Pois é meu prezado amigo Daniel. Tem certas coisas que não adianta a gente torcer contra. Melhor solução para o inevitável é a conformação. Hamilton foi campeão, mas o Massa foi massa, como bem disseram os torcedores através de cartazes na arquibancada de Interlagos. Tsonga também se deu bem e foi campeão, como esse blog antecipou no post de ontem. Aliás, quero informar que temos parcerias com o Cacique Cobra Coral, os profetas do apocalipse, o priorado de Sião e outros futurólogos menos votados.
Desta forma, não há outra possibilidade senão Obama confirmar os bons ventos soprando para o lado da quebra das barreiras étnicas nas esferas simbólicas do capitalismo mundial.
Mas o que me traz aqui hoje é esta foto antiga que me chegou as minhas mãos novamente por acaso. Eu mesmo bati há alguns anos, quando ainda era quase menino também....
A Anna, ainda criança, demonstrava a mesma timidez e o desconcerto de hoje, ao ser colocada em posição que não lhe muito confortável. Resignada, sorri procurando ser minimamente simpática, mesmo sabendo que a expresão facial não ia convencer a ninguém. Gente muito boa essa menina, que tem uma percepção de mundo que vale ser conhecida. Suas letras irão falar muito ainda.
Um comentário:
Estou em falta por aqui, sei disso. Realmente, você me surpreendeu. Fiquei impressionada quando vi a foto, nem sabia que era você que tinha tirado.
Na verdade, isso não é uma foto, é um retrato que até me fez lembrar uns versinhos:
Você e o seu retrato
Por que tenho saudades de você, no retrato, ainda que o mais recente?
E por que um simples retrato, mais que você, me comove, se você mesma está presente?
Talvez por que o retrato, já sem o enfeite das palavras, tenha um ar de lembrança.
Talvez por que o retrato (exato, embora malicioso) revele algo de criança (como no fundo da água, um coral e repouso).
Talvez pela idéia de ausêcia que o seu retrato faz surgir colocado entre nós dois (como um ramo de hortência).
Talvez porque o seu retrato, embora eu me torne oblíquo, me olha sempre de frente (amorosamente).
Talvez porque o seu retrato mais se parece com você do que você mesma (ingrato).
Talvez porque, no seu retrato, você está imóvel (sem respiração...)
Talvez porque todo retrato é uma retratação...
Essa poesia é do Cassiano Ricardo, que deve ter visto um retrato como esse antes de escrevê-la. Você, como sempre, me comovendo. Não pense que isso tudo passa despercebido. Você é muito importante pra mim. E eu não quero ser a única a saber disso.
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