domingo, março 28

Um dia como qualquer outro

Quanto mais coisa penso em escrever, menos vontade eu sinto. Acho que ecos de pensamentos não são os verdadeiros pensamentos. E as pessoas, por incrível que pareça, preferem ficar discutindo as vírgulas do que procurar o sentido do todo. Do entorno. Do de dentro e do de fora. E é um tal de se falar em autosabotagens constantes e contínuas. Não quero pensar nisso. Sigo pensando nos signos. Das tangências que permeiam o caminho e nos levam em direções distintas. Distinguir o real do imaginário. Das vidas que queria ter vivido, das vivências que não tive por conta de minhas escolhas que nem sempre foram as melhores. Acordo todo dia entrelaçado por circunstâncias das quais não posso fugir. Nem quero.

sexta-feira, março 5

Favoritos ao Oscar

O oscar é aquele troço que todo mundo fala mal porque só prestigia os filmes falados em lingua inglesa, que favorece os estúdios ianques, que tem visão preconceituosa sobre as produções não alinhadas com a dominação dos Estados Unidos, mas ninguém passa indiferente. E este ano, acho que pela primeira vez, consegui assistir aos filmes mais cotados aos principais prêmios antes da festa de entrega das estatuetas. Graças a net, que tem possibilitado boas velocidades de downloads e aos parceiros internautas que os disponbilzaram links afora.

Pela minha modesta opinião, tem porcaria cotada com favorito. Esse Guerra ao Terror não vale o que o gato enterra. É um filme de dar sono em qualquer um. Não se propõe a nada e é incapaz de sensibilizar e mesmo assim é apontado como de ponta, ao lado de Avatar. Esse é uma aventura infanto juvenil que rouba a história de Pocahontas e Dança com Lobos, onde o invasor passa para o lado do invadido. Rouba também elementos de outros filmes como Matrix (as conexões entre os humanos e os avatares, máquinas de guerra), Minory Report (computadores virtuais) e até Troppers. Desta forma, se qualquer um dos dois ganhar, pra mim dá na mesma.

Também não gostei de Distrito 9, como não gosto dessa antiga técnica de se filmar dando a falsa idéia de que se trata de cenas reais através de câmeras na mão, imagens tremidas e desfocadas, e montagem tipo de documentário. Este filme é chato e tende para a escatologia. Chato de ponta a ponta, com uma história fraca.

Mas a safra tem coisa boa também. Destaco Bastados Inglórios, do Tarantino e Precious. O primeiro considero o melhor que o diretor fez até hoje. Pulp Fiction comeu poeira, a despeito de que muitos críticos quererem reduzir a grandiosidade dos Bastardos, o filme é tensão do começo ao fim. Não há nada fora do lugar, nem faltando nem sobrando. E contar a história de toda total e assumidamente inverossível de forma brilhante, usando com propriedade de todos os elementos simbólicos envolvidos na Segunda Guerra Mundal. Este é o meu favorito.

Mas não posso deixar de citar como genial o Precious. Este filme tem como principal mérito abordar vários temas altamente delicados, como estupro pelo próprio pai, maternidade precoce, rejeição pela mãe, desasjustes sociais com leveza, sem ser panfletário, nem se desviar das questões ou saídas pela tangente.

Homem Sério e Up. Assista-os se não tiver outra diversão a fazer. Educação e Amor Sem Escalas não assisti por puro desinteresse. Assim, nada tenho a dizer sobre eles.