quarta-feira, fevereiro 15

Drive


Se a gente assistir sem se preocupar em saber alguma coisa previamente, nem acompanhar os créditos, vai ficar pensando que acabou de assistir um filme de Tarantino, ou do Fincher. Ele tem uma pegada que não é muito comum na maioria dos thrillers de ação hollywoodianos, e talvez esteja aí a sua maior virtude. Meritos para o dinamarquês Nicolas Winding Refn, que levou o prêmio de melhor direção no Festival de Cannes.

O roteiro coloca como pratagonista um mecânico de carros, que nas horas vagas é doublê em Hollywood e sonha em ser piloto de corrida, que não tem nome, e e chamado durante a trama apenas por kid (menino) por alguns dos outros personagens. Ele nos é apresentado como motorista de assaltos na cenas iniciais. Trabalha com eficiência, do tipo que impõe uma série de normas aos seus contratantes.

Nada se sabe de sua vida. Nem há nenhuma preocupação em construção de um tipo psicológico. Ele apenas é do jeito que é. Um cara de poucas palavras, que se dedica a suas atividades, mas ao mesmo tempo é capaz de transmitir uma ternura a sua vizinha e o filho dela. Ela é simpática aos seus acenos de gentileza. Garçonete em uma lanchonete, cria o filho só, enquanto o pai dele cumpre pena em algum presídio.

A história segue sem fazer juizos de valor. Não há os bons. Todos têm suas culpas a esconder, inclusive a garçonete, que se envolve emocionamente com o driver. E esconde o caso do seu relacionamento conjugal, quando este deixa a prisão. A questão dramática passa a ser se kid vai ou não ficar com a garçonete e seu filho.

A trama toma rumo de filme de ação quando quando o marido da vizinha é solto e ameçado violentamente por ex-companheiros de trapaças para regressar ao crime. Uma antiga dívida tem de ser paga com fruto de roubo. O kid se propõe a ajudar, para evitar que a sua vizinha e o filho dela sejam vítimas dos chefões da bandidagem.

A coisa vai ficando mais uma vez enrolada, porque não se trata de um crime comum. É um roubo a outro mafioso que é realizado, e o protagonista se percebe em um olho de furacão. Como uma casca de cebola, os fatos vão sendo apresentados como uma crise cada vez maior, onde a vida de ninguém está a salvo. Ameaças surgem de todos os lados. O clime fica cada vez mais tenso, até a cena final.

Vale destacar ainda a trilha sonora de Drive. Fantástica. É como se a história estivesse sendo contada pela música e tivesse uma trilha visual, de tão intensa e pertinente, ao mesmo tempo que não é reduntante, não se propõe apenas a criar um clima. Pelo que li na net, deve tá estreando no cinema após o carnaval. Pode assistir, se gostar de filme de suspense.

O filme tem alguma coisa de Selvagem da Motocicleta, do Coppola, que assisti faz tempo. Quem tiver visto, vai entender a referência que eu falo. Valeu a dica, mais uma vez, Anna!

Título original: Drive
Lançamento: 2011
País: EUA
Direção: Nicolas Winding Refn
Atores: Ryan Gosling, Carey Mulligan, Bryan Cranston, Albert Brooks.
Duração: 100 min

2 comentários:

Unknown disse...

show de bola, né? amo esse filme.
beijão!

Unknown disse...

é a anna