domingo, junho 27

Mr. Ninguém


Podemos ter certeza de que as nossas memórias são reais? O que pensamos ter sido o passado realmente aconteceu? Qual a diferença entre a imaginação e a realidade? Essas questões são tangenciadas pelo filme Mr. Nobody, uma produção franco canadense, que traz a vida de um suposto cidadão de 120 anos, o último mortal da terra, em meio a uma civilização que descobriu a imortalidade. Ele é objeto de um reality show, que, no ano de 2085 prepara-se para transmitir a última morte de um ser humano.

Mas esse é apenas o gancho para abordar o quanto somos reféns de nossas escolhas. A memória do ancião se confunde entre três vidas distintas, onde em cada uma delas teria uma esposa, filhos e profissão diferentes. A nós não é dado saber qual foi mesmo a vida que ele viveu. Mas isso não importa. A história é bem construída e mesmo o tempo de 2h18 min de projeção não parece tão longo assim. São seguidas idas e vindas ao passado e ao futuro, através das lembranças do protagonista Nemo Nobody.

Bastante criativa a solução encontrada para o enredo, que ao final não sabemos ao certo se estamos diante de uma memória confusa de alguém à beira da morte, ou se são as fantasias de um garoto de nove anos, que assiste o pai ser abandonado pela mãe. Quando ela está partindo, Nemo enche-se de dúvidas entre morar com o pai ou seguir com a mãe. As duas opções o levarão para uma série de encruzilhadas, assim como nós somos absolutamente dependente de nossas próprias escolhas.

Sem dúvidas, a experiência de assistir Mr. Nobody vale muito a pena, principalmente quando não se gera uma expectativa de uma história única. Ela é polissímica ao extremo. Cabe a nós descobrir ou imaginar aonde ela começa e termina na linha do tempo. Pela originalidade, merece muito ser vista com atenção.

Diretor: Jaco Van Dormael
Roteirista: Jaco Van Dormael
Elenco: Jared Leto, Diane Kruger, Sarah Polley, Rhys Ifans

quarta-feira, junho 23

Opium


Que tal um filme húngaro-alemão? Produções além do eixo Hollywood-New York me atraem, por nos darem uma construção cênica além da que já conhecemos. Opium não foge a essa regra e nos traz alguma coisa parecida com o expressionismo alemão. Pessoas mostradas em toda a sua crueza.

Josrph Brenner é um médico psiquiatra contratado por um hospital para doentes mentais da Hungria. Logo nos primeiros minutos percebemos que ele não tem nenhum escrúpulo. Se aproveita da condição de ser também escritor para arrumar envolvimentos sexuais com as suas leitoras. A aura de artista é suficiente para abrir as pernas de uma companheira de vagão, no trem que o levará a seu novo emprego. Ele satisfaz os seus desejos sem ter nem a delicadeza de perguntar o nome da parceira. tudo é feito cruamente, como em todo o filme.

O hospital mais parece com uma masmorra da inquisição. Destinado a mulheres dementes, é palco dos mais variados experimentos. Seres são despidos de qualquer roupagem minimamente humano, como se bichos fossem. Entre essas coitadas está Gizella, que se diz possuída pelo mal, e afoga o seus desespero em escritos intermináveis. Mesmo assim, tem alguns momentos de lucidez e consegue estabelecer comunicação com Brenner.

Opium é o vício do psiquiatra, que se encontra em crise de criatividade, sem assunto para o novo livro. Gizella transforma-se na porta para o retorno dele à literatura, em uma relação doentia, inescrupulosa, mostrada de maneira seca pelo filme. Não é diversão fácil assistir esta produção, que tem um roteiro arrastado, pesado e denso. As interpretações, notadamente da atriz Kirsti Stube, são dignas de nota. A direção é do húngaro János Szász, que também assina o roteiro.

sábado, junho 19

Kick Ass - Quebrando Tudo


Fiquei, após assistir a esse filme, com a nítida impressão que Hollywood resolveu dar uma resposta, diante de tantos assassinatos em massa, alguns praticados por adolescentes com problemas de socialização e de bullying. Algo como "apesar de você ser um zé mané, um futuro brilhante pode ser construído. É só despertar o super-herói que existe em seu interior". E mais uma vez foi buscar nos quadrinhos , que eu nunca li, confesso, o personagem capaz de preencher o modelo concebido.

Trata-se de um adolescente desses que ninguém percebe nas escolas. E que imagina ser isso o normal. De poucos amigos e filho órfão. Logo no início da trama, a morte da mãe é tratada como uma coisa banal, insuficiente para mudar a rotina irritantemente imutável. Mas dentro de si há um desejo juvenil de mudança. Ele e seus dois únicos amigos ate ensaiam se aproximar de um menino abastado que anda em limousines. Imaginam que uma amizade com alguém com grana poderia atrair a atenção de outras pessoas e principalmente das meninas. Nesse esforço, no entanto, escutam do guarda roupas que faz a segurança do riquinho um "kick ass", uma ordem para que se afaste.

A expressão é usada para batizar o nome do super-heroi que vai ser vivido pelo personagem Dave Lewinski (Aaron Johnson). A fantasia verde do paladino é comprada na internet, sinais de tempos mordenos, mas que é insuficiente para lhe conceder alguma habilidade. Falta até coordenação de movimentos no nosso herói. Fica muito claro que ele vai se meter em encrenca. E é exatamente isso que acontece. Leva uma surra de dois marginais, e chega a ser esfaqueado e levado ao hospital. Mas heroicamente impede o assalto que foi assistido por dezenas de pessoas. Logo um filmete vai parar na Net, dando fama ao super-heroi atrapalhado.

O personagem é algo como uma antítese de Henry Chinaski, que nos foi apresentado pelo escritor Charles Bukowski, em seu Misto Quente. Vida confusa ao extremo. Com a diferença que este prefere as bebidas aos atos de heroismo, e as pancadas que toma, ou dá, são em causa própria e nunca em busca de algum reconhecimento público.

Na identidade pública de Dave, ele é confundido com um gay. Por isso, é aceito como amigo de uma bela menina que tem envolvimento com gangster. Como diz a lenda, amigo de mulher é cabelereiro. Lugar comum aqui e alhures. E para intermediar esse conflito, ele se mete em confusão com gente violenta em alto calibre. Nada que conseguisse resolver só. Nessa missão conhece a super-heroina Hit Girl, uma menina de 11 anos, que é treinada pelo pai em combate, um ex-policial, que ficou preso injustamente alguns anos e agora volta para se vingar. Hit Girl livra a cara de Kick Ass. É esse o ponto de virada.

Apesar de tantos clichês, o filme é divertido e reserva algumas surpresas que tornam a trama mais atraente. Vale destacar a apresentação de Hit Girl e seu pai (vivido por Nicolas Cage) e a forma sanguinária como uma menina tão novinha enfrenta a bandidagem. Uma dúvida me restou. O diapasão, aquelas cenas iniciais que antecedem ao desenvolvimento da história, não é pago ao longo do filme. Talvez deixando a porta aberta para uma sequencia. Kick Ass e bom como diversão, para quem não se importa em sair da sala manchado de sangue.


Dirigido por Matthew Vaughn. Com: Aaron Johnson, Nicolas Cage, Chloë Grace Moretz, Mark Strong, Christopher Mintz-Plasse, Lyndsy Fonseca, Michael Rispoli, Jason Flemyng, Elizabeth McGovern.

quinta-feira, junho 17

O Juramento do Árabe


Baçus, mulher de Ali, pastora de camelas,
Viu de noite, ao fulgor das rútilas estrelas,
Vail, chefe minaz de bárbara pujança,
Matar-lhe um animal. Baçus jurou vingança,
Corre, célere voa, entra na tenda e conta
A um hóspede de Ali a grave e inulta afronta,
"Baçus, disse tranquilo o hóspede gentil,
Vingar-te-ei com meu braço, eu matarei Vail."
Disse e cumpriu.
Foi esta a causa verdadeira
Da guerra pertinaz, horrível, carniceira
Que as tribos dividiu. Na Luta fratricida,
Omar, filho de Anru, perdera o alento e a vida.
Anru, que lanças mil aos rudes prélios leva,
E que, em sangue inimigo, irado, os ódios ceva,
Incansável procura, e é sempre em balde, o vil
Matador de seu filho, o traidor Mualhil.
Uma noite, na tenda, a um moço prisioneiro,
Recém-colhido em campo, o indómito guerreiro
Falou, severo, assim:
" Escravo, atende e escuta:
Aponta-me a região, o monte, o plaino, a gruta,
Em que vive o tridor Mualhil, diz a verdade;
Dá-me que o alcance vivoi, e é tua a liberdade!"
E o moço perguntou:
"É por Alá que o juras?"
"Juro" - o chefe tornou -
"Sou o homem que procuras!
Mualhil é o meu nome, eu fui que espedacei
a lança de teu filho, e aos pés o subjuguei!"
E intrépido, fitava o atónito inimigo.
Anru volveu: "És livre, Alá seja contigo!"

Gonçalves Crespo, de "Nocturnos"

segunda-feira, junho 14

O Golpista do Ano



Não sei quem inventou, mas o "politicamente correto" é capaz de fazer grandes estragos em muitos setores onde a criatividade é fundamental. Tudo deve se encaixar de forma não gerar sucetibilidades em grupos de pressão. E é isso que os diretores e roteiristas Glenn Ficarra e John Requam procuram fazer em o Golpista do Ano (I Love You Phillip Morris), que tem como protagonista um homossexual encarnado por Jim Carrey. Quando vi o título, pensei que se tratasse de uma subliminar de cigarros, já que o título original nos remete, inevitavelmente a empresa britânica de tabaco. E talvez seja, já que em hollywood nada é de graça. Mas esse é o menor dos problemas da produção.

Carrey dá vida a um policial Steven Russel que é casado e pai. Mas talvez cansado da monotonia, resolve mudar de time e sai do armário. Na sua nova vida, passa a aplicar golpes e mais golpes com o objetivo de sustentar a luxúria onde se meteu. Se primeiro par fixo é uma bicha vivida por Rodrigo Santoro, que, mais uma vez não vai além de uma ponta em uma produção ianque. Os conhecidos exageros performáticos de Carrey são comedidamente explorados, para não deixar o personagem caricata ao extremo. Afinal, a tentação de tornar bichas com trejeitos engraçados uma atração cinematográfica é sempre grande. Vide o repertório de produções com esse teor. Mas isso nos dias não seria politicamente correto.

Da mesma forma, acredito que dentro da linha do politicamente correto, o filme vem recheado com algumas cenas sexuais homo quase explicitas. Coitado do Rodrigo sendo enrabado... Não entendi o porque, e, sinceramente, a plástica dos atos não justificam. Mas é o tal do hiperrealismo justificando-se. Sendo meio e fim em si próprio.

Steven Russel é um mau-caráter de marca maior, capaz de enganar a tudo e a todos para conseguir os seus objetivos hedonistas. Mas acaba se perdendo por querer ser mais esperto do que o sistema, que é rotineiramente burlado. O personagem vai ficando caricata a medida que o filme avança, para enquadrá-lo das regras politico-sociais. Afinal de contas, um gay que abandona uma família, é golpista e mau caráter precisa ser suavizado para não cair nas garras dos guetos. A direção faz de tudo para gerar uma empatia entre o protagonista que não vale o que o gato enterra e o público. Comigo não funcionou, sinceramente. Ao final, acho que ninguém fica inteiramente agradado com essa produção. Talvez só os mais curiosos se interessem.

sábado, junho 12

A educação


Uma jovem estudante, apaixonada pelas artes, mas de família em condições financeiras não muito propicias, conhece um homem uns 15 anos mais velho e com uma conta bancária abastada. A princípio ela ensaia alguma resistência aos galanteios, mas logo cede. A pai e mãe, sabedores das posses do pretenso genro, não colocam nenhum obstáculo ao namoro.

Para desfrutar do seu relacionamento, a jovem Jenny torna-se uma aluna relapsa, chegando a faltar aula. Certa que estaria vivendo os seus melhores dias. Antes do caso, ela era suficientemente boa para ingressar na lendária Universidade de Oxford, mas esse não seria o seu sonho, e sim dos seus pais, pensava . Que futuro teria após concluir ensino superior? Se transformar em uma professora? Muito pouco diante do horizonte que lhe era descortinado.

A sua vida de colegial se transforma em o melhor dos mundos hedonistas, com direito a viagens, festas e hospedagem em bons hotéis. Ela ainda reluta a entregar a virgindade, e marca prazo para isso, no que é respeitada. Afinal estamos na Inglaterra do início dos anos 60. Não Havia Beatles, nem drogas. O máximo de transgressão era fumar um cigarro e beber alguma coisa alcoólica.

O Filme segue mostrando a aventura e a iniciação de Jenny no mundo adulto até que tem um desfecho não muito surpreendente. Mas vale muito pela leveza como a diretora Lone Scherfig desenvolve a trama. Sem afetações, tratando os momentos sem julgamentos. Lone é dinamarquesa e integrou o movimento Dogma, que tem em Lars Von Triers (Dogville,Monderlay, Anticristo, Os Idiotas, O Grande Chefe) seu maior expoente. Esse é o primeiro filme da diretora que assisto. O suficiente para me interessar por outros. A educação vale o preço do ingresso para os que buscam histórias além dos efeitos especiais ou tridimensionais.

sexta-feira, junho 11

Ela É Demais para Mim


As comédias românticas seguem quase sempre o mesmo formato. O cara encontra a menina , ou vice versa, se apaixonam e por algum motivo que foge o controle de ambos se separam em algum ponto médio do roteiro, em seguida temos a preparação do grande finale onde o casal volta a se encontrar, fazer juras de amor eterno. Lágrimas são enxugadas, acendem-se as luzes, fecham-se as cortinas. É assim tanto em o belíssimo Notting Hill, com Hugh Grant e Julia Roberts como em qualquer versão de Cinderela.

Ela não é Demais para Mim segue a batida fórmula. O diferencial é que o cara (kirk) não é o gostosão pega-todas da maioria desses filmes,mas um magricela mal-enjambrado, loser, de emprego de baixa qualificação e fraca remuneração que tem a sorte de cruzar com a menina 10 (Molly), possuidora de todos os predicados físicos e ainda bem colocada na vida profissional. Ela acabou de passar por uma desilusão amorosa com um bonitão, por isso fragilizada o suficiente para olhar para aquele ser nota 5, como ele mesmo se classifica. Ela não quer correr mais riscos em ser deixada para trás. A teoria que é melhor comer sardinha sozinho do que lagosta com outros comensais.

É claro que os amigos de Kirk não deixam barato e o avisam que o sonho vai acabar a qualquer momento. A argumentação é o lugar-comum de que é muita areia para o caminhazinho dele, que já foi até deixado por uma menina nota 5, que o trocou por um cara que nem é esses balaios todos. É claro que o fim da história é por demais esperado. Acho que nem merece mais que três parágrafos. Filme para ser assistido sem compromisso. Dá para se divertir se não estiver pretendendo algo mais que um passatempo.

sexta-feira, junho 4

Teatro Mágico e lúcido


Ontem fui ao Sabiaguaba para assistir aos shows dos grupos Teatro Mágico, Mutantes. Os dois muitos bons, mas me surpreendi mesmo com a clarividência do manager da troupe do Teatro Mágico. Não só pela qualidade do trabalho apresentado mas com a lucidez de Fernando Anitelli, que quer se impor no cenário artístico sem se render à lógica imposta pelo sistema de produção capitalista de bens culturais (CD e DVDs), onde vem sempre em primeiríssimo plano o lucro que tal atividade pode gerar.

Com todas as letras, Anitelli entoou que é um absurdo querer se reprimir a difusão da cultura impondo restrições aos downloads através da Internet e avisou que está criando a nova MPB - Música para Baixar. Ainda incentivou a todos aqueles que adquirirem, por qualquer meio músicas ou vídeo do grupo a produção de cópias em qualquer mídia. Lembrou que há bem pouco tempo isso acontecia através de fitas K-7 ou VHS.

Também discorreu sobre o sistema de jabás, quantias pagas pelos donos das gravadoras às emissoras de rádio e televisão, forçando a apresentar na mídia eletrônica somente aqueles autores escolhidos e apadrinhados. Quem não consegue ser tocado pela varinha de condão das grande multinacionais do show business está fadado à sargeta das pautas artísticas Brasil afora.

Bem Fernando, essas ideias tem em mim um aliado, conforme já publiquei nesse blog em maio do ano passado. Quem já leu, pode ter um revival e quem não leu, é só acessar: http://questao-fundamental.blogspot.com/2009/05/nao-sou-o-jack-sparrow-mas.html



quinta-feira, junho 3

Um homem sério(?)


Gosto é uma coisa complicada, cada um tem o seu. Não passa disso, só uma questão de escolha pessoal. Por isso, fico bem a vontade de dizer que não consigo enxergar nos irmãos Ethan e Joel Coen motivos suficientes para tantos incensos por parte da crítica. Definitivamente, não gosto do que eles fazem. Quer dizer, até assisto os filmes de suas lavras sem maiores sofrimentos, mas nada que me sobressalte aos olhos.

O último trabalho da dupla foi Um Homem Sério, que foi indicado no ano passado para Oscar de melhor filme este ano. Em Oscar que Guerra ao Terror venceu, qualquer um poderia sair com a estatueta na mão. O filme é tão fraco que somente após a indicação foi levado aos cinemas brasileiros. Os distribuidores pressentiram o fracasso de bilheteria, assim como também lançaram somente em DVD o vencedor do Oscar. Isso já é indicativo de que eu não sou tão fora juízo assim.

Mas os entendedores de cinema, ou os que se propõem a isso, vão falar que arte não tem nada a ver com comércio. Só isso daria uma discussão sem fim. Cinema é arte ou entretenimento? Ou melhor, meio de comunicação de massa? Existem árduos defensores das três possibilidades. Por enquanto não vou dizer de que lado estou.

Para situar os que pegaram o bonde andando, são também dos irmãos Coen "Onde Os Fracos Não Têm Vez", vencedor do Oscar de 2008 e "Apague Depois de Ler", que foi lançado no ano passado, no Brasil. Na minha (mais uma vez) opinião, nenhum dos dois há nenhum indicativo de genialidade. Mas voltando ao Um Homem Sério, este filme conta a história de um professor judeu que está prestes a ser abandonado pela mulher, que alega como motivo a convivência forçada sob o mesmo teto com o irmão do seu marido, um desocupado que ocupa muito espaço na sala.

Um drama familiar dos mais batidos pela indústria cinematográfica americana. A história do lar desfeito ou em vias de se desfazer. Só que a abordagem tem alguma originalidade quando retrata a esposa de Larry Gopnik, Judith, como uma dominadora, interessada em abocanhar todo o patrimônio do cônjuge judeu e ainda ter as bênçãos da religião judaica para o ato. Mas para acontecer essa celebração, ela precisa da total aquiêscencia do esposo.

Larry, coitado, diante de situação tão inusitada como vexatória admite concordar com a separação ainda sem saber que a sua quase ex-esposa tem planos de ficar com um amigo seu. É dentro desse clima que se desenvolve a trama sem que nada surpreendente aconteça, nem que haja qualquer desfecho epifânico. Sinceramente, acho que o mais entusiasmado cinéfilo pode passar perfeitamente bem sem dedicar atenção a essa produção. Mas se os irmãos Coen fizerem outro filme, talvez eu confira novamente. Tipo como eu faço com os filmes 3D, e até agora não vi nada que merecesse o preço do ingresso.