quarta-feira, janeiro 20

Rumo Norte em estado puro.



Fugídia. Acho que este é o melhor adjetivo para definir a minha amiga Natércia Rocha. Nunca fica parada, sempre se mexendo, sem deixar pistas de onde anda. De repente, o telefone toca e ela comunica aonde fixou (temporariamente) o endereço. Tem uma profunda preocupação em não incomodar ninguém nem a nada. Leve, fina, de texto sempre amigo.

Agora está entrando para a eternidade, com o seu livro, que será lançado amanhã, Rumo Norte.
A capa já dá indícios da personalidade. A sua simplicidade e modéstia não permitiram a caixa alta no início dos nomes próprios. São poesias e fotos que ela destacou de sua vasta e inédita obra. Todas com teor intimista, abrindo o coração e demonstrando que está atenta às mínimas belezas em seu entorno. Poemas finos.

Para estimular a leitura, aqui destaco Quarto Escuro e Colorido (pag. 60)

Tramo palavras em fios invisíveis
Para tecer caminhos
Na longa estrada de rota escura.
Sigo urdindo sem sentido
E ouço alguém que sorri ao longe
Enquanto tinjo cores que vibram sem luz.
Ensaio rabiscos de estrelas cadentes,
E remendo pequenos espaços em mim:
Retalhados pontos de lembrança
Que o tempo não desgastou

2 comentários:

Natercia Rocha disse...

Estimado amigo Julio, suas palavras sinceras, firmes e verdadeiras me emocionam. Quando eu era criança, ficava horas fitando as árvores, imaginando que natureza aquela, de nascer e morrer no mesmo lugar...E eu quis tanto ser árvore... Então compreendi que era preciso seguir na luta...E, somente quando a guerra terminar, por cansaço, derrota ou vitória, saberei se o Eclesiastes tinha mesmo razão..."Tudo é vaidade e vento que passa". Sou mais feliz por ter sua amizade. Natercia

Fernanda Sousa disse...

a tirar pelo poema postado, o livro é digno dos seus elogios. estamos mesmo precisados de literatura, essa com alma e sentimentos.