A realidade é absoluta? Existe uma verdade imutável e tangível? Desde que o homem descobriu a física quântica que tem como princípio a incerteza sobre a posição ou a velocidade de determinada partícula parece que tudo relativizou-se. Não só os conceitos sobre o universo material conhecido, como também os valores sociais. Já vi antropóloga questionando até a presença do extinto materno na raça humana, como se este fosse um comportamento apreendido e não herdado genética ou espiritualmente.
Não é tarefa fácil compreender as forças que regem o universo. A saída mais simples para as perguntas fundamentais seria definir que tudo acontece por acaso. A vida surgiu sem nenhuma finalidade específica, foi tão somente um acidente provocado por uma série de fatores aleatórios. Fatores estes que, dependendo das circunstâncias, poderiam se repetir aqui e ali.
Se tudo tende a dispersão e a desorganização, por que algumas coisas têm uma arquitetura tão perfeita, incapaz de ser imitada pela mão humana? Uma vez ouvi uma frase que diz mais ou menos assim: “Acreditar que tudo se formou a partir de um big bang, é o mesmo que imaginar que de uma explosão em uma gráfica poderá surgir um dicionário”. Nas questões de probabilidades todos os cálculos para justificar a existência do universo soam absolutamente grotescos. E imaginar que estamos sós no meio da imensidão é considerar um monumental desperdício de espaço, como diria determinado personagem no filme de Robert Zemicks.
Amplidões tão imensas têm ecos perceptíveis no mundo microscópio, ou infra-microscópio. Olhando para o céu o homem imaginou a existência do sobrenatural. Pelo menos na maioria das culturas conhecidas sempre há o espaço para a divindade, por mais equivocada que possa ser a sua representação intelectual. E o que antes era fruto da inspiração humana, passou a ser um traço herdado através das gerações. A fé não parece mais ser uma relação íntima com o superior, mesmo ainda sendo. Os espertos de plantão também viram a forma de transformar em dominação o contato com o que não é visível aos olhos. Criou-se religiões, sumo-sacerdortes, estados teocráticos e neste esteio surgiu também a mercantilizaçao da fé, devolvendo à sociedade o estado laico, por força de circunstâncias meramente comerciais.
Logo o homem passou a questionar a existência da divindade como forma de se libertar da idade média, onde cabia a meia dúzia dirigir todo o processo de aculturação da sociedade. Quem não lesse na cartilha destes poderosos religiosos era considerado herege, podendo pagar com a pena capital, a não ser que fosse amigo de alguém influente. Giordano Bruno não teve a mesma sorte que Galileu e pagou com a vida a sua determinação em se fidelizar a sua forma de ver o mundo.
A fé parece aos ateus como uma forma de se conformar com a mortalidade da matéria. Buscar um conforto além do horizonte conhecido para suportar a degeneração do ser. Uma busca de explicar o inexplicável ao mesmo tempo se imortalizar alem do túmulo. Porém há ainda questões que desafiam a compreensão cientifica. Pesquisas demonstram que as pessoas possuidoras de fé conseguem sair mais rápido de hospitais ou até curas consideradas impossíveis. Há que diga que isso e tão somente o poder da mente ainda não totalmente mensurado que teria condições de tais proezas.
Só que, ao mesmo tempo, a historia não registra que pessoas que se dedicaram totalmente a desenvolver poder mental que na hora do vamos ver consegue algum resultado parecido com aqueles de pessoas movidas pela crença do divinal. A fé baseada somente em motivações pessoais, sem nenhuma comprovação cientifica acadêmica de sua validade, ainda causa espanto em quem presencia os seus efeitos.
Mas escolher ter fé ou não é questão de foro íntimo pessoal e intransferível. Mais que comprovada por experimentações a existência de forças que não estão mensuradas no plano físico. Muitas vezes a ciência não ortodoxa se aproxima de determinados campos do conhecimento empírico para obter resultados desejados. É o que se pode constatar através da medicina homeopática, acupuntura, meditação e outras experimentações correlatas. O estudo ocidental quando se debruça sobre os resultados obtidos com estas práticas simplesmente ou desconhece os efeitos daí advindos ou pira nas batatinhas.
Um determinado pesquisador japonês já comprovou que a água é capaz de registrar as vibrações resultantes do pronunciamento de determinadas palavras. Já é possível se detectar o corpo energético através de fotografias kirlian. Está comprovado cientificamente que 70 por cento do universo é composto de nada, seja lá o que isso quer dizer. Partículas desconhecidas são formadas em choques de matérias, que desaparecem sem deixar vestígios da mesma forma que surgiram. Quanto mais o homem avança em suas pesquisas menos ele entende o essencial, se levar em consideração somente o que a ciência tem a dizer sobre o estado de todas as coisas.
3 comentários:
Olha amigo, eu estou nessa de abrir a geladeira e matar a sede do conhecimento, mas antes de tudo, saciar-me sem necessariamente esperar que algum estudo científico diga que estou no caminho certo. Belíssimo texto! um abraço.
ótimo texto!
Escrevi algo de sertão no meu blog.
Lembrei de vocÊ ! então dÊ uma olhada e vÊ o que acha.
Grande abraço
Respeite a inspiração!
As pessoas vivem atrapalhadas porque não não sabem....
Eu conheço uma moça que se diz atéia, mas acredita que existem energias positivas (construtivas) e negativas (destruidoras)... penso que às vezes o que incomoda algumas pessoas é este formato preestabelecido de deus geralmente adotado no ocidente: o velhinho de barbas brancas, em seu trono de ouro no céu, enquanto as igrejas que professam em seu nome fazem as maiores atrocidades, alimentado-se da fé cega de seus adoradores...
lembrei foi daquela música que fala assim: "Alma vai além de tudo que o nosso mundo ousa perceber..."
Postar um comentário