quarta-feira, julho 28
Cultura e o Guia do Mochileiro das Galáxias
Pronto, fui ontem conhecer a livraria Cultura que se instalou em Fortaleza. O novo ponto cult da cidade. Quem ainda não andou por lá é porque não gosta de livros ou está totalmente fora de moda. Acho que me incluo na segunda categoria. Na primeira compra, fui logo surpreendido pela falta de controle de qualidade do que é vendido.
Adquiri pela segunda vez o Guia do Mochileiro da Galáxia. Nem ia ler, mas por não ter nada a fazer, dei uma folheada. Não foi a minha surpresa, estavam faltando três capítulos inteiros. Do três ao cinco. Vou lá hoje destrocar o livro. Obriguei-me a comprar novamente este livro porque o primeiro foi emprestado a quem nunca mais devolveu. E já vão alguns anos. A pessoa nem sequer mora mais na cidade. Pela terceira vez um livro que eu gosto muito desaparece nas mãos de amigos. Fora os que se foram e eu não dei conta. Não aprendo nunca. Mas de que vale um volume encostado na estante?
Mas a Cultura tem os seus encantos. Pena que não tenha pessoas que realmente entendam de livros por lá. Afinal, que iria... Por isso, vou rezando para os meus santos, pedindo que os kindles se popularizem logo, de uma vez por todas, e a gente passe a ter acesso de forma mais efetiva ao que o mundo escreve.
Para quem não sabe, ou ainda não percebeu, o nome deste blog foi tirado da trilogia de 5 livros (é assim que está dito no próprio livro) Guia do Mochileiro das Galáxias. Uma das coisas mais geniais que li até hoje.
Marcadores:
cultura,
guia do mochileiro das galáxias,
livros
sábado, julho 17
Da Copa para a cozinha
sexta-feira, julho 16
O que é o amor
O amor. O homem não precisa de amor.
Precisa de posses.
Seu carro, sua casa, seu iate
sua família, sua mulher seus filhos.
E conquistas. O homem precisa de conquistas
Precisa se fazer de inteligente e bem sucedido
Para conquistar suas posses,
rostinhos e corpinhos.
Aquele rico empresário, barão das privatizações
conquistou a rainha da bateria.
Teve a sua mulher e seus filhos.
Rico homem, dono de bela família.
Mas a mulher não precisa de amor.
Ela quer segurança, bem estar
E alguém que seja provedor
De Shoppings e compras
Bolsas Louis Vuitton, Dior e Prada
Cartão de crédito sem limites.
Tudo de bom, mas nada, nada mesmo
Que liberte de ansiolíticos receita azul
Bromazepan, alprazolan, clonazepan.
Nem que deixe menos verde
A grana do vizinho.
Precisa de posses.
Seu carro, sua casa, seu iate
sua família, sua mulher seus filhos.
E conquistas. O homem precisa de conquistas
Precisa se fazer de inteligente e bem sucedido
Para conquistar suas posses,
rostinhos e corpinhos.
Aquele rico empresário, barão das privatizações
conquistou a rainha da bateria.
Teve a sua mulher e seus filhos.
Rico homem, dono de bela família.
Mas a mulher não precisa de amor.
Ela quer segurança, bem estar
E alguém que seja provedor
De Shoppings e compras
Bolsas Louis Vuitton, Dior e Prada
Cartão de crédito sem limites.
Tudo de bom, mas nada, nada mesmo
Que liberte de ansiolíticos receita azul
Bromazepan, alprazolan, clonazepan.
Nem que deixe menos verde
A grana do vizinho.
quinta-feira, julho 15
Jornal de domingo
Um texto genial de minha amiga Cibele
Mundo surreal: um sujeito escreve que o acidente com o petróleo no Golfo do México será positivo para o Brasil. Me pergunto de que maneira destruir estupidamente milhares de formas de vida marinha pode ser positivo para alguém em qualquer parte do universo. O sabidão explica que pode. O Brasil vai ganhar investidores e muita grana com toda essa tragédia. Agora me explique, caro economista: quanto vale uma vida? Quanto você pagaria pela sua? Aquele irmãozinho pelicano merece morrer para que a Petrobrás fature um pouquinho? Bom, não me explique, eu, sinceramente, não tenho o menor interesse em entender.
O jornal de domingo nunca tem nada que preste. O jornal nunca tem nada que preste. Eles não podem contrariar os interesses de todas aquelas nobres instituições que pagaram o espaço publicitário e escrever a verdade. Bem, quem se importa com a verdade? Como diria aquela musiquinha breeega do George Michael, "there´s no comfort in the truth, pain is all you´ll find" e a classe média, leitora de jornais, precisa de conforto. O tempo todo, muito conforto. Eles precisam de pessoas que limpem suas privadas, que lavem suas roupas, que lhes abram as portas do prédio, que sejam jogadas do barraco na Berrini para as profundezas da Vila Gilda porque, meu Deus, eles pagam tão caro pelo conforto. E pagam mesmo. Disso não há a menor dúvida. Pagam com o tempo, com o corpo, com a mente, com a alma, com dinheiro, com impostos. É justo, sim, que tenham o conforto, já que pagam tanto, o tempo inteiro.
O andar de baixo está pegando fogo, como diria Amma, eles estão no andar de cima e acreditam que o fogo jamais chegará até eles se continuarem pagando. Fogo! Fogo! Embaixo está tudo queimado, mas enquanto nossa fumacinha vier do cigarro, do cigarro de maconha e do churrasco, que o povo do andar de baixo queime, queime quieto, queime sem reclamar e longe de nossas vistas porque nós, a classe média, com certeza pagamos pelo fósforo que eles conseguiram comprar porque receberam o Bolsa-Família.
Todos estão queimando. Não tem jeito. É mais confortável imaginar que não, mas, olha isso: sua alma também queima, desesperada, ela implora para ir ao andar de baixo e retirar de lá, dos escombros, aquela irmãzinha que ficou pra trás. Ela também sofre com a imagem do irmão pelicano morrendo dentro daquela mancha de petróleo. No fundo você sabe que só haverá paz dentro de você quando o andar de baixo parar de queimar, quando o andar de baixo parar de existir, quando você e os do andar de baixo viverem no mesmo lugar. Mas, até lá, nos contentemos com todo este conforto e com as loucuras publicadas no jornal.
O jornal de domingo nunca tem nada que preste. O jornal nunca tem nada que preste. Eles não podem contrariar os interesses de todas aquelas nobres instituições que pagaram o espaço publicitário e escrever a verdade. Bem, quem se importa com a verdade? Como diria aquela musiquinha breeega do George Michael, "there´s no comfort in the truth, pain is all you´ll find" e a classe média, leitora de jornais, precisa de conforto. O tempo todo, muito conforto. Eles precisam de pessoas que limpem suas privadas, que lavem suas roupas, que lhes abram as portas do prédio, que sejam jogadas do barraco na Berrini para as profundezas da Vila Gilda porque, meu Deus, eles pagam tão caro pelo conforto. E pagam mesmo. Disso não há a menor dúvida. Pagam com o tempo, com o corpo, com a mente, com a alma, com dinheiro, com impostos. É justo, sim, que tenham o conforto, já que pagam tanto, o tempo inteiro.
O andar de baixo está pegando fogo, como diria Amma, eles estão no andar de cima e acreditam que o fogo jamais chegará até eles se continuarem pagando. Fogo! Fogo! Embaixo está tudo queimado, mas enquanto nossa fumacinha vier do cigarro, do cigarro de maconha e do churrasco, que o povo do andar de baixo queime, queime quieto, queime sem reclamar e longe de nossas vistas porque nós, a classe média, com certeza pagamos pelo fósforo que eles conseguiram comprar porque receberam o Bolsa-Família.
Todos estão queimando. Não tem jeito. É mais confortável imaginar que não, mas, olha isso: sua alma também queima, desesperada, ela implora para ir ao andar de baixo e retirar de lá, dos escombros, aquela irmãzinha que ficou pra trás. Ela também sofre com a imagem do irmão pelicano morrendo dentro daquela mancha de petróleo. No fundo você sabe que só haverá paz dentro de você quando o andar de baixo parar de queimar, quando o andar de baixo parar de existir, quando você e os do andar de baixo viverem no mesmo lugar. Mas, até lá, nos contentemos com todo este conforto e com as loucuras publicadas no jornal.
Postado por Cibele Bhakti Prema
sábado, julho 10
Homem de Ferro II
Lembro-me do meu professor de histórias em quadrinho que me falou certa vez que é muito complicado levar para as telas os herois dos desenhos, pelo simples fato que eles ficam humanos, demasiadamente humanos, ao ponto de não serem capazes de executar na tela o que rola nas páginas dos gibis. Ou então se transformariam em seres pouco críveis. Talvez. Essa compreensão me afeta todas as vezes que assisto algum derivado das revistinhas de minha infância-adolescência.
Não poderia ser diferente com o Homem de Ferro, herói, confesso, que passou ao largo dos meus preferidos. Achava aquele artifício de sempre ter de carregar as baterias um saco. Fui assistir ao primeiro, confesso, mais para ouvir a música do Black Sabath. Queria saber como ela se encaixou dentro do roteiro. Não se encaixou. Serviu apenas para embalar a subida dos créditos no final. Essa foi a primeira decepção, de tantas outras que viriam em seguida.
Mas estamos falando do Iron Man II. Gostei da criatividade do roteirista que deu ao personagem Tony Stark um espírito muito mais bem humorado do que o soturno das HQs que lhe deu vida. Nos quadrinhos ele estava sempre deprimido com a morte iminente, e a recusa de se envolver com alguém por ter a vida sempre por um fio. Acho que ele percebeu que no primeiro filme, quando o personagem principal adotou uma postura politicamente correta de preocupação com os destinos da humanidade a história caiu muito em ritmo e em interesse. Daí, foi ressucitado o Tony Stark do começo do primeiro filme. Não dá de forma nenhuma para ver o segundo como uma continuação do anterior. As peças simplesmente não se encaixam.
Filme que é filme deve ser visto como uma obra acabada, que até aceita sequências. Salvo raras exceções, que todos devem saber quais são. Para assistir o dois é dispensável o um. Basta ter algum conhecimento prévio do quadrinho, mesmo Tony Stark vivendo uma nova encarnação de playboy bonachão, despreocupado com valores morais, megalomaníaco ao ponto de se considerar o grande fiador da paz mundial. Galinha, daqueles que passa a mão em toda mulher que lhe atrai. Isso rende algumas piadas, do tipo quando olha para Scarlet Johansson (Viuva Negra) e diz "quero uma", como se a sua secretária, vivida por Gwyneth Paltrow fosse capaz de suprir essas "encomendas".
Até aí, tudo bem, mas a coisa fica meio de serra acima quando o seu melhor amigo, um certo coronel do exército, se irrita com um porre que Tony, vestindo a sua indefectível armadura, e após também trajar uma roupa metálica mimetizando o nosso heroi, sai no braço , jatos propulsores e rajadas mortais de energia com o até então amigo. Não satisfeito, trafica o traje que é confesso objeto de desejo do Governo Americano e o entrega para o maior rival do empresário bonachão. Diga-se de passagem que esse coronel já tinha falado coisas que poderiam prejudicar Stark em uma comissão do Congressso Nacional.
Parece-me que o Homem de Ferro ou é profundamente ingênuo, coisa que o filme até então desmente o tempo todo, ou adora ser traído. Não é que o mesmo coronel que aprontou com ele termina fazendo uma parceria no grand finale? Isso, na minha precária avaliação, é fazer os outros de tolo. Todos nós sabemos da irreverssibilidade ao se passar para o negro da força em histórias de capa e espada. Lord Darth Vader só se recupera quando está à beira da morte. Mas esse coronelzinho transita com muita desenvoltura entre os dois lados. Rouba uma armadura do homem de ferro e a troca por algumas armas que poderiam ser encontradas em qualquer mercado negro dos morros cariocas. Logo em seguida, volta para auxiliar no combate às forças do mal. Estranho, bizarro, mal construído, mal amarrado esse coronel. Mas, para alguém que gosta das pirotecnias hollywoodianas proporcionadas por efeitos visuais, o Homem de Ferro II está bem servido.
sábado, julho 3
O Pequeno Nicolas
Semana passada, em Fortaleza, foi exibido A Mostra de Cinema Francês Varilux. Passou quase despercebida, ninguém deu a importância que deveria ser dada, em função da qualidade dos filmes apresentados. Mas graças a minha amiga Anna, que fez a gentileza de me passar uma cópia digital, pude assistir O Pequeno Nicolas.
O filme, dirigido Laurent Tirard, traz a história de um menino de nove anos que anda assustado com um suposta gravidez da mãe. Um irmão, a valer a experiência de um colega que está assustado com a sua mãe efetivamente grávida, poderia ser a entrada no pior dos infernos. A perda da primazia das atenções, a possibilidade de ter seus brinquedos quebrados, ou até de ser abandonado em uma floresta a exemplo do que acontece com João e Maria, um conto infantil que já lhe foi narrado na escola.
Então, é preciso se livrar do irmão que irá nascer de alguma forma. Ele pensa em contratar um gangster qualquer para dar o sumiço no irmão. O filme segue mostrando o quanto as crianças levam a sério seus medos e traumas. Ao ponto de conseguir de forma criativa os 500 francos necessários para contratar o marginal que dará cabo no bebê.
O roteiro prima pela originalidade, apesar de ter se baseado em uma série de desenhos belgo-francesa Le Petit Nicolas que conta a vida de um menininho encrenqueiro e inocente, que nunca entende a reação dos adultos. A ligação é bem clara na animação posta na apresentação dos créditos.
Merece destaque a interpretação dos atores mirins. Eu que não sou muito de reparar nisso, me encantei. Impagável também é o almoço que o pai de Nicolas oferecem ao chefe, com o objetivo de conseguir um aumento de salário. Sem dúvidas, é uma comédia fina, que foge em absoluto das piadas forçadas, previsíveis e repetidas das produções norteamericanas. A fotografia é de uma qualidade que espanta. Percebam na cena em que os meninos estão levantando fundos para a contratação do facínora. A direção se faz presente e engradece artisticamente o roteiro que é muito bom, como um todo.
Se me fosse dado o direito de dar uma nota a esse filme, seria 10. Le Petit Nicolas tem qualidade para agradar e encantar a todos quantos assistam.
sexta-feira, julho 2
Entre golfinhos e gols do Brasil
O melhor da copa é isso. Dia de jogo, ninguém trabalha. Ou se trabalha, é menos. Mas como é também aniversário do Fabrício, vamos ter também um churrasco no rachid. Ele uma hora dessas deve estar "coisando" a piscina para quem quiser tomar banho depois de o Brasil meter uns gols nessa Holanda metida a besta.
Tenho visto uns filmes legais. O melhor deles foi Le Petit Nicolas, que circulou por aqui no festival Varilux de cinema francês. Quem não seu deu ao trabalho, como eu, pode pegar na net. Ou pedir a quem já tem, como eu fiz. Valeu Anna! Bonzinhos também O Exame e um documentário sobre a matança dos golfinhos no Japão. É ressalta especialmente aos olhos que a cidade patrocinadora do maior golfinhocídio do planeta tem no animal uma de suas principais atrações turísticas. São representações de golfinhos por tudo quanto é lado, das formas mais singelas, desde barcos até brinquedos de pelúcia, enquanto que a mortandade é guardada a sete chaves.
Ou era, já que o antigo treinador do Flipper conseguiu gravar as imagens de como os pescadores japoneses são capazes de ser cruéis com os bichos. Para quem não sabe, o golfinhos são tratados como pragas, uma vez que, segundo ele, disputam os peixes com os rachis humanos. O nome do documentário é The Cove. Fácil de pegar na net. Mas quem não quiser ter o trabalho, é só me dizer. Mando cópia. É o tipo da cois que todo mundo deveria assistir. Mas hoje não é dia para ficar falando de coisas tristes, porque logo logo confirmaremos a vaga na semifinal. E o melhor será amanhã, com a desclassificação da Argentina, que não tem nada de hermano, como alguns insistem em dizer.
Tenho visto uns filmes legais. O melhor deles foi Le Petit Nicolas, que circulou por aqui no festival Varilux de cinema francês. Quem não seu deu ao trabalho, como eu, pode pegar na net. Ou pedir a quem já tem, como eu fiz. Valeu Anna! Bonzinhos também O Exame e um documentário sobre a matança dos golfinhos no Japão. É ressalta especialmente aos olhos que a cidade patrocinadora do maior golfinhocídio do planeta tem no animal uma de suas principais atrações turísticas. São representações de golfinhos por tudo quanto é lado, das formas mais singelas, desde barcos até brinquedos de pelúcia, enquanto que a mortandade é guardada a sete chaves.
Ou era, já que o antigo treinador do Flipper conseguiu gravar as imagens de como os pescadores japoneses são capazes de ser cruéis com os bichos. Para quem não sabe, o golfinhos são tratados como pragas, uma vez que, segundo ele, disputam os peixes com os rachis humanos. O nome do documentário é The Cove. Fácil de pegar na net. Mas quem não quiser ter o trabalho, é só me dizer. Mando cópia. É o tipo da cois que todo mundo deveria assistir. Mas hoje não é dia para ficar falando de coisas tristes, porque logo logo confirmaremos a vaga na semifinal. E o melhor será amanhã, com a desclassificação da Argentina, que não tem nada de hermano, como alguns insistem em dizer.
Assinar:
Postagens (Atom)