terça-feira, dezembro 22

Nada de novo no Avatar


Avatar 3D vale os dez reais que paguei com a carteira de estudante, na promoção do Via Sul de segunda-feira. Mas não teria coragem de pagar os R$ 32,00, da entrada cheia de finais de semana. É plástico, belo, envolvente. Mas os efeitos das três dimensões não chegam a ser algo de todo arrebatador. Esperava mais.

A história, que, segundo dizem, deixou a crítica norteamericana de quatro, pareceu-me uma colcha de retalhos. É a Pocahontas novamente contada. O conquistador que se alia ao povo subjugado e com um arsenal bem inferior vence um inimigo que não domina o território onde pisa.

O coronel truculento, que comanda o exército da terra (leia dos Estados Unidos), é o antagonista clássico, que pode ser encontrado em qualquer Rambo. Nos helicópteros estilizados, lembra muito Apocalipse Now, onde o oficial ataca uma aldeia com o objetivo de conquistar uma praia boa para o surf.

As bombas incendiárias lançadas nas florestas de Pandora são uma referência explicita ao napalm que queimou o couro de muito vietcong na guerra contra o Vietnam. O metal precioso e caríssimo que mobiliza a ambição das tropas invasoras lembra o petróleo sob o solo iraquiano, real motivo da intromissão das tropas ianques no Oriente Médio.

As referências podem ainda ser encontradas em outros filmes. Avatar, um ser feito em laboratório para ser comandado remotamente pelos estímulos nervosos de seu controlador, é uma apropriação da idéia de Matrix. Do mesmo filme é extraída uma máquina de guerra, um robô gigante, pilotado por um soldado. Os helicópteros usam os mesmos tipos de hélice do filme pequenos espiões.

Se o dinheiro estiver curto, acho que assistir na versão convencional, sem os recursos da tridimensionalidade, não será grande perda.

Nenhum comentário: