quarta-feira, junho 23
Opium
Que tal um filme húngaro-alemão? Produções além do eixo Hollywood-New York me atraem, por nos darem uma construção cênica além da que já conhecemos. Opium não foge a essa regra e nos traz alguma coisa parecida com o expressionismo alemão. Pessoas mostradas em toda a sua crueza.
Josrph Brenner é um médico psiquiatra contratado por um hospital para doentes mentais da Hungria. Logo nos primeiros minutos percebemos que ele não tem nenhum escrúpulo. Se aproveita da condição de ser também escritor para arrumar envolvimentos sexuais com as suas leitoras. A aura de artista é suficiente para abrir as pernas de uma companheira de vagão, no trem que o levará a seu novo emprego. Ele satisfaz os seus desejos sem ter nem a delicadeza de perguntar o nome da parceira. tudo é feito cruamente, como em todo o filme.
O hospital mais parece com uma masmorra da inquisição. Destinado a mulheres dementes, é palco dos mais variados experimentos. Seres são despidos de qualquer roupagem minimamente humano, como se bichos fossem. Entre essas coitadas está Gizella, que se diz possuída pelo mal, e afoga o seus desespero em escritos intermináveis. Mesmo assim, tem alguns momentos de lucidez e consegue estabelecer comunicação com Brenner.
Opium é o vício do psiquiatra, que se encontra em crise de criatividade, sem assunto para o novo livro. Gizella transforma-se na porta para o retorno dele à literatura, em uma relação doentia, inescrupulosa, mostrada de maneira seca pelo filme. Não é diversão fácil assistir esta produção, que tem um roteiro arrastado, pesado e denso. As interpretações, notadamente da atriz Kirsti Stube, são dignas de nota. A direção é do húngaro János Szász, que também assina o roteiro.
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