domingo, junho 27

Mr. Ninguém


Podemos ter certeza de que as nossas memórias são reais? O que pensamos ter sido o passado realmente aconteceu? Qual a diferença entre a imaginação e a realidade? Essas questões são tangenciadas pelo filme Mr. Nobody, uma produção franco canadense, que traz a vida de um suposto cidadão de 120 anos, o último mortal da terra, em meio a uma civilização que descobriu a imortalidade. Ele é objeto de um reality show, que, no ano de 2085 prepara-se para transmitir a última morte de um ser humano.

Mas esse é apenas o gancho para abordar o quanto somos reféns de nossas escolhas. A memória do ancião se confunde entre três vidas distintas, onde em cada uma delas teria uma esposa, filhos e profissão diferentes. A nós não é dado saber qual foi mesmo a vida que ele viveu. Mas isso não importa. A história é bem construída e mesmo o tempo de 2h18 min de projeção não parece tão longo assim. São seguidas idas e vindas ao passado e ao futuro, através das lembranças do protagonista Nemo Nobody.

Bastante criativa a solução encontrada para o enredo, que ao final não sabemos ao certo se estamos diante de uma memória confusa de alguém à beira da morte, ou se são as fantasias de um garoto de nove anos, que assiste o pai ser abandonado pela mãe. Quando ela está partindo, Nemo enche-se de dúvidas entre morar com o pai ou seguir com a mãe. As duas opções o levarão para uma série de encruzilhadas, assim como nós somos absolutamente dependente de nossas próprias escolhas.

Sem dúvidas, a experiência de assistir Mr. Nobody vale muito a pena, principalmente quando não se gera uma expectativa de uma história única. Ela é polissímica ao extremo. Cabe a nós descobrir ou imaginar aonde ela começa e termina na linha do tempo. Pela originalidade, merece muito ser vista com atenção.

Diretor: Jaco Van Dormael
Roteirista: Jaco Van Dormael
Elenco: Jared Leto, Diane Kruger, Sarah Polley, Rhys Ifans

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