sexta-feira, agosto 17

Dias de pânico


Os Estados Unidos espirra, o Brasil gripa. Esta era uma máxima que sempre se ouvia nas análises econômicas da conjuntura mundial. Parece que as coisas mudaram um pouco mesmo com a aparente alta do dólar, sem aquela força toda. Mas duas coisas me chamam atenção nesta barafunda: Primeiro, por que a gente tem de pagar pela explosão da bolha imobiliária nos Estados Unidos? Só porque valorizaram demais, além da conta os prédios, fizeram empréstimos irresponsáveis dando como garantias imóveis supervalorizados, o mundo que arque com as conseqüências. Segundo é a crônica de uma crise anunciada. Esta tão explosão da bolha vinha sendo anunciada em verso e em prosa há vários meses, e quando a coisa desanda mesmo, todo muito faz beicinho de surpreendido, como se tivesse acabado de pousar um disco voador vindo de vênus, já que se fosse marciano a surpresa não seria tão grande.

O mais patético de tudo isso foi ver a imprensa local totalmente alheia aos fatos econômicos mais importantes. Na sexta-feira passada, após a bolsa dos Estados Unidos assinalar uma queda brusca, nada nos jornais da cidade. Repórteres daqui se voltam tanto para o próprio umbigo que são incapazes de perceber as repercussões que um balaco-baco desses causa. Não é por nada, mas eu esperava mais dessa turma tão especializada. Sem nenhum demérito, para os coleguinhas, que são competentes. Mas que voaram, voaram todos.

Apesar da relativa segurança com que o país vem tratando esta crise saída das terras do norte, ainda há algumas questões na área econômica que me cheira muita enrolação. Uma é o preço da gasolina. Como é que o Brasil varonil é autosuficiente em petróleo e ainda pagamos os mesmos valores de combustíveis que irmãozinhos que não produzem uma gota, sequer? Falam porque é pra petrobras não perder competitividade. Mas para que raios serve esta competitividade se não temos nenhuma vantagem? Eta povinho pra enganar nós! E é claro, como todos sabem, que tais coisas tem impacto em toda a cadeia produtiva, elevando o custo de vida de forma indiscriminada, independente da faixa econômica da população.

Que post mais chato esse...

Quem sabe, no próximo, eu fale de coisas mais simpáticas, como o Ariano Suassuna...

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