamente prejudicada ou fazer um aborto. O que cada jovem pensa sobre o assunto. Contar ou não para os pais? Desta forma, a banda, o amadurecimento dos jovens e o show business são o cenário de fundo do programa.

terça-feira, novembro 3

Entre a cruz e a calderinha

Dúvidas, dúvidas, dúvidas. Todas nós as tivemos um dia, e continuaremos tendo. Nada demais, ou de menos. Há pessoas que conseguem decisões rápidas, e consideram perda de tempo ficar alimentando indecisões. Mas quanto de vida está compreendido em uma mitigação de suas escolhas? Basta lembrar que toda vez que se decide por um determinado futuro, todos os outros estão invariavelmente perdidos. E nunca saberemos como seria se tivéssemos tomado outro rumo distinto daqueles que selecionamos.

Até acho uma certa dureza impor a alguém que escolha o que vai ser o resto da vida quando se tem 17 ou 18 anos. Isso é grave. Principalmente porque é assustador adotar uma mudança de curso depois que se profissionaliza. Enfrentar um novo vestibular e começar novamente um curso de nível superior do zero assume feições um tanto quanto desagradáveis, a maioria da vezes. Pressões surgem de todos os lado, sem dúvida.

Tão fundamental também é a escolha de um parceiro, com quem vai se constituir uma família. É claro que os tempos hoje são outros e casamentos são desmontados a 2x3. Poucos os que perduram. Parece que a regra é tocar fogo em tudo. A perenidade soa fora de moda. Talvez mais importante do que a escolha certa, é o momento certo. Defendo a tese que todo relacionamento é passível de vida longa. Desde que as partes queiram. Mas qualquer arranjo quando precipitado tende ao desastre.

Viver a vida é o que importa.

segunda-feira, outubro 26

Vergonha dos pés


... Ana sentia-se realmente mal. Tudo o que desejava era retonar para casa e tentar esquecer o que passou. Assim, Ana sofre por antecipação. Acredita demais nas suas conclusões precipitadas, leva tudo muito a sério. Jaime, enquanto isso, decansava feliz. Tinha muito o que pensar. Aquela mulher linda ao seu lado…


Quando se trata de relacionamentos, mulheres gostam de projetos de longo prazo. Nada mais encanta aos ouvidos femininos do que ouvir de seu parceiro que ele tem o firme propósito de envelhecer ao seu lado, por mais rugas contabilizadas que isso possa significar. Aqui não se trata de nenhum elocubração, já ouvi uma amiga revelar o quanto a frase a conquistou, em um início de relacionamento. Por mais que o futuro sejam imprevisível, ou por tão insinceras possam ser essas palavras. Um voto de esperança na possibilidade de isso ser real a deixou muito feliz e confiante de dias em senil idade ao lado do atual companheiro.

Eu procuro entender esse lado das mulheres de só se satisfazerem com uma clara visão do horizonte distante. Afinal de contas, a natureza as reservou projetos de longo prazo. são nove meses uma gestação, criar um filho para a vida leva anos, e o tempo é menos generoso com as mulheres que tem prazos determinados para concluir sua fase fértil. Aos homens, todo tempo é tempo para procriar. Sem nenhuma necessidade de isso se transformar em um escopo arquitetônico. E mesmo quando as mulheres não desejam filho não se libertam de todo das tendências de longo prazo, creio eu.

Neste final de semana, fui assistir a peça "Vergonha dos Pés", baseada e muito fiel ao livro do mesmo nome de Fernanda Young. Peça divertida, muita a imagem e semelhança do que a autora tem feito-escrito ao longo dos anos. A obra original já tem 10 anos, mas continua no presente. Acho que as atuais gerações perderam a criatividade em renovar as formas de viver. Ou então está mais viva do que nunca a frase do Belchior ou de alguém, que ele plagiou que diz que ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais.

Sem qualquer dúvida, essa perspectiva de longo prazo tem uma importância extrema na evolução do ser humano e de toda a sociedade. Não dá pra viver só com imediatismos de impulsos passageiros. É esse planejamento que nos proporciona nosso conforto e estabilidade física e emocional.

A personagem Ana, vivida por Juliana Knust, tem um passado freudiano, desconhece o pai e sonha em encontrar o marido ideal. porém se permite a uma aventura de final de semana e por isso passa a sofrer somente por imaginar que seu o parceiro apenas a usou, satisfazendo os básicos instintos. Ela quer o amor verdadeiro, que não se encontra em qualquer esquina. Jaime, por Danton Melo, tem virtudes e defeitos, ama Ana, mas tem uma vida complicada. Fernanda Young tem habilidade em transformar tragédias em comédias, sem apelar muito para o lado farsesco da coisa. As tragédias vistas à distância soam hiláricas, quase sempre. Divirti-me.

sexta-feira, outubro 23

Costa a Costa - O retorno

Com alguns anos de atraso, Costa a Costa chega a telinha da Globo. Rasamente referenciado, como bem pode-se perceber no vídeo http://tvverdesmares.com.br/cetv1aedicao/cetv-mostra-costa-a-costa/. Em 2007, eu mal tracei algumas linhas sobre os rappers cearenses, que podem ser lidas em: http://questao-fundamental.blogspot.com/2007/09/de-costa-e-costa.html Os caras tem pano pras mangas se coisas ruins não acontecerem. Eu ainda me transformo em um produtor musical.

quinta-feira, outubro 22

Na dúvida....

Não é regra, mas ao final de todo relacionamento a tendência é os circunstantes imaginarem que o homem teve a culpa pelo rompimento do elo. Se é a mulher que quer largar o cidadão, pensa-se logo o quão mal o parceiro é. Imcompreensivo, galinha, preguiçoso, desocupado, folgado. Não presta, enfim. Se é o homem o autor da separação, então é porque ele tem outra, não amou a companheira, aproveitou-se, foi só um golpe e agora que está bem de vida quer arrumar uma com a metade da idade. Se é que isso não aconteceu ainda. Não é assim? Estou muito enganado?

É por isso que achei estranho quando assisti A Mulher Invisivel aquele interesse todo da vizinha pelo ex-casado que foi abandonado pela esposa para viver uma aventura européia. O cara era certinho demais, e isso incomodava. Ninguém, em tese quer viver com alguém assim, que nunca falha, nunca se irrita e está sempre a disposição para aquele programa mais careta possível. Menos a vizinha, recém viúva de um casamento pra lá de Deus me livre. A regra é: homem largado não tem boa cotação no mercado amoroso. A não ser para algumas desesperadas que estão fazendo qualquer negócio para fugir do caritó. Que já perderam as esperanças nas rezas para Santo Antonio.

Mas filme não é pra ser visto como algo real, porque a realidade sempre tem cortonos bem mais estranhos que a ficção. Salvo se o filme for de PT Anderson em momento inspirado. Vale a diversão. Porque, afinal de contas, ninguém quer como marido, namorado, companheiro alguém que possa surtar a qualquer momento, creio eu. A não ser se o cara for um gênio ou zilionário, o que não é o caso.

sábado, outubro 17

A guerra

A guerra não muda.
Nunca é derrotada
Nunca realmente desaparece
nem nunca é superada.
Apenas afasta-se, recolhe-se para a as dobras escuras da mentes dos governantes; sussurrando e conspirando em seus ouvidos, fazendo-os ver inimigos aonde não há,alimentando sua ganância e fomentando batalhas.
A guerra não muda.

terça-feira, outubro 13

O que vai na cabeça dos homens

Coisas estranhas estão acontecendo na cabeça dos homens. Ou então está faltando muito assunto na mídia. Também, com essa profusão de canais de rádio, televisão, internet difícil criar coisas inéditas, atraentes.

Sei que quando era adolescente muitas vezes viajei com amigos para a serra, fazendas, sítios e praias. E faziámos coisas que hoje receberam nomes chics como rapel, tirolesa, tracking, coisas assim. Naquela época era só brincadeira, diversão. Com o passar dos anos, a idade foi aumentando e as brincadeiras passaram a ser aditivadas. Entramos para era total flex onde o combustível mais inocente era o álcool.


Hoje tudo passa a ser altamente espiritualizado. Ninguém dá mais uma caminhada sem um profunda reflexão interior. Esse final de semana, vi uma matéria de repórter que fez um conhecido roteiro turístico na América do Sul. E todos, dentro do vídeo, ficaram perguntando: “será que ela continua a mesma depois de tão importante trajetória?”. Quanta bobagem.


Povo quer chegar a Deus pela comida que come, pelo tipo de ar que respíra, pela quantidade de sola de tenis que gasta. Ou pelo menos, e esta é uma teoria conspiratória, estão querendo vender pacotes turísticos através do viés autoajuda (será que ainda tem hífen?).


E tem outros babados também. Pessoal de uma certa empresa se junta para andar em um bote inflável numa corredeira de algum rio Brasil afora. Ou andar de tirolesa, ou fazer qualquer infantilidade de adulto da atualidade. No final, saem todo o grupo com altos comentários sobre a importância da integração, participação, apoio e solidariedade de todos para o sucesso da empreitada. Será que antes do passeio ninguém sabia disso?


Tem também aquela frase que aprendi com uma prima professora de inglês “The diference between men and boys is the price of the toys”. Uns marmanjos que não tiveram infância compram uns carros 4x4 e saem em caravana destruindo tudo que vem pela frente em estradas já esburacadas, sacolejando por todo o percurso e ao final do percurso falam das maravilhas do contato com a natureza. Bem doida mesmo!

segunda-feira, outubro 12

Sobre pirataria, relacionamentos e assuntos banais

Pensei em um bocado de coisa pra escrever aqui, mas não me veio a cabeça nada que merecesse minimamente um post. Tipo Olimpíada pro Rio, que vai arrebentar com o restante do país, o prêmio nobel da paz pro Obama que prometeu matar o Osama, coisas ridículas assim. Não, nada disso merece nem uma linha. Nem meia.

Então vou ficar por aqui comentando alguns comentários. Achei interessante a reação das pessoas ao post que comentei uma das leis do poder. Falar pouco para que mesmo a maior asneira pareça original. Pelo jeito, e eu não me excluo, todos nós falamos mais do que deveríamos. E talvez seja por isso que a maioria das vezes a gente aparenta ser bobo, inconveniente, arroz de festa, coisas assim.

Vejo que os relacionamentos se desgastam muito mais pela proximidade excessiva do que pelas falhas que cada um comete, invariavelmente. Relacionamentos são seres organicamente vivos, que dependem e aos mesmo tempo são independentes das partes. Tem sinergias que só acontecem quando estão todos no mesmo polo. As ausências são tão ou mais importantes quanto as presenças.

Quero afirmar que quando trata-se de compartilhamento de bens culturais digitais não vai aqui nenhum eufesmimo. Em tese, pela lei dos direitos autorais, nós não poderíamos emprestar um CD ou um livro sem sofrer sanções. Mas isso é aceito apenas porque o alcance dessas midias, salvo se houver copia, é bem reduzido diante da multiplicidade que o meio eetrônico permite. Além de permitir a transferência para qualquer parte do mundo. Nos antigos long plays havia até um dístico: "A reprodução, execução pública e radiodifusão deste disco estão proibidas. Todos os direitos do produtor fonográfico". O artísta nunca era dono da obra. Então, chamar o compartilhamento de pirataria é que deveria ser o crime. Onde já se viu pirata não faturar nada através de suas ações criminosas? Quando alguém compra um cd, um livro, ou DVD está subentendido o direito de emprestar a outras pessoas. Ou não é assim?

sexta-feira, outubro 9

Estômago

Ontem assisti ao Estômago, filme que ganhou Festival do Rio de 2007, dirigido por Marcos Jorge. A oportunidade me foi concedida por uma amiga, que me passou por pen drive. Omito o nome para não inseri-la como cúmplice desse compartilhamento de bem cultural, tratado como pirataria por alguns.

Uma boa diversão. História de um nordestino, que chega a São Paulo em busca de fazer a vida e abraça a oportunidade de se transformar em um chef de cozinha. O filme, pude identificar, faz muitas referências a outras obras que tratam de gastronomia. E também ao Silêncio dos Inocentes.

Dá pra entender porque o filme ganhou o prêmio. O sul-sudeste maravilha sempre trata os migrantes saídos do lado de cima do mapa brasileiro como seres incultos, ingênuos, e de uma inocência de fazer dó, mas que em contato com a maravilhosa civilização de paulistas e cariocas aprendem o que há de melhor e pior na cultura ocidental.

Sinceramente, não consigo imaginar que existe alguém com mais de 15 anos que não saiba identificar uma puta, em qualquer cidade nacional. Mas cinema não é realidade. Personagens não são existem, a não ser na idéia de quem os pensou. O que vale mesmo é que a composição da história é convincente e divertida. Recomendo, e os senões não ocultam o brilho do filme, certamente.

quarta-feira, outubro 7

Leis do Poder

Ouvir dizer que alguém esperava mais de mim é muito estimulante. Sinal que a minha imagem está melhor do que eu realmente sou. Mas cada um só dá o que tem e só mostra o que é. Chances de frustar expectativas são sempre bem maiores do que a de atendê-las. Isso é fato. Mesmo porque somos só um e os outros são milhares. Se alguém quiser aprofundar no assunto, recomendo a leitura das 48 Leis do Poder, capítulo 4, ‘Diga Menos que o Necessário”, que é aberto com o seguinte texto:

"Quando você procura impressionar as pessoas com palavras, quanto mais você diz, mais comum aparenta ser, e menos controle da situação parece ter. Mesmo que você esteja dizendo algo banal, vai parecer original se você o tornar vago, amplo e enigmático. Quanto mais você fala, maior a probabilidade de dizer uma besteira”.

terça-feira, outubro 6

Os Homens que odeiam as mulheres

Defendo que filmes baseados em livros não devem ser comparados à obra original. São duas manifestações artísticas tão diferentes que melhor considerá-las independentes e absorvê-las como se uma existisse sem a outra. Há filmes que considero tão bons quanto os textos em que se inspiraram. Entre esses cito O Nome da Rosa de Umberto Eco, transposto para a telona sob a direção de Jean-Jacques Annaud, em uma produção alemã. São duas obras dignas dos mais elogiosos predicados. No mesmo nível de satisfação também estão a trilogia Senhor dos Anéis e Tubarão.

É claro que há enormes diferenças entre os livros e os filmes. Mas as películas também são formidáveis como diversão, mesmo perdendo a pretensa erudição das obras escritas. Aliás, o filme Tubarão do Spielberg até considero superior ao livro de Peter Benchley, diante da dramaticidade desenhada na telona. É adrenalina pura, o enredo é imposto, enquanto o ritmo do livro depende do leitor.

Mas o mesmo não acontece com a obra Os Homens que Não Amavam As Mulheres, do jornalista sueco Stieg Larsson. O livro é soberbo. O melhor que li no ano passado. Ontem assisti o filme baseado na obra, dirigido pelo norueguês Niels Arden Oplev, em uma produção sueca-dinamarquesa-alemã. Gostaria até ter assistido o filme sem ter lido a obra, para não incorrer em comparações involuntárias. Mas, ao que pude perceber, a película está longe de transmitir as mesmas emoções. É profundamente abreviada, sem que haja ganho de dramaticidade. Os personagens perdem profundidade e a gente sente uma certa tentativa de se copiar a estrutura fílmica norteamericana.

Mas está valendo. O filme também merece ser visto, mesmo sendo tão distante da história que lhe deu asas. Sobre o livro comentei aqui no blog em 3 de dezembro passado.

sexta-feira, setembro 11

Anticristo-Lars


O Anticristo de Lars Von Trier é estranho. Aliás, o diretor é estranho. O filme foi chamado de A Bruxa de Trier, mas para mim está mais para Downloanding Terror. Deveria ser terror, mas não o é. Em nenhum momento a porta para o além é tocada, nem há nenhuma demonstração de que passos serão dados nessa direção. O mal não é abstrato ou uma entidade ectoplasmática. Ele surge de dentro dos protagonistas.

A história envereda pelo caminho do sadomasoquismo explícito. O sexo é explícito e a violência também. Um bebê que recém iniciou a caminhar se lança no espaço de uma janela aberta, enquanto seus pais transam. O trauma na mãe é tão violento que ela precisa de um mês internada em hospital psiquiátrico para se recuperar, minimamente. Mas ela não está tão curada assim, como vemos no segundo ato.

A idéia é causar desconforto na platéia. O marido psicólogo, que procura usar seus conhecimentos profissionais na busca da recuperação da esposa transita entre vítima e algoz. Ninguém sofre por nada. Todos levam dentro de si alguma culpa.

O Anticristo não é filme imperdível, nem daqueles que vão ser facilmente lembrados dentro de alguns anos. Não recomendo para quem acha Lars excessivamente pedante, hermético ou de linguagem arrastada e cansativa. Melhor buscar outra diversão. Mas se você quiser ver um retrato de algumas paranóias que estão se tornando populares nos meios de comunicação, é só clicar e baixar o filme e a legenda.

quinta-feira, setembro 10


Em 25 de junho passado, registrei em post a chegada da dinamarquesa Caroline Wozniack à terceira rodada de Wimbledon. Pelo tenis que jogou, a beldade me pareceu como um bom potencial de encantar os olhos não só pelas curvas mas pela forma como trata a bolinha nas quadras, mundo a fora.

No aberto dos Estados Unidos, disputado em Flash Meadows, já está na semifinal, e pelo tenis que está jogando, não é coisa de outro mundo ela avançar mais um degrau e disputar a sua primeira final de grand slam. Bom para o esporte, bom para os olhos.

quinta-feira, setembro 3

Escala


Você ainda vai ouvir falar delas.
Para baixar clique aqui

sábado, agosto 15

Vanessa


Esqueceu a letra da música, parou de cantar no meio de outra, mas não desafinou. Vanessa da Mata tem público que aplaude até os seus erros. Graças a um amigo, assisti ao show na faixa. Cortesias, com direito a mesa na pista. Foi legal, divertido, e de um tamanho honesto. Não o melhor dos mundos, mas com interpretações bem próximas às que estamos acostumados a ouvir através dos CDs ou em rádio. Nada de mais, simplesmente Vanessa. Foi a minha primeira vez no Siará Hall.

A foto não está esses balaios todos, mas é minha.

Ana Canãs - Hein?
Para ouvir

segunda-feira, agosto 10

Transe Express in concert



O pessoal da Companhia Transe Express não é só circense. O grupo é formado por músicos de primeira linha, que vão do folcórico ao rap em um piscar de olhos. Principalmente quando já animados após uma apresentação das mais belas.

Para quem não teve a rara oportunidade de vê-los na apresentação, trago aqui essa precária gravação feita em uma câmera Casio Exilim.

O vídeo também está no youtube : http://www.youtube.com/watch?v=iw0wl6ElTuo

sábado, agosto 8

Transe Express em Fortaleza



Transe Express é um circo, mas não é só um circo. É materialização de sonhos com alta sofisticação. O espetáculo, que ontem percorreu as ruas e avenidas da Praia do Futuro, em Fortaleza, Os três Reis Preguiçosos foi visto por poucos. Estranha aversão essa a expressões artísticas pouco familiares. Dá pena ver o esforço de tantos visto por mínimas pessoas que se propuseram a alguma coisa diferente na noite de ontem.

Deixo aqui um link para quem quiser ver alguma coisa, que nem de longe representa a grandiosidade desses malucos franceses que aqui desembarcaram com as suas parafernálias incomuns. Uma troupe formada como em tempos antigos onde todos fazem um pouco de tudo. No ano da França no Brasil, foi bom ter visto o espetáculo que além de performático é um show de esculturas vivas que nos levam a antigas experiências oníricas. Quem ainda quiser ir, ainda dá tempo. Hoje tem mais.

http://www.youtube.com/watch?v=k1DnuSjz78A

sexta-feira, julho 17

Chicas, eu vi


Quem vai comprar nosso barulho? Não sei. Mas quando é de graça, parece que o público é menor ainda. Pois é, ontem, ao Conjunto Ceará cheguei para assistir o show das Chicas. Lindo, com músicas voltadas às crianças. Mas havia menos de 150 pessoas para assistir, se contar com um cachorro pulguento que estacionou para ver as meninas encantarem a essa diminuta e eclética platéia, em pleno pólo de lazer do bairro.

As conjecturas são as mais diversas. A publicidade do show patrocinado pelo estado foi pouca, a noite estava meio chuvosa, o horário, 18 horas, era meio inconveniente. Mas o que eu acho mesmo é que a diversidade cultural não chega à periferia da cidade, mesmo com todas as possibilidades proporcionadas pelos multimídias. Chicas não tocam no rádio, que prefere (movido a jabá) Ximbinha e Calypsos. E não adiantou o carro de som circular por toda a tarde nas travessas do conjunto, anunciando a presença de tão ilustres figuras no palco. Dançaram. E eu aproveitei, acreditem os que não puderam ir.

quinta-feira, julho 16

A ressaca é azul

Se você acreditou na verborragia do Galvão Bueno, que tem como principal objetivo assegurar a audiência da programação esportiva da Globo, e aceitou que deveria torcer loucamente pelo Cruzeiro contra o time argentino na noite de ontem, uma hora dessas deve estar curtindo uma ressaca. Afinal de contas, o Brasil, como um todo foi derrotado, a imaginar o desespero do locutor e de seus asseclas de terrorismo patriótico.

É assim, o futebol é mais um produto capaz de gerar receitas milionárias a quem dele participa. Rios de dinheiro mudam de mão pelos pés de alguns jogadores. E o povo é quem sustenta essa vida nababesca de alguns. Tem gente que gosta de falar de políticos. Mas o que esses caras amealham por conta da boa fé e do fanatismo não é pouca coisa.

Eu comparo esses momentos esportivos a um casamento. Todos fazem a festa antes da partida final, planos de irem ao melhor dos céus ao final do apito do juiz, mas que não raras vezes se abraçam mesmo é com o inferno.

A mim, um time de uma longíncua Belo Horizonte, não causa nenhum embaço. Minha cabeça está tão leve quanto estava ontem.

quinta-feira, julho 9

Por um triz



Dessas coisas que a gente recebe na caixa postal.

A esperança é verde

Recebi Na manhã de hoje esse e-mail. É daqueles distribuídos aos borbotões, e que em pouco tempo, mais cedo ou mais tarde, também vai chegar a sua caixa. Aqui reproduzo-o por concordar com a maioria das idéias apostas. E vc? Que acha?

Carta aberta, de Eliane Sinhasique, para Renato Aragão, o Didi.


Quinta, 23 de maio de 2009.


Querido Didi,

Há alguns meses você vem me escrevendo pedindo uma doação mensal para enfrentar alguns problemas que comprometem o presente e o futuro de muitas crianças brasileiras. Eu não respondi aos seus apelos (apesar de ter gostado do lápis e das etiquetas com meu Nome para colar nas correspondências)..

Achei que as cartas não deveriam sem endereçadas a mim. Agora, novamente, você me escreve preocupado por eu não ter atendido as suas solicitações. Diante de sua insistência, me senti na obrigação de parar tudo e te escrever uma resposta.

Não foi por 'algum' motivo que não fiz a doação em dinheiro solicitada por você. São vários os motivos que me levam a não participar de sua campanha altruísta (se eu quisesse poderia escrever umas dez páginas sobre esses motivos). Você diz, em sua última Carta, que enquanto eu a estivesse lendo, uma criança estaria perdendo a chance de se desenvolver e aprender pela falta de investimentos em sua formação.

Didi, não tente me fazer sentir culpada. Essa jogada publicitária eu conheço muito bem. Esse tipo de texto apelativo pode funcionar com muitas pessoas mas, comigo não. Eu não sou ministra da educação, não ordeno e nem priorizo as despesas das escolas e nem posso obrigar o filho do vizinho a freqüentar as salas de aula. A minha parte eu já venho fazendo desde os 11 anos quando comecei a trabalhar na roça para ajudar meus pais no sustento da minha família. Trabalhei muito e, te garanto, trabalho não Mata ninguém. Muito pelo contrário, faz bem! Estudei na escola da zona rural, fiz Supletivo, estudei à distância e muito antes de ser jornalista e publicitária eu já era uma micro empresária.

Didi, talvez você não tenha noção do quanto o Governo Federal tira do nosso suor para manter a saúde, a educação, a segurança e tudo o mais que o povo brasileiro precisa. Os impostos são muito altos! Sem falar dos Impostos embutidos em cada alimento, em cada produto ou serviço que preciso comprar para o sustento e sobrevivência da minha família.

Eu já pago pela educação duas vezes: pago pela educação na escola pública, através dos impostos, e na escola particular, mensalmente, porque a escola pública não atende com o ensino de qualidade que, acredito, meus dois filhos merecem. Não acho louvável recorrer à sociedade para resolver um problema que nem deveria existir pelo volume de dinheiro arrecadado em nome da educação e de tantos outros problemas sociais.

O que está acontecendo, meu caro Didi, é que os administradores, dessa dinheirama toda, não têm a educação como prioridade. Pois a educação tira a subserviência e esse fato, por si só não interessa aos políticos no poder. Por isso, o dinheiro está saindo pelo ralo, estão jogando fora, ou aplicando muito mal. Para você ter uma idéia, na minha cidade, cada alimentação de um presidiário custa para os cofres públicos R$ 3,82 (três reais e oitenta e dois centavos) enquanto que a merenda de uma criança na escola pública custa R$ 0,20 (vinte centavos)! O governo precisa rever suas prioridades, você não concorda? Você pode ajudar a mudar isso! Não acha?

Você diz em sua Carta que não dá para aceitar que um brasileiro se torne adulto sem compreender um texto simples ou conseguir fazer uma conta de matemática. Concordo com você. É por isso que sua Carta não deveria ser endereçada à minha pessoa. Deveria se endereçada ao Presidente da República. Ele é 'o cara'. Ele tem a chave do Cofre e a vontade política para aplicar os recursos. Eu e mais milhares de pessoas só colocamos o dinheiro lá para que ele faça o que for necessário para melhorar a qualidade de vida das pessoas do país, sem nenhum tipo de distinção ou discriminação. Mas, infelizmente, não é o que acontece...

No último parágrafo da sua Carta, mais uma vez, você joga a responsabilidade para cima de mim dizendo que as crianças precisam da 'minha' doação, que a 'minha' doação faz toda a diferença. Lamento discordar de você Didi. Com o valor da doação mínima, de R$ 15,00, eu posso comprar 12 quilos de arroz para alimentar minha família por um mês ou posso comprar pão para o café da manhã por 10 dias.

Didi, você pode até me chamar de muquirana, não me importo, mas R$ 15,00 eu não vou doar. Minha doação mensal já é muito grande. Se você não sabe, eu faço doações mensais de 27,5% de tudo o que ganho. Isso significa que o governo leva mais de um terço de tudo que eu recebo e posso te garantir que essa grana, se ficasse comigo, seria muito melhor aplicada na qualidade de vida da minha família.

Você sabia que para pagar os impostos eu tenho que dizer não para quase tudo que meus filhos querem ou precisam? Meu filho de 12 anos quer praticar tênis e eu não posso pagar as aulas que são caras demais para nosso padrão de vida. Você acha isso justo? Acredito que não. Você é um homem de bom senso e saberá entender os meus motivos para não colaborar com sua campanha pela educação brasileira.

Outra coisa Didi, mande uma Carta para o Presidente pedindo para ele selecionar melhor os ministros e professores das escolas públicas. Só escolher quem, de fato, tem vocação para ser ministro e para o ensino. Melhorar os salários, desses profissionais, também funciona para que eles tomem gosto pela profissão e vistam, de fato, a camisa da educação. Peça para ele, também, fazer escolas de horário integral, escolas em que as crianças possam além de ler, escrever e fazer contas possa desenvolver dons artísticos, esportivos e habilidades profissionais. Dinheiro para isso tem sim! Diga para ele priorizar a educação e utilizar melhor os recursos.

Bem, você assina suas cartas com o pomposo título de Embaixador Especial do Unicef para Crianças Brasileiras e eu vou me despedindo assinando... Eliane Sinhasique - Mantenedora Principal dos Dois Filhos que Pari.

P.S.: Não me mande outra carta pedindo dinheiro. Se você mandar, serei obrigada a ser mal-educada: vou rasgá-la antes de abrir.

PS2* Aos otários que doaram para o criança esperança. Fiquem sabendo, as organizações Globo entregam todo o dinheiro arrecadado à UNICEF e recebem um recibo do valor para dedução do seu imposto de renda. Para vocês a Rede Globo anuncia: essa doação não poderá ser deduzida do seu imposto de renda, porque é ela quem o faz.

PS3* E O DINHEIRO DA CPMF QUE PAGAMOS DURANTE 11(ONZE) ANOS?

MELHOROU ALGUMA COISA NA EDUCAÇÃO E NA SAÚDE DURANTE ESSES ANOS?

quarta-feira, julho 8

De de cientista e de Loki...


Ontem assisti ao filme sobre a vida do Arnaldo Baptista. Cabeça dos Mutantes, criatividade a mil, encantou toda uma geração em meio a uma feroz ditadura e a muito consumo de psicoativos, os mais diversos. Ao de seu irmão e de Rita Lee formou a mais inusitada tríade artística do país, reconhecida em todo o mundo iniciado das notas musicais de alta qualidade. A produção porta inclusive apresentações dos novos mutantes na Inglaterra e depoimento do filho de John Lennon sobre as qualidades de Baptista.

Infelizmente a nota triste é a ausência de um depoimento contemporâneo de Rita, que foi casada com Arnaldo e que o deixou por não mais aguentar um convívio muito intenso e sufocante, até certo ponto.

A separação, ao que pude deduzir, precipitou a pirada de cabeção de Arnaldo, que chegou até tentar o suicídio saltando do quarto andar de um hospital psiquiátrico. Escapou, mas seqüelado. O amor de uma fã, hoje sua esposa, o salvou.

O filme tem o grande e inigualável mérito de fazer justiça a uma biografia que merece reverências as mais diversas. Tom Zé, Gilberto Gil e Nelson Mota estão lá, tecendo loas a um dos mais criativos brasileiros. Apesar de todos os ácidos, todas as pirações, todas as infantilidades e por elas, ele existe.

quinta-feira, julho 2

Vai comendo Pasquale!!

Sempre tive graves e irreconciliáveis diferenças com o professor Pasquali que a mídia fez star. Não gosto da sua forma como tenta autoritariamente impor uma forma de falar a um país que tem regiões com suas particularidades, grupos sociais que criam termos e formas próprios, e, ao mesmo tempo, esquece que a linguagem falada é também patrimônio cultural de uma nação. Gramática na minha precária avaliação é só um conjunto de leis que, como todas as outras, podem ou não ser respeitadas em nome do bem-estar comum.

Infelizmente, não tenho formação suficiente, nem saco, para buscar fundamentação científica ao que penso. Mas como o mundo gira e a gente acaba se esbarrando através da Net em quem pensa como a gente, de forma mais aprofundada e abalisada. Eis que hoje me deparei com um texto de Sírio Possenti, de Campinas, que retrata com muita propriedade o que já tinha em mente. Quem quiser ler, é só clicar no link.

quarta-feira, julho 1

A maior bola de barbante do mundo

Maior do mundo. Se não der, maior do continente ou maior do país também serve. Mas tem de ser maior. Um segundo posto também serve. Não sei se em todo canto é assim, mas por aqui é. Sempre compara-se com o que já existe. Foi assim na construção do estádio Castelão, “terceiro maior do país”, do açude Castanhão “maior do nordeste”, e agora tem mais coisas superlativas vindo por aí. Estão prometendo o maior aquário da América Latina, o maior centro de feiras do país e o maior parque eólico para produção de energia do hemisfério Sul. Tudo por aqui. No Estado que é o terceiro mais pobre do Brasil e um dos campeões em evasão escolar. Êta povinho megalomaníaco.

*O título é homenagem a um filme que assisti e esqueci o nome que já passou na sessão da tarde e conta umas férias fracassadas de uma família. Não percam tempo em assistir. É confirmadamente uma droga. Por isso, nem do nome eu lembro.

segunda-feira, junho 29

Salto para a morte

Sempre gostei de adrenalina. Desde criança. Descobri isso quando fui colocado em um brinquedo de parque chamado Polvo, por meu pai num parquinho de quermesse. Naquele dia achei que ia morrer. Que ia se arremessado no meio do parque e me espatifar após a parada brusca no solo. Nada disso aconteceu. Lembro quando meu pai pegou em minha mão e viu que ela estava gelada. Pânico eu diria. Ele sorria e perguntava se eu queria repetir a dose. Claro que a minha resposta foi um sonoro não, quase em tom de reprovação por me por em um brinquedo de maluco. Mas em pouco tempo havia me acostumado com essa sensação, e passado a buscar novas emoções. Desde aquele tempo os brinquedos mais radicais dos parques passaram a ser os meus favoritos. Do Insano do Beach Park ao Katapul do Hopi Hari.

Mas eu acho que o limite da adrenalina é a exposição aos riscos. Tem algumas brincadeiras que não valem a pena.


Uma delas é Bugee Jump (http://www.youtube.com/watch?v=r09m7sDvJEs&feature=related). Isso é tentativa de suicídio. Como também pular de paraquedas. Volta e meia um praticante desses “esportes” vestem um paletó de madeira ao final do expediente. http://www.youtube.com/watch?v=ZjilAXyrjrU . Para conferir, é só clicar nos links. Tem de monte desses espalhados pela Net.


Infelizmente, tem gente que não acredita nas estatísticas e se metem a querer voar. No último sábado, um paulista empacotou. 45 anos, mulher e filha. Experiente, com mais de 300 saltos, espatifou-se no solo de Quixadá, a 160 km de Fortaleza. Tenho amigos que brincam disso. Um ia experimentar pela primeira vez lá, nesse dia. Mas por causa do acidente fatal, as atividades foram suspensas. Continuo tendo os amigos. Só não sei por quanto tempo.

sexta-feira, junho 26

A estrela desce

Beat It é a minha preferida entre todas as suas. Michael Jackson. Sempre gostei muito mais de vê-lo do que ouvi-lo. Embora gostasse do seu funk-soul swingado. Inigualável em tudo que fez. Ou quase tudo. A começar pelos números astronômicos de venda de discos. Ninguém vai batê-lo porque a Net não deixa mais. Uma hora dessas, os downloads devem estar troando por todo o mundo. Nasceu para o estrelato, não para ter vida própria. E como um personagem que acaba quando acendem as luzes, se foi numa tarde de sol de Los Angeles.

Sinto um misto de reverência ao ídolo que brilhou em proporções estelares e um abuso pelo excesso de incenso posto no altar pela mídia de todo o mundo. Ofuscou tudo o mais em volta. Todos os outros fatos foram reduzidos a quase nada nos noticiários. Esqueceu-se as mortes no Irã, as falcatruas no Senado, os mortos que ainda bóiam no Atlântico, jogados por um Airbus despedaçado em pleno vôo. Gripe suína resumiu-se a um resfriado de fim de semana. O mundo agora é outro sem o cantor show man americano.

Vida própria parece que ele nunca teve. Quis parecer normal e casou-se. Viu que não dava para o riscado, separou-se. Arrumou uma reprodutora que lhe pariu rebentos. Como pai, esticou a baladeira e pendurou o filho na varanda, como demonstrando ter o poder da vida e da morte. Não é normal um elemento que cria uma Neverland para atrair crianças. Imitação de bruxa de contos infantis. Tudo era over. Queria realizar mais 50 shows. Não deu. Fica para a próxima.

quinta-feira, junho 25

Caroline Wozniacki


As quadras de tênis continuam dividindo com as passarelas beldades a toda prova. A dinamarquesa Caroline, 19 anos, 1m78cm, 58 kg passou para a terceira rodada de Wimbledon, hoje. Próximo jogo é com Anabel Garriques, da Espanha. Não sei se vai longe na grama, mas se quiser tem futuro certo no circuito Paris-Roma-New York. Se é que você me entende.

quarta-feira, junho 17

Downloandig Nancy e as tripas também


Para usar uma palavra que está na moda, Downloanding Nancy é impactante. Daqueles filmes que procuram lhe embrulhar o estômago. Uma mulher, com problemas psicológicos resolve desistir da vida e através de um relacionamento sado-masô (também em voga nos mídia televisão, literatura e cinema) busca o seu intento. O filme é um claro retrato do distanciamento existente entre as pessoas mesmo que fisicamente lado a lado por cinco, 10 ou quinze anos. Do quão pouco se conhece dos seres que participam do seu convívio.

A protagonista, vítima de abusos sexuais quando criança, não consegue se sentir amada ou minimamente querida por ninguém. O marido, quem deveria lhe proporcionar algum conforto afetivo é um empresário distante, totalmente despreocupado com a sua companheira até nos detalhes mais básicos. Para Nancy, não há saída, a não ser abandonar a própria vida. Nem a psiquiatra que lhe atendia demonstrou-se minimamente habilidosa para injetar algum ânimo. E ela acha quem lhe faça esse favor através da Internet. Estranho favor.


Downloading assume dois significados ao longo da história. O principal deles é que o marido passa a descobrir quem verdadeiramente sua mulher quando acessa uma série de e-mails que ela havia trocado com os seus relacionamentos virtuais e se perceber totalmente alheio da vida conjugal. A história não é sobre pessoas normais, mas é baseada em fatos reais. Pelo menos é o que indicam os créditos no final. Recomendo. Principalmente pela construção heterodoxa da dramaturgia, que nos dá a impressão de estarmos assistindo três filmes ao mesmo tempo. Um do casamento, outro da relação doentia construída a partir da Internet e um terceiro, sobre a relação de Nancy com a sua médica.

Downloading Nancy ganhou o festival de Sundance em 2008 e é dirigido pelo sueco John Renck.

segunda-feira, junho 15

De volta a baia dos piratas

Uma idéia na cabeça e uma câmera na mão. Todo mundo já ouviu falar nisso. Ou pelo menos deveria ter ouvido. Pois é mais ou menos o que se repete no filme Apenas o Fim, filmado na PUC e que aos poucos ganha contornos de filme Cult. Daqueles que todos falam mas bem poucos colocaram os olhos nele. Acabei de ver o trailler na NET. Curtinho. História de uma menina que está deixando o namorado porque resolveu pegar a vida nas mãos e não deixar que a onda da mesmice e do óbvio lhe carregue para o ritmo de casar, procriar e ser avó mais na frente. No dia que ela conta pro namorado que está indo embora, oferece duas alternativas, ou transar ou conversar. Ele pede pra conversar e durante o papo são feitas mais de cem referências ao universo pop, cult bacaninha, em clima emoldurado pela Pontifícia carioca.

Mas porque estou falando disso? É que provavelmente a única forma de que a maioria das pessoas irão assistir a esta produção semi-caseira será através de downloads. Se não é blockbuster não rola. Não sai do eixão pra desbravar o inculto e belo restante do país.É o que também pede o blog do Bambam (http://bamban.wordpress.com/2008/10/17/apenas-o-fim/#comment-541).

Aqui estou eu novamente falando do mesmo assunto. Impulsionado também pela leitura da Superinteressante deste mês, que trata do assunto. A matéria tem por título “A pirataria venceu”. Será mesmo? Segundo a reportagem, não adiantou nada a justiça da Suécia ter multado em 3,6 milhões de dólares os donos do site Pirate Bay, porque a página sequer saiu do ar, e ainda teve audiência ampliada em 10%. Outro fator importante destacado é que o presidente Obama deu de presente a rainha da Inglaterra um Ipod com 40 músicas piratas. E a Warner, quem diria, criou um plano de legalização da pirataria. Vamos ver no que dá. Cada vez tenho mais dó nos antigos proprietários do Napster. Alguém ainda se lembra dele? Fui usuário em priscas eras.

terça-feira, junho 9

Aha! Uhu! A Internet é nossa!



Eu sabia que não ia ficar só. A deputada federal Manuela D'Ávila, do PC do B gaúcho, acaba de anunciar, pelo seu twitter, que está lançando a Frente Parlamentar em Defesa da liberdade na Internet. A luta é contra o AI-5 digital, segundo ela. =) Estou nessa conforme já anunciei em post de 11 de maio passado. (clique aqui para conhecer, se ainda não leu.)

Para ver o Twitter dela, a que me referi, pode clicar na foto e ampliar.