domingo, outubro 21

Entre a meia-verdade e a mentira


Para frustar a um monte de gente, Kimi é o novo campeão de F-1. Deram um jeitinho de o Felipe Massa abrir passagem e assegurar o campeonato para o companheiro ferrarista. O mais trágico foram as inúmeras tentativas galvaneanas de tentar explicar a manobra que tirou do brasileiro a vitória.

É que há uns anos, houve um maior pára pra acertar na catinguria porque em um belo domingo de sol o Rubinho, obedecendo ordens da equipe, deixou espalhafatosamente o Schumacher ultrapassa-lo, o que viria mais tarde ser considerado uma atitude anti-esportiva, que de forma quixotesca estaria pondo um ponto final na competitividade da F-1. Conversa daqui, fofoca dali, acertou-se que outras situações como aquela não se repetiriam a bem do esporte. Os infratores seriam irremediavelmente punidos.

Mas não é o que de fato aconteceu. Massa flagrantemente deixou Kimi passar, quando tinha todas as condições de vencer a prova. Foi o suficiente para o colega de equipe ganhar o campeonato e deixar a ver navios os adversários da Mac Laren. Sagrou-se campeão o que menos chances matemáticas tinha e por isso era considerado azarão, graças a providencial tirada de pé do Felipe.

O Gavião Bueno não tardou a deitar-se em explicações. Falava que aquela ultrapassagem foi cuidadosamente dissimulada para não parecer que o campeão foi favorecido por instruções do boxe. É que qualquer outra equipe faria o mesmo. E que se fosse o favorecido o Felipe, também aconteceria a mesma coisa. É que a tapeação vale desde que seja escondida de um olhar de um débil mental, já que o locutor da Grobo morreu de explicar que existe um jeito certo para enganar o público e em sendo assim estava valendo e ninguém podia reclamar de nada. Não precisa ser honesto, basta minimamente parecer que é mesmo todos sabendo que não é. E estamos conversados. É a ética do brasileiro.

Resumo da ópera. Até ser ultrapassado para companheiro de equipe assegurar o título o Felipe faz bem melhor que o Rubinho.

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