Defendo que filmes baseados em livros não devem ser comparados à obra original. São duas manifestações artísticas tão diferentes que melhor considerá-las independentes e absorvê-las como se uma existisse sem a outra. Há filmes que considero tão bons quanto os textos em que se inspiraram. Entre esses cito O Nome da Rosa de Umberto Eco, transposto para a telona sob a direção de Jean-Jacques Annaud, em uma produção alemã. São duas obras dignas dos mais elogiosos predicados. No mesmo nível de satisfação também estão a trilogia Senhor dos Anéis e Tubarão.
É claro que há enormes diferenças entre os livros e os filmes. Mas as películas também são formidáveis como diversão, mesmo perdendo a pretensa erudição das obras escritas. Aliás, o filme Tubarão do Spielberg até considero superior ao livro de Peter Benchley, diante da dramaticidade desenhada na telona. É adrenalina pura, o enredo é imposto, enquanto o ritmo do livro depende do leitor.
Mas o mesmo não acontece com a obra Os Homens que Não Amavam As Mulheres, do jornalista sueco Stieg Larsson. O livro é soberbo. O melhor que li no ano passado. Ontem assisti o filme baseado na obra, dirigido pelo norueguês Niels Arden Oplev, em uma produção sueca-dinamarquesa-alemã. Gostaria até ter assistido o filme sem ter lido a obra, para não incorrer em comparações involuntárias. Mas, ao que pude perceber, a película está longe de transmitir as mesmas emoções. É profundamente abreviada, sem que haja ganho de dramaticidade. Os personagens perdem profundidade e a gente sente uma certa tentativa de se copiar a estrutura fílmica norteamericana.
Mas está valendo. O filme também merece ser visto, mesmo sendo tão distante da história que lhe deu asas. Sobre o livro comentei aqui no blog em 3 de dezembro passado.
terça-feira, outubro 6
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Um comentário:
Você é bem influenciável. Acredita muito no que suas amizades apenas de net falam e só escreve para quem elas mandam. Esperei mais de você!
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