quinta-feira, junho 3
Um homem sério(?)
Gosto é uma coisa complicada, cada um tem o seu. Não passa disso, só uma questão de escolha pessoal. Por isso, fico bem a vontade de dizer que não consigo enxergar nos irmãos Ethan e Joel Coen motivos suficientes para tantos incensos por parte da crítica. Definitivamente, não gosto do que eles fazem. Quer dizer, até assisto os filmes de suas lavras sem maiores sofrimentos, mas nada que me sobressalte aos olhos.
O último trabalho da dupla foi Um Homem Sério, que foi indicado no ano passado para Oscar de melhor filme este ano. Em Oscar que Guerra ao Terror venceu, qualquer um poderia sair com a estatueta na mão. O filme é tão fraco que somente após a indicação foi levado aos cinemas brasileiros. Os distribuidores pressentiram o fracasso de bilheteria, assim como também lançaram somente em DVD o vencedor do Oscar. Isso já é indicativo de que eu não sou tão fora juízo assim.
Mas os entendedores de cinema, ou os que se propõem a isso, vão falar que arte não tem nada a ver com comércio. Só isso daria uma discussão sem fim. Cinema é arte ou entretenimento? Ou melhor, meio de comunicação de massa? Existem árduos defensores das três possibilidades. Por enquanto não vou dizer de que lado estou.
Para situar os que pegaram o bonde andando, são também dos irmãos Coen "Onde Os Fracos Não Têm Vez", vencedor do Oscar de 2008 e "Apague Depois de Ler", que foi lançado no ano passado, no Brasil. Na minha (mais uma vez) opinião, nenhum dos dois há nenhum indicativo de genialidade. Mas voltando ao Um Homem Sério, este filme conta a história de um professor judeu que está prestes a ser abandonado pela mulher, que alega como motivo a convivência forçada sob o mesmo teto com o irmão do seu marido, um desocupado que ocupa muito espaço na sala.
Um drama familiar dos mais batidos pela indústria cinematográfica americana. A história do lar desfeito ou em vias de se desfazer. Só que a abordagem tem alguma originalidade quando retrata a esposa de Larry Gopnik, Judith, como uma dominadora, interessada em abocanhar todo o patrimônio do cônjuge judeu e ainda ter as bênçãos da religião judaica para o ato. Mas para acontecer essa celebração, ela precisa da total aquiêscencia do esposo.
Larry, coitado, diante de situação tão inusitada como vexatória admite concordar com a separação ainda sem saber que a sua quase ex-esposa tem planos de ficar com um amigo seu. É dentro desse clima que se desenvolve a trama sem que nada surpreendente aconteça, nem que haja qualquer desfecho epifânico. Sinceramente, acho que o mais entusiasmado cinéfilo pode passar perfeitamente bem sem dedicar atenção a essa produção. Mas se os irmãos Coen fizerem outro filme, talvez eu confira novamente. Tipo como eu faço com os filmes 3D, e até agora não vi nada que merecesse o preço do ingresso.
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