Cada vez acho mais confusa a organização do estado brasileiro. No meio do emaranhado de legislações existentes no país, um certo juiz federal Adriano Vitalino dos Santos, do Rio Grande do Sul, resolveu condenar a empresa musical Produções Artísticas, pelo lançamento da música “Um tapinha não dói”, que foi sucesso em todo o país.
A sentença foi uma resposta a ação movida pela ONG Themis, que se diz defensora da dignidade feminina. O juiz alega que a letra estaria justificando a violência masculina, e consequentemente divulgando um “way of life” condenável sob todos os aspectos.
Eu admito que a liberdade de expressão quando ilimitada pode gerar efeitos colaterais graves. Mas não sei até que ponto o estado pode ser o regulador deste direito. Não sei se um simples juiz singular deveria ter o poder de condenar uma música que consagrou-se junto ao público brasileiro. Apesar de ser uma bela droga. Abre-se um precedente perigosíssimo. Quem assegura se o magistrado for um conservador, defensor da moral e dos bons costumes não irá impedir que seja divulgada um filme ou qualquer outra expressão artística que faça apologia ao homossexualismo, por exemplo?
Este país está tão cheio de ONGs que há muito tempo a grande maioria da população nacional deixou de ser representativa. Quem não se organiza em grupos de pressão, como os cidadãos comuns, vão vendo seus direitos submergindo. Mas a julgar pela decisão do juiz gaúcho, até o bom humor de algumas músicas hilárias serão submetidas ao imbecil politicamente correto e o nosso país será bem menos pluralista em suas expressões, creio eu.
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