sábado, janeiro 8

As viagens de Gulliver


Quando li o livro As Viagens de Gulliver, escrito por Jonathan Swift, no século XVIII, era ainda criança. Até que achei divertido. E ainda criança assisti uma das versões cinematográficas da história. Já não gostei tanto assim. Mas a produção atual, lançada em 2010 e que estreia no Brasil na próxima sexta-feira consegue ser muito pior. A menos que você seja fã incondicional do ator canastrão Jeff Black, quer quer transformar tudo o tempo todo em rock, vai conseguir ver alguma graça. Até um clássico escrito a quase 300 anos é pontuado por riffs de guitarra, entoados, claro, por Black que faz o personagem protagonista.

A história do filme se inicia em uma editora, onde o Gulliver (Black) é o entregador de correspondência que se apaixona pela bela chefe de redação. Bem ao estilo dos filmes de Renato Aragão. Em tese, o feio e gordo personagem principal não teria nenhuma chance com a mocinha. Acontece para impressioná-la ele se diz autor de artigos sobre viagens que realizou ao longo da vida. Ela pede para ver seus escritos. Espertamente, o caricato Gulliver se utiliza do crtl+c , crtl+V e monta uns textos extraídos na Internet que impressionam a editora pela qualidade. Ato contínuo, sem desconfiar de nada, mando-o para Bermudas para produzir alguma nova coisa que possa ser utilizado em manuais de turismo.

A velho e sacado triângulo das Bermudas, local mistificado como de acontecimentos estranhos, bizarros e inexplicados coloca Gulliver e seu barco alugado na rota para Liliput, terra de um povo minúsculo, como todos estamos carecas de saber. O gigante é preso, se liberta e apaga um incendio com uma michada, tornando-se heroi reverenciado por toda a população, menos um general, que quer desposar a mão de uma princesa, transformada em amiga de Gulliver. O personagem título aproveita-se do atraso e desconhecimento cultural daquela gente e passa a ser "autor" de vários clássicos como Guerra nas Estrelas, Titanic e até uma versão reduzida com grupo Kiss, interpretados em palco de teatro.

Sem graça, mal ajambrado e enfadonho, o filme não se furta ainda de exibir todos os trejeitos faciais de Black já por demais explorados em outras produções igualmente fracas do ator. Não sei porque eu assisti este filme, porque eu já sabia que não prestava. Melhor procurar outra coisa pra fazer.


Dirigido por Rob Letterman (do também fraco “Monstros vs. Alienígenas”), “As Viagens de Gulliver” ainda tem uma versão em 3D. É demais para minha paciência.

Um comentário:

Raquel Soares disse...

E lá se vai mais um sonho infantil jogado no ralo. Tem livros que nunca deveriam sair do mundo mágico dos papéis.
Júlio, depois da primeira semana, eu espero que você já tenha constatado que 2011 vai ser um ano maravilhoso na sua vida, pelo menos é o que a positividade deseja e eu também. Já gostei bastante por vê-lo escrevendo mais, isso demonstra uma empolgação maior. Prometo ajeitar minha vida ainda este mês para passar mais vezes por aqui, deixar comentários e pedir ajuda para uns certos assuntos urgentes. Adoraria a opinião de um "estranho-conhecido".
Beijão e boa semana