Uma gravadora cruza a linha do Equador, vinda do norte, se aboleta em território nacional, às custas de financiamentos proporcionados pelo BNDES. Sob o pretexto de incentivar a cultura, recebe uma série de isenções fiscais. Daí passa a decidir que tipo de música toda a população nacional vai consumir. Paga jabás às emissoras de rádio, programas de TV até o ponto de saturação.
CDs vendidos passam a ser contabilizados aos milhares. É claro que os números verdadeiros sempre são ocultados para reduzir o pagamento dos direitos autorais. A numeração dos exemplares nunca foi aceita pelos empresários. Ao artista, cabe apenas 10 por cento do valor de venda no atacado da obra. 90 por cento fica com a gravadora. Ou seja, de cada CD que custa em torno de R$ 30,00, R$10,00 fica com a varejista, e cerca de R$ 1,00 com o autor da obra.
O cenário era esse até a explosão de troca de arquivos via internet. Quase ninguém paga pelas músicas, lojas fecham em todo o país e o único grito de desespero que se houve é emanado das gravadoras. O descontrole do mercado é quase total, não fora ainda alguns esforços em promover determinados cantores-intérpretes nos canais televisivos de audiência. Sucessos explodem saídos da rede mundial e a maioria deles é cooptada pelo show business de uma hora para outra.
Mas quem é mesmo que está pirateando quem? As gravadoras, que além de ludibriar artistas sob o pretexto de inseri-los na mídia, se locupletam empulhando uma série de arte de quinta linha a toda uma nação, ou os que fuçam pela net em busca de algo realmente interessante? Não sei como é que essas multinacionais ainda têm coragem em falar em pirataria. Um Bill Gates da vida, que faturou seus bilhões se apropriando de forma sorrateira das idéias dos outros, vir ao Brasil pedir auxílio de forças policiais para barrar a distribuição de cópias não autorizadas do Ruwindows é risível. Só mesmo sendo um defensor do capitalismo selvagem para concordar com essas patifarias.
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