quarta-feira, janeiro 5
Scott Pilgrim Contra o Mundo
Scott Pilgrim Contra o Mundo é bem interessante. baseado na história em quadrinhos de mesmo nome, não é um filme para quem está procurando mais do que uma boa diversão. Tem um roteiro dinâmico, criativo e a direção usa uma linguagem transposta dos videogames e dos comics. Alguma coisa como uma evolução de última geração do seriado Batman que era exibido há milhares de anos na TV. Pode-se ver e ouvir onomatopeias cercadas de realces gráficos. Também utiliza de hipertexto para dar mais dinâmica, clareza e humor às cenas. Se não é cabeça também, definitivamente, não é uma película comum.
A produção conta a história, que se passa em Toronto, Canadá, de Scott um garoto cronologicamente recém saído da adolescência, com seus vinte e poucos anos, mas que na prática continua com todos os seus arroubos juvenis. Ele não sabe nem o que quer fazer da vida. Diz que está entre um emprego e outro, naquele momento, mas também integra uma banda de rock que tem dúvidas quanto à possibilidade de sucesso musical do grupo. Enquanto isso arruma uma namorada chinesa ainda no colegial, fato esse que é condenado por todos os seus amigos e até por sua irmã, que diariamente recebe informações de um amigo gay de Scott, sobre a vida de seu irmão.
A bela chinesinha e Scott até que se dão bem. Gostam de jogos de videogame e ela, de cara, se encanta com o grupo musical de Scott. Os amigos, todos, acham aquilo ridículo, face a "monstruosa" diferença de idade entre os dois. E não fazem nenhum esforço para ambientá-la, apesar de todos dias ela ser platéia dos ensaios da banda. A tensão sobre o protagonista cresce quando ele resolve se encantar por Ramona Flowers, uma menina tipo descolada e de uma natureza diferente das demais por ser novaiorquina. Toronto é um centro muito pacato onde as coisas não acontecem, pelo que mostra o roteiro.
A menina não oferece resistência ao assédio de Scott e aí começam a surgir os problemas dele. Ele terá de enfrentar os sete ex-namorados maus de Ramona em desafios semelhantes aos de videogames. Os movimentos das lutas em que se envolve repetem às coreografias vistas em telas de games como mortal kombat, Street Fighters e Tekken. E ao final de cada enfrentamento, quado o oponente é derrrotado o vencedor recebe um prêmio em moedas, que despencam do ar. Tudo isso gerando uma dose de humor, e não deixando que o filme descambe para a violência gratuita. Não, esse não é filme para fãs de Stollone, Steve Seagal ou Chuky Norris.
Os combates são uma espécie de tirada de onda com a crença juvenil de que todos os ex-namorados até das garotas mais descoladas são idiotas. Somente o atual tem um diferencial de qualidade que permite a entrega. Como se para se chegar à maturidade a menina precisa antes conhecer uma série de canalhas. Scott Contra O Mundo inova na linguagem, apesar de algumas ideias já terem sido usadas em outros filmes como Zumbilândia. É divertido, leve e tem um final bem interessante. Mas deve ser entendido com descontração e leveza. Para deleite da geração gamers. E o título faz bem juz ao que grande parte dos adolescente sentem nessa idade. Todos são contra eles.
Há quem diga que esse filme deve ser indicado ao Oscar. Como bem falou Pablo Vilaça. Eu não creio que chegue a tanto. Mas, afinal, o que é mesmo o Oscar?
Direção: Edgar Wright Elenco: Anna Kendrick (Stacey Pilgrim), Mary Elizabeth Winstead, Kieran Culkin (Wallace Wells), Jason Schwartzman, Chris Evans (Lucas Lee), Michael Cera (Scott Pilgrim), Bill Hader
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